31-𝚄𝚖 𝚗𝚘𝚟𝚘 𝚁𝚎𝚌𝚛𝚞𝚝𝚊

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Hi, leitores do tempo. Tenha uma boa leitura.

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Narrador: Jake.

Sonho:

Está escuro. Meu corpo gelado se movimenta nas águas como uma pedra afundando no mar. Estou cercado por água de todos os lados; meus pés e braços não se debatem inicialmente para subir à superfície. Aos poucos, vou afundando, afundando. Meus pulmões sentem a pressão da água e a profundidade do abismo que estou adentrando sem resistência. O ar se torna escasso a cada centímetro que me aproximo do fundo do mar. Debato-me na água com movimentos desesperados e agonizantes, segurando meu pescoço e balançando-o rapidamente em busca de ar. Estendo as mãos, na esperança de que alguém venha me salvar. Caio em câmera lenta, observando a luz que emana da superfície enquanto as mãos estão estendidas. As veias da minha cabeça saltam, explodindo de dor. Cerro os lábios, tentando evitar que a água entre, mas meu corpo inteiro está em extrema agonia.

"Tente nadar, Jake."

Abro os lábios, deixando a água entrar completamente e grito. À medida que grito, as bolhas cobrem minha visão. Logo, perco completamente a consciência.

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Salto da cama assustado, meu corpo está coberto de suor. Passo a mão pelo pescoço, limpando, e respiro ofegante, soltando alguns tosses com um incômodo na garganta. Tenho tido esse sonho todos os dias, e ele se repete a cada vez. Sempre acordo da mesma forma. O mais irônico é que nunca consigo nadar até a superfície; sempre desisto antes mesmo de tentar, e o final é a minha morte.

"Nem para sobreviver você é útil."

Sorrio ofegante com esses pensamentos. Ao olhar ao redor do quarto, avisto Atlanta sentada de frente para mim, perto da cama, com aqueles olhos aterradores. Como de costume, sempre que tenho esses sonhos, ao acordar, ela está me observando com aquele olhar fixo. Nos primeiros meses, eu me assustava, mas agora a ignoro, como se ela não estivesse realmente ali.

— Não gostamos do que você disse ontem. — Ela afirma enquanto jogo o cobertor para o lado e me levanto da cama, indo em direção ao banheiro.

— Essa era a minha intenção. Se não gostou, deveria ir embora. — Respondo, fechando a porta e retirando minhas roupas, que fedem a bebida. Entro no box e ligo o chuveiro na temperatura fria. Meu corpo não treme; esse é um dos momentos em que sinto que estou vivo e não preso em um pesadelo sem fim. Costumo arrancar alguns fios de cabelo.

"Você está bem. Eu estou bem, apesar de não conseguir dormir, do nervosismo e do medo constante de ferir alguém. Você está bem. Só estou vigilante, isso. Não, não é apenas medo; é como um ataque de pânico. Não consigo nem respirar, como se estivesse afogando. Quando estou afogando, tento manter a boca fechada até o último momento. E se eu não abrir a boca, não deixar a água entrar? Mas é impossível; é um reflexo. E se eu conseguir segurar até que o reflexo se manifeste, terei mais tempo. No entanto, não muito tempo. Tenho mais tempo para tentar sair da água. Mais tempo para ser salvo. Ou mais tempo para sentir uma dor horrível. O que importa é viver; um pouco de agonia vale a pena, é o que dizem. Mas a cada dia só piora. Antes, era apenas uma agonia; agora, é um inferno." — Abaixo a cabeça, escutando o som da água caindo e tocando o chão. Fecho os olhos e aprecio a sensação.

— Você tem um caso interessante hoje. — Ouço a voz dela ao fundo. Meus ombros caem, minhas narinas se abrem.

— Sai daqui, Atlanta.

— Dizem que ele é um serial killer.

— Já disse para sair. — Esmurro o vidro do box ao lado, e ele se quebra por completo, estilhaços se espalhando por todo o banheiro.

Jᥲᥒᥱᥣᥲ᥉ d᥆ Tᥱ꧑ρ᥆Onde histórias criam vida. Descubra agora