Capítulo 38

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Leôncio Hernández

2 meses depois

Entro no quarto do meu pai, suspirei aliviado ao vê-lo sentado na cama e respirando. Bernardo ligou desesperado que o Héctor estava agitado, agressivo e recusava tomar os remédios no horário certo. Olhando-o assim calmo, foi apenas uma situação degradante, piorou quando descobriu que a Maitê foi "embora". Paola queria contar para vê o seu sofrimento, mas ameacei, se contar não haverá casamento caralho nenhuma.

Aproximei-me na sua cama, Héctor olhava pela janela todo melancólico. Uma lágrima deslizou na sua bochecha envelhecida, engoli a seco, é tão triste e deprimente vê-lo dessa forma. Esse homem que está na minha frente não parece nada do homem que temia, que tinha nojo, medo e um pouco de respeito. Tenho medo de ficar assim, afinal, essa doença pode ser hereditária. De pai para filho.

Sem interrompê-lo, sentei ao seu lado. Limpei a garganta e falei:

— Hoje irei me casar, pai! Dessa vez, com a mulher que escolhi. Direi "sim" com muita vontade, e teremos tentar ser uma família normal, tipo comercial de margarina.

— Cadê meus outros filhos? — Pergunta — Não vejo eles há bom tempo.

Como poderia responder essa pergunta? Todos os seus filhos estão mortos, o motivo das suas mortes foi movido por vingança. E também a sua esposa morreu pelas mãos da sua futura nora que está se arrumando no quarto ao lado.

— Estão viajando, e não tem data pra voltar.

Suspendo a minha mão pra fazer carinho na sua cabeleira grisalha. Mas, parei no caminho, ele me ensinou a tudo, menos amá-lo como pai.

— Eu preciso ir! Se cuida!

Levanto-me na cama, antes de sair do quarto olho para trás. Suspiro e saio, vou para o quarto ao lado, entro sem bater, parei no instante ao vê-la vestida de noiva e admirando a sua imagem no espelho e rindo. Guadalupe segurava a barra do seu vestido, ela estava linda, mesmo sendo filha de Humberto, daquele infeliz que matei impiedosamente. Cuidarei dela, afinal, estou cuidando do Bernardo mesmo sendo filho do Alejandro. Pensando bem, tenho só um único filho biológico, talvez seja o meu castigo por ceifar tantas pessoas por causa do dinheiro e poder.

Também devolvi o Castiel o seu lugar de direito desta casa, não será criado como filho de empregado e viverá conosco , será tratado como rei. Faço pela memória do Miguel Sánchez e pela promessa que fiz pra mim mesmo, ter uma família normal e comum.

Paola sentiu a minha presença e olhou para trás.

— Leôncio, dá azar ver a noiva antes do casamento. — Segurou a barra do seu vestido — Estou bonita, comprei o vestido mais lindo da loja.

— Está parecendo uma princesa. — Guadalupe comenta — Uma princesa linda.

Aproximei-me aos poucos na sua direção e sorrindo orelha a orelha.

— Está linda, Paola, como a Guadalupe comentou. Você está parecendo uma princesa.

Segurei a sua mão, seus olhos estão brilhantes parecendo duas joias raras.

— O padre já chegou? Quero ir logo pra lua de mel.

— Já sim! — Ofereci o meu braço — Vamos, futura senhora Hernández?

— Vamos!

Paola chama a Guadalupe e saímos, temos um casamento para realizar.

💵

— Leôncio Hernández você aceita Paola Flórida como legítima esposa, honrá-la e respeitá-la até que a morte nos separe?

Olhando no fundo dos seus olhos escuros brilhantes, respondo:

— Sim, eu aceito!

Agora o padre dá toda atenção para a minha mulher, que em alguns instantes será a minha esposa, dona dessas terras e a senhora Hernández.

— Paola Flórida, você aceita Leôncio Hernández como legítimo esposo, honrá-lo, e respeitá-lo até que a morte nos separe?

— Sim, eu aceito!

— Então, na presença de Deus, eu vos declaro marido e mulher, agora pode beijar a noiva.

Chegou o momento mais esperado, puxei para perto de mim. Finalmente a minha esposa, a beijei. Ouço aplausos dos convidados, que não eram muito, só os empregados e os meus filhos. Selar os lábios da senhora Hernández me traz tranquilidade e excitação, estou louco pra transar com esta mulher.

Paramos nos beijar.

Bernardo correu para abraçar a gente, Guadalupe e o Álvaro segurando as nossas pernas sorrindo. Chamei o Castiel que está próximo da sua babá, Anna Carmen, ele veio timidamente brincando com seus dedos. Ficou próximo da Guadalupe, agora sim, nós estamos parecendo uma família de verdade.

Um fotógrafo ficou na nossa frente, todos nós ficamos em posição, e houve um flash.


Anna Carmen

Parece uma família de novela ou comercial de margarina. Não era justo, principalmente vê o Castiel ao lado deles, o criei desde quando ele era apenas um bebê e que precisava de um carinho de uma mãe, eu era mãe. Dois anos sendo ignorado pelo próprio tio e pela sua família, do nada, faz parte da família Hernández novamente.

— Está vendo, Anna Lúcia? — A minha irmã está ao meu lado, ela também compartilha o mesmo sentimento que eu — Apesar de ter roubado o seu irmão, nem convidaram a gente para tirar uma foto. Isso indica que nós somos apenas empregados, pessoas inferiores.

— Irmã...

— Ponha na sua cabeça, Lucia, Bernardo nunca será seu como Leôncio nunca será meu. Estamos fardada obedecer ordens até o fim das nossas vidas. — De longe vejo o filho de Sebastião comendo alguns aperitivos. Parece ser um bom menino — Veja o Alfredo, é esse o tipo de homem que você deve se envolver.

— Estou ciente irmã, eu irei estudar bastante para gente sair daqui. Nós já perdemos um membro da nossa família, agora, somos só nós três. Sabe onde o seu marido se meteu?

— Thiago me abandonou, aposto que tem uma mulher envolvida nesta história.

Anna Lúcia segura a minha mão, e aperta levemente.

— Nós sobreviveremos daqui alguns anos. Se nós aguentamos conviver com nosso genitor violento, aguentaremos com essa família hipócrita.

Segurei bem forte a Miranda nos meus braços, saímos dali. Iremos voltar para o nosso lugar, que é a cozinha em frente ao fogão.

A vingança de Leôncio - LIVRO 2Onde histórias criam vida. Descubra agora