Maitê Hernández
Ponho todas as suas calcinhas miseráveis no vaso sanitário, com o sorriso maléfico na curvatura nos meus lábios e um cabo de vassoura, comecei a mexer. Jogava a cabeça para trás gargalhando, a desgraçada está achando que eu seria passiva de todas as suas loucuras contra mim, está bastante enganada. Jamais facilitaria as suas maldades, posso até comer cocô, mas ser uma cadela mansa eu jamais serei.
— O que a senhora está fazendo?
Dou um grito, levo a minha mão no peito e respirei várias vezes. Através do espelho Anna Carmen olhando horrorizada para o vaso sanitário.
— Não é óbvio, além de empregada é ainda burra?
Ignoro a sua presença, com o cabo de vassoura comecei a mexer novamente as suas calcinhas. Debrucei, e cuspi três vezes, só não faço xixi porque ficaria com o cheiro.
— A dona Paola vai ficar zangada com a senhora. — Anna Lúcia vem até a mim, e toma a vassoura nas minhas mãos. — A senhora não pode, já esqueceu que não tem mais o poder nessa casa? Foi rebaixada para ser uma simples empregada como eu e a minha irmã.
Deu uma vontade de revirar os olhos, odeio pessoas boas e honestas, me dão nojo. Enquanto essa infeliz falava, olhava para ela. É bonita, cabelos cacheados, pele morena e olhos claros, uma putinha ideal para o meu filho idiota. Peguei o seu queixo e levantou, avalio-o mais de perto.
— Você é bonita, só precisa de um pouco de classe e roupas caras e decentes.
Afastou-se de mim. — O quê?
Peguei os seus ombros e a virei na direção do espelho.
— Olha para você. — Jogo os seus cabelos para trás — É bonita, infelizmente está jogando a sua juventude no lixo trabalhando aqui. Cuidando dessas crianças, e uma delas não é a sua. Nunca pensou em casar com um homem viril e extremamente rico?
— Quem?
— Leôncio Hernández, eu sei que você gosta dele. Suspira entre as paredes, pensa nele, não como patrão e sim, como um homem.
— O seu filho tem olhos para dona Paola. Ele o ama.
— Leôncio está enfeitiçado por essa víbora, é diferente de amar.
— Sou casada e tenho três filhos.
— Na verdade você tem uma filha, Anna Lúcia é a sua irmã e o Castiel não é nada para você. — Acaricio o seu rosto — Tem uma pele macia e saudável, o tempo só te valoriza.
Anna Carmen pega a minha mão e joga para baixo.
— A senhora só está me usando, não tenho estudos completos, mas eu não sou burra. Eu sei quando uma pessoa quer me usar.
— E você é uma idiota e patética, ao invés de lutar pelo meu filho prefere ficar em frente do fogão fazendo comida por esses peões ignorantes.
— Termine de lavar essas calcinhas.
Saiu do banheiro.
— Vagabunda!
Continuo a fazer a minha maldade.
💵
— Paola, por favor! — Digo choramingando.
A desgraçada teve uma ideia repugnante de fazer compras e me levar junto com ela, e essas pessoas estão olhando e cochichando entre si, estão rindo de mim e apontando o dedo na minha direção. Estou usando um vestido azul desbotado, par de chinelos, cabelo todo bagunçado e carregando várias sacolas.
— Maitê.
Meu corpo se paralisou ao ouvir a voz da Penélope, a esposa do prefeito.
— É você mesmo?
Na minha frente, Paola olhando-a com desdém.
— Primeira dama, que honra encontrá-la no centro.
— Eu digo mesmo, Paola! — Penélope agarrou o meu ombro delicadamente, antes de ela ver a minha expressão horrorizada saio correndo e jogando as sacolas no chão — Maitê.
— Sua anta, você derrubou as sacolas.
Pisco várias vezes afastando-se as minhas lágrimas, entro no beco vazio, agacho-me e começo a chorar compulsivamente. Desgraçada! Foi humilhante demais! A senhora Maitê Hernández reduzida ao fracasso e vergonha, culpa de quê? Daquela filha da puta.
— Mamãe?
Levanto a cabeça, é a María na minha frente. Usando um boné azul, o seu cabelo está loiro.
— O que você está fazendo aqui? — Limpo o meu rosto.
— Eu que te pergunto, que roupa é essa?
— Foi a Paola. — Choro.
María aproximou-se de mim, ficou agachada.
— O que está havendo?
— Leôncio ficou maluco, ele deu a mim para Paola. Hoje, lavei as suas calcinhas imundas. Por favor, me salve.
— Hoje não, escuta com atenção. Está sabendo que fugir no sanatório e o Alejandro na prisão? — Balancei a cabeça negando— Puta merda! Que espécie de mãe é a senhora?
— Estou ocupada sendo infernizada por aquela mulherzinha, perdoa-me.
Revirou os olhos — Escuta, eu e o Alejandro iremos matar o Leôncio e recuperar o nosso dinheiro.
— Matar o meu filho primogênito? Não pode.
María agarra o meu rosto.
— Então é o certo que ele anda fazendo? A vagabunda te humilhou com a cidade inteira, pense só, se o Leôncio cair, a cachorra cai também. E nós teremos a nossa vingança, e a senhora pode fazer a mesma coisa que a Paola anda aprontando.
— EIII SUA ANTA — É a voz dela.
— Vai demorar?
— Não! — Beija a minha testa demoradamente — Aguente só um pouco, em poucos meses a senhora estará pisando no corpo morto dessa mulher, agora eu preciso ir.
María saiu correndo, minha filha irá me salvar. De repente o meu cabelo é puxado para trás com violência, olho para cima, maldita.
— Eu posso saber que fugiu daquele jeito?
— Vai pro inferno, sua cachorra miserável.
Paola bate a minha testa no muro da parede, sinto-me zonza e uma dor imensurável, levo os meus dedos no topo da minha cabeça.
Sangue.
— Isso é aprender a obedecer sua lacraia. Levanta imunda — Paola agarra o meu cabelo para cima me forçando a levantar. — Cuida!
Espero que eles acabem logo esse sofrimento, ou mesmo acabarei.
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A vingança de Leôncio - LIVRO 2
RomanceContinuação da história "Bela Posse" Leôncio Hernández foi enganado por várias pessoas, a sua ex-falecida esposa fez uma emboscada para manter o seu casamento com o herdeiro do Cartel Hernández com a ajuda da Paola Flórida. Entregar o seu filho que...