Alejandro Hernández
Há dois anos estou preso como animal enjaulado.
A minha vida virou um inferno sem tamanho, o meu próprio irmão me colocou nesta prisão cheios de criminosos por causa daquela buceta. Por culpa daquela mulher estou comendo pão que o diabo amassa todos os dias convivendo com esses animais desprezíveis. Entretanto, estou numa cela privativa, tenho uma cama só para mim, pelo menos o desgraçado foi generoso dessa parte. A noite acontece cada coisa bizarra, aqui não tem mulheres para a saciar a nossa fome pelo sexo, então, eles come o cu um do outro. O que tem uma aparência jovem e bonita, sofre. E eu sou bonito, escapei cada estupro coletivo que até perdi as contas.
— Ei playboy, tem visita pra você.
Visita? Quem será? A minha mãe? Não! Maitê me visitou pela primeira e última vez, dizendo que ela não nasceu para visitar presídios. Caralho, eu sou o seu filho!
— Tá bom! — Deixo a minha escova de dente na pia. — Quem é? Homem ou mulher?
— Vai lá que o playboy descobre. — Respondeu irritado.
Bufo
Visto a minha camiseta amarela, fedida e surrada, olho-me no espelho pela última vez e saio, quando a minha cela se abre é uma sensação incrível, mesmo que dure muito pouco e três vezes por semana, é uma sensação fantasiosa e única. No longo corredor, presos me provocavam, davam beijos e faziam gestos obscenos com as bocas e nas suas intimidades, agarrando-a fortemente.
Filhos da puta!
A única coisa que faço é abaixar a cabeça e ficar em silêncio, ignorando os seus risos e gritos. Todas as celas contém três pessoas, uma privada no canto da parede, uma pia e um espelho. Descemos as escadas, o presídio tem três andares, e cada bloco tem polícias fortemente armados até os dentes e alguns deles são corruptos, até tentei comprar um deles, mas o tiro saiu pela culatra. Fui jogado na solitária e fiquei por lá cinco dias, então eu soube, Leôncio Hernández mandava neles.
Chegamos na sala de visita, é uma sala pequena e uma câmera instalada no alto da parede. É a segunda vez que entro nesta sala, e tinha um homem de costas para mim.
— Finalmente! — Fico incrédulo ao ver Humberto Lopez — Temos bastante coisas para colocar na mesa, Alejandro.
Ficamos a sós. Aproximei-me da mesa, puxei a cadeira e me sentei, descanso os meus braços sobre a mesa de metal.
— Leôncio quem te mandou aqui?
Humberto veio até mim, puxou a cadeira e sentou-se na minha frente. Ele não mudou nada, exceto pelas roupas caras, graças à fortuna da minha irmã louca.
— Não, o seu irmão nem sabe que eu estou aqui.
— Então, qual o motivo da sua visita?
— Temos algo em comum, o seu irmão.
— Quer vingança? Contra o meu irmão? Por que? Ele te deu a fortuna da María
— Às vezes Alejandro o dinheiro não é suficiente. Eu trabalhei desde criança naquela casa, seguindo cada passo que o seu irmão dava, eu era o seu lacaio, a sua sombra, e o que mais precisei da sua compreensão, fui jogado no escanteio. E agora você entende a minha raiva? Você está aqui por causa dele, acha mesmo que quilos de drogas daria essa sentença toda?
— Óbvio, que não!
— Leôncio comprou o judiciário todo, só pra vê-lo trancado como bicho.
— Eu já desconfiava. — Bufo — Vai me ajudar a sair daqui?
— Sim! Mas antes disso, quero fazer uma pergunta.
— Então, faça! — Curto e grosso.
— O que você fará quando sair daqui?
Debrucei sobre a mesa e sussurrei.
— Vou matar aquela vagabunda imprestável e o meu irmão, eles irão sofrer amargamente por arruinar a minha vida.
—Você só vingará da Paola, e o seu irmão, quem cuida sou eu. Estamos entendidos?
— Foda-se, você vai me tirar daqui?
— Sim, o guarda que trouxe você trabalha para mim. Daqui há três dias terá uma rebelião e vai aproveitar e irá sair daqui, usando um uniforme de policial.
— Está fácil demais, parece até uma cena de filme de ação.
— Dinheiro compra tudo, até aprisionar a sua liberdade.
Penso. Humberto tem motivos convincentes para se vingar do Leôncio? Humberto sempre foi tratado bem, até a sua filha ganhou um quarto belíssimo no segundo andar e ele ainda se casou com a María e ficou com toda a sua fortuna.
— Também irá ajudar a minha irmã?
— A sua irmã já foi solta, ela está livre e respirando um ar puro nesse exato momento.
— Como?
— Mesma estratégia de fuga, porém um pouco diferente.
Olho para cima, uma câmera filmando tudo. Apontei com o queixo.
— E essa câmera?
— Como eu disse, o dinheiro compra tudo. Então, você aceita ou não?
Esse momento pode ser a minha última esperança, Humberto está dando uma chance de fugir e recomeçar a minha vida e nunca mais irei ficar acordando com medo de ser violentado por esses animais.
— Sim, eu aceito!
Apoia os cotovelos sobre a mesa e entrelaça os dedos — Você só precisa ficar no lugar certo, já organizei tudo, fiquei um ano planejando . Não é fácil tirar alguém no presídio de segurança máxima.
Se levanta na cadeira, antes de afastar da mesa segurei o seu punho.
— Você foi o responsável pelas queimadas? Eu vi na televisão.
— Sim!
— Está trabalhando com a família González? Ou está trabalhando com conta própria?
Humberto riu — Eu sou o filho de Geraldo González, Alejandro. Quando sair daqui explico tudo.
Saiu da sala, me deixando perplexo. Humberto é filho de Geraldo González, nunca desconfiei, mas não importa. A única coisa que eu quero é matar aquela desgraçada, mas, antes de enfiar uma bala no seu crânio. Vou estuprar a Paola até que a minha fome seja saciada.
— Bora, playboy! A sua visita acabou.
Levanto na cadeira, três dias sairei daqui.
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A vingança de Leôncio - LIVRO 2
RomanceContinuação da história "Bela Posse" Leôncio Hernández foi enganado por várias pessoas, a sua ex-falecida esposa fez uma emboscada para manter o seu casamento com o herdeiro do Cartel Hernández com a ajuda da Paola Flórida. Entregar o seu filho que...