30- 𝙶𝚊𝚒𝚘𝚕𝚊

19 1 0
                                        

Hi, leitores do tempo. Espero que gostem e não esqueçam de colocar a música em sua leitura. 🔆

—————————————————————————

Narrador: Jake.

1 anos depois.....

Pergunto a mim mesmo como vim parar aqui. Estou sentado em uma cafeteria aconchegante, com uma estética antiga, predominando tons de marrom e um ambiente calmo, calmo até demais para Nova York. Este lugar se tornou uma rotina para mim; todas as noites, após o trabalho, venho aqui para fugir dos meus problemas ou martelar meus pensamentos. Enquanto observo as pessoas indo e vindo, percebo que seus semblantes são alegres, todos acompanhados, brincando e se divertindo juntos. Vejo-os passar rapidamente, como flechas, enquanto eu permaneço paralisado no centro da sala, assistindo a tudo. Todos estão vivendo suas vidas, e quanto a mim? Cogitei que seria sempre assim: apenas observando a felicidade alheia, mas essa felicidade parece não ser para mim. Às vezes, a escuridão é atraente aos meus olhos, mas, quando procuro a luz, ela se recua, afirmando que tudo o que tenho são dias sombrios. Ela não me permite ser feliz, não quer que eu saiba qual é essa sensação, nem por um instante. Ao ir ao caixa para pagar a conta, esses pensamentos me perseguem. Minha mente não descansa um só instante. Isso é o desgosto de ter que voltar para casa e encontrá-la.

— Senhor, você poderia olhar minha filha por um momento? — Ao ouvir a voz, viro-me para olhá-la. Sem responder, faço uma expressão rígida, indicando que não posso. No entanto, ela não espera e nem se importa, colocando a criança em meus braços. Pego-a sem jeito, e sua mãe corre para fora, e eu a acompanho. A criança se mexe, e eu me assusto, endireitando-a em meu colo. Vejo que o lugar em que estava sentado há poucos segundos permanece vazio, então retorno para lá, sentando-me e aguardando o retorno da mãe. Ao olhar aqueles olhos redondos e brilhantes, ela sorri — não foi um sorriso qualquer, mas um sorriso puro e acolhedor, como o sol, tão quente e aconchegante. "Você tem um lindo sorriso, garotinha." Balanço-a, brincando com suas mãozinhas minúsculas. Sem perceber, deixo escapar um breve sorriso; meu lábio se levanta, mas na fração de segundos seguinte volta ao seu estado normal.

— Pare de sorrir para mim; eu não gosto de crianças. — Advirto-a, pois ela não para de soltar suas gargalhadas, que derretem corações — exceto o meu, é claro. No entanto, a bebê continua a jogar seu charme.

— Do que você tanto ri? — Falo ríspido, aproximando meu rosto do dela. Ela coloca suas mãozinhas brincando com meu rosto; brinco mordendo suas mãozinhas, e ela as retira gargalhando.

— Muito obrigada. Você leva jeito com crianças. — Assusto-me ao me virar e ver a mãe de pé, observando tudo. Entrego a bebê de prontidão, mas ela solta um berro. Seu rosto começa a enrugar e fica vermelho; os gritos se juntam às lágrimas.

— Tudo bem, Aninha. O moço precisa ir embora. — A mãe a chacoalha, tentando acalmá-la. A bebê chorando estende os braços para mim, com aqueles olhinhos suplicantes pedindo para que eu a pegue de volta. "Não é justo; por que ela tinha que ser tão fofa?" Pego-a novamente e imito os movimentos que a mãe fez para ver se ela para de chorar, e funcionou, o que me surpreendeu.

— Você tem irmãos? — A mãe pergunta, com os olhos fixos na bebê, enquanto passa por mim. Engoli em seco e meus olhos se arregalam de espanto, sem saber o motivo para essa reação. Nessas situações, ainda sinto que perdi algo importante.

— Desculpe, estou sendo atrevida.

— Não se preocupe; eu que peço desculpas pelo meu jeito estranho. É que realmente não tenho. — Ao dizer isso, sinto uma estranha sensação. Forço um sorriso e ela retribui com um sorriso sincero e puro, como o de sua filha. "Vocês devem ser incríveis juntas."

Jᥲᥒᥱᥣᥲ᥉ d᥆ Tᥱ꧑ρ᥆Onde histórias criam vida. Descubra agora