17-𝙾𝚜 𝚝𝚛𝚒𝚐𝚎̂𝚖𝚎𝚘𝚜

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⚠️ Não esqueçam de colocar a música pessoal.
Kiss kiss 🫰🏻 boa leitura.

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𝙉𝙖𝙧𝙧𝙖𝙙𝙤𝙧:𝘾𝙡𝙖𝙧𝙠.

Meu corpo chacoalhava a cada curva que o carro fazia; a estrada estava cheia de percalços. Levanto a cabeça para tentar enxergar onde estávamos e vejo que o dia havia escurecido. O local era apenas uma estrada vazia, cercada por várias árvores enormes que cobriam todo o caminho. Havia apenas um motorista, e eu estava no banco de trás, deitada. Passo as mãos pela minha cabeça, conferindo o ferimento, e minha mão fica toda ensanguentada. As gotas de sangue caíam excessivamente, escorrendo pelo meu rosto gelado. Talvez pelo desgaste das lutas anteriores ou pelo ferimento, não conseguia sentir minha fonte de poder. Não era apenas isso; ele fez algo comigo.

Sem fazer muitos movimentos bruscos para não chamar a atenção do motorista, movo-me lentamente, retirando o cadarço do meu tênis. Ao removê-lo, enrolo cada lado em torno dos meus punhos. Espero mais alguns segundos, verificando se ele não percebeu que eu havia acordado, pois teria apenas uma chance. Meu coração pulsa mais rápido e meu rosto queima com a adrenalina. Pela primeira vez, me encontro sem poderes, vulnerável a qualquer ataque. Tento entender como ele fez para consumir toda a minha energia, e meus pensamentos me levam apenas ao objeto que ele usou para me atacar, algo com que deveria ter mais cuidado ao agir, pois mais um golpe daquele levaria à morte.

Depois de esperar, pulo em seu pescoço, passando o cadarço em volta dele enquanto me sento atrás do banco. Inclino-me para trás, colocando os pés na parte de trás da poltrona do carro, puxando com toda minha força o cadarço em minha direção. O motorista se assusta e solta o volante, segurando o tecido e tentando se soltar desesperadamente. O carro fica de um lado para o outro, fora de controle. Ele consegue puxar o cadarço para frente, fazendo-me ir junto, mas firmo novamente, inclinando-me para trás e chutando sua mão direita, que estava tentando pegar o objeto no banco do passageiro.

— Solta, sua vagabunda! — ele se contorce, gritando.

Depois de um tempo resistindo, chego ao meu limite; quase não consigo enxergar pela quantidade de sangue que escorre da minha cabeça. Então, abraço o banco, firmo uma das minhas mãos em um lado do seu ombro e puxo o cadarço com a outra, forçando o rompimento do seu pescoço e conseguindo executá-lo. Em seguida, passo para o banco da frente, abro a porta jogando seu corpo para fora. Tento controlar o carro, mas estava muito rápido. Piso no freio, afundando para baixo, fazendo com que o carro derrape e vire, batendo em uma árvore. Com o impacto da colisão, sou jogada para o banco do passageiro, caindo desengonçada de bruços.

— Fique longe de confusões, Clark. É tão difícil assim? — questiono, lembrando das palavras de Éclon. Levanto-me, toda dolorida, soltando alguns gemidos pela dor das ondas constantes que sinto, como se uma agulha estivesse perfurando meu cérebro. Firmo minha cabeça com as mãos e ajeito os pés, batendo em algo debaixo do banco. Inclino-me para baixo para pegar o equipamento que ele usou para me atacar; era um martelo com agulhas finas em sua base.

— Aquele cretino bloqueou minha fonte de energia — pego o objeto e o parto ao meio. Esse item era utilizado pela Eclosão em uma era de guerras entre as conclaves, inibindo os poderes das pessoas que se rebelassem. Abro a porta do carro e caio na neve; mesmo tentando ficar de pé, estava difícil locomover-me. Meus sentidos estavam alterados; ao ficar sobre os pés, sentia tudo girar ao meu redor. Com muita dificuldade, caminho até o corpo do homem que havia jogado para fora. Ao olhar para trás, avisto os rastros de sangue que deixei ao longo do caminho que percorri.

— Isso é péssimo; estou perdendo muito sangue — sento perto do seu corpo e coloco as mãos sobre seu estômago, virando-o de costas. Rasgo metade da sua blusa e enrolo-a sobre minha cabeça. Nesse intervalo, o local onde estávamos estava tomado pelo meu sangue. Ao passar a tontura, volto a revistá-lo, procurando por marcas do seu clã ou semelhantes às de Éclon, já que a arma era usada pela Eclosão, mas não encontro nada, apenas um "X" em suas costas, em uma cor vermelha.

Jᥲᥒᥱᥣᥲ᥉ d᥆ Tᥱ꧑ρ᥆Onde histórias criam vida. Descubra agora