Leôncio Hernández
Quando fui enganado pela pessoa que estava apaixonado, fiz uma lista de vingança para esta pessoa. O objetivo desta lista é destruir a Paola Flórida, há dois anos que estou fazendo isso sem chance de acabar. Olho para o Bernardo que está sentado ao meu lado, ele não faz ideia da verdade e faço questão disso de esconder mesmo que custe a sua afeição por mim, por maltratar a sua mãe e a sua avó biológica.
— Espero que as pessoas estejam bem. E a Paola também. — Olha para mim — Não acredito que o senhor fez isso, qual foi o motivo? Ela queria terminar com o senhor e você não queria aceitar? Seu cretino miserável.
Bufa.
Ligo o rádio, não quero ouvir as suas reclamações sobre isso. Já estou me arriscando demais por ter trazido ele nessa área, que ele pode encontrar a sua mãe perdida, assustada ou morta, quando penso nessa opção meu coração erra as batidas e o meu corpo treme de medo só em pensar o seu corpo carbonizado.
Bernardo começa a cantar, está nervoso, eu sei disso.
Paola Flórida é filha de Geraldo González? Ela sabe disso? Tenho quase certeza que não, se soubesse ela jamais voltaria pra cá, ela sabe a rixa entre duas famílias nesta região. Mas por outro lado, Cristina não queria de jeito nenhum que ela ficasse na fazenda, ou era por causa do Bernardo? Paola foi burra, irresponsável e imatura por não escutar a sua mãe, porém, se ela fosse uma filha obediente eu jamais encaixaria entre as suas pernas e sentir o sabor da sua lubrificação escorrendo entre os seus lábios vaginais.
E espero que elas estejam bem para continuar a minha vingança.
— CUIDADO!
Ouço o Bernardo berrar e logo em seguida o meu carro se chocando em algo. Desligo o rádio, lá na frente tem uma mulher segurando alguma coisa, acho que é um bebê. Olho em volta se tem alguma coisa além deles, e sem a minha permissão Bernardo sai do carro desesperado.
— Bernardo, seu merdinha!
Bernardo ignorou e foi caminhando até a vítima, o farol do carro iluminava cada passo seu. Abro a porta da caminhonete, ele virou para trás e falou:
— Papai é a Paola!
A minha boca ficou seca de repente, peguei a pistola no porta-luvas e fui caminhando até eles, olhava em volta se não tinha nenhum cretino escondido nessas plantações de café. Bernardo chamava "papai" várias vezes, cheguei perto deles e quase chorei quando a vi sozinha e desprotegida jogada no chão feito cocô. Em seus braços segurando um menino, que por sorte está vivo.
Me agachei ao lado do Bernardo, ao contrário de mim ele não esconde os seus sentimentos.
— Mamãe! —É a voz do bebê
Sentia os olhares deles sobre mim.
— Papai, é filho da Paola?
Ignorei a sua pergunta, o bebê desconhecido levantou a cabeça e depois sentou-se em cima do seu corpo. Olhou para mim, os seus olhos são negros iguais da Paola, fez beicinho tão lindo denunciando que iria chorar. Mas o Bernardo foi rápido demais, pegou-o com bastante cuidado, ficou afastado a poucos metros de mim lutando.
Esqueci deles em alguns minutos para me concentrar em outra pessoa. Coloco dois dedos no seu pescoço e dou um suspiro de alívio ao descobrir que ela continuava viva. Tiro alguns fios no seu rosto, percebo que ela não tem mais aquelas bochechas salientes, está magro e feio. Dou uma olhada rápida em seu corpo, Paola perdeu muita massa muscular. Com certeza foi o trabalho árduo, a cada relatório que lia trancado no meu escritório, Paola trabalhava no campo todos os dias, doze horas por dia.
Meus olhos varreram mais ainda para ver as consequências da minha vingança e levei um susto ao encontrar sangue no seu vestido, com as mãos trêmulas suspendi a barra, sangue escorria em abundância entre as suas pernas.
— Paola. — Puxei-a para os meus braços e a apertei contra o meu peito. — O que fizeram com você?
— Leôncio? — A afastei um pouco, ela está acordada. — Por favor, salva o nosso filho.
Fechou os olhos como se fosse dormir.
— Papai vamos, estamos sendo alvo fácil parados aqui.
De repente ouço gritos e tiros atrás de mim, cortei o caminho para chegar mais rápido e por sorte encontrei a Paola. Peguei com muito cuidado para não machucá-la e agravar mais a sua situação, espero que não tenha quebrado nenhum osso. Coloquei-a no banco de trás, e o Bernardo rapidamente sentou-se na frente com o seu possível irmão.
Ainda estou tentando assimilar, entretanto, a saúde da Paola é o mais importante. Liguei o carro e saímos o mais rápido possível.
— Cadê a tia Cristina? Ela ainda está viva?
— Eu não sei Bernardo. — Respondi.
Olho para o bebê, ele está com os olhinhos vidrados pela estrada escura. Seu cabelo é escuro e espesso, bochechas salientes e vermelhas que agora estão sujas de terra. É gordinho, gordinho demais para quem mora nesse campo. Porque a maioria das crianças são magras e às vezes desnutridas, mas esse bebê parece estar bastante saudável. Olho para o retrovisor, Paola ainda está desacordada. Está parecendo que está morta por causa da sua palidez anormal, poderia ser o sangue escorrendo entre as suas pernas. Já vi isso antes, está parecendo aborto e mal feito, talvez seja porque fez muito esforço tentando salvar o nosso filho.
Nosso filho!
Quando ela acordar e recuperar as suas forças, irei perguntar. Irei tirar toda a verdade nessa boquinha linda. Pego o meu celular em cima do painel e dou para o Bernardo.
— Liga para o hospital, e fala que é urgente.
Bernardo obedeceu sem questionar, que é raro.
— Mamãe! — Choraminga o bebê.
Aperto o volante com força até os meus dedos ficarem esbranquiçados, tento não encarar ele. Mas a sua presença é forte, chorando e chamando "mamãe". Nos relatórios que o Sebastião enviava uma vez na semana não mencionava nada disso. No caminho, uma imensa fumaça pairava no céu escuro e vai chamar bastante atenção dos moradores da cidade. Vou matar cada membro da família González e roer até os seus ossos. Mas, primeiro, terei que enfrentar a verdade que está bem na minha frente.
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A vingança de Leôncio - LIVRO 2
RomanceContinuação da história "Bela Posse" Leôncio Hernández foi enganado por várias pessoas, a sua ex-falecida esposa fez uma emboscada para manter o seu casamento com o herdeiro do Cartel Hernández com a ajuda da Paola Flórida. Entregar o seu filho que...