21-𝙰𝚝𝚕𝚊𝚗𝚝𝚊 𝚎 𝚜𝚎𝚞𝚜 𝚓𝚘𝚐𝚘𝚜.

20 4 2
                                        

HI, leitores do tempo!!! Tenham uma boa leitura, espero que gostem.

____________________________________

Narrador: Clark

Ficamos deitados em silêncio por um tempo, observando o teto do quarto e respirando de forma ofegante após o auge do prazer. Ele puxou meu corpo para que eu me deitasse em seu peito e, enquanto passava as mãos pelos cachos do meu cabelo, eu deslizava as minhas pelas cicatrizes que adornavam seu corpo. Eram tantas marcas que seria difícil contá-las, cada uma representando um ciclo, uma vida que ele havia interrompido. Tentei afastar esse pensamento e, ao olhar para a cama, percebi que nossos corpos estavam manchados de sangue.

— Se nos vissem agora, achariam que participamos de um ritual. — Olhei para ele, sorrindo diante da situação em que nos encontrávamos. Ele sorriu também, mas não com um riso alto; suas expressões mostravam contentamento enquanto continuava a acariciar meu cabelo, parecendo refletir sobre algo.

— Você não sentiu nojo? — Perguntei. Ele franziu a testa, como se eu tivesse dito algo absurdo, e baixou o olhar em busca do meu.

— Foi o que tornou tudo mais excitante, ter o sangue dos seus inimigos e se deleitar no prazer da sua morte. — Um sorriso descontrolado surgiu em meu rosto ao ouvir suas palavras, o que me deixou tímida.

— Tudo bem, eu sei que posso ser um pouco diferente. — Ele depositou um beijo em minha testa e se levantou, me pegando no colo.

— O que você está fazendo? — Passei os braços em volta do seu pescoço, firmando meu corpo.

— Vamos nos limpar. — Ele caminhou até o banheiro.

— Juntos? — Arregalei os olhos, e ele sorriu, divertindo-se com meu desespero.

— Gostaria de entendê-la; termos várias intimidades não a incomoda, mas o simples fato de tomarmos banho juntos a deixa... — Coloquei a mão em seus lábios para impedir que ele falasse. Ele murmurou algo incompreensível. Nossos sorrisos estavam soltos, e tudo parecia nos fazer sorrir. Desisti de tentar convencê-lo a não tomar banho comigo. Éclon me colocou na banheira e se sentou atrás de mim, ligando a torneira. Ele puxou meu corpo para mais perto do seu e começou a passar a esponja por todo o meu corpo, em movimentos calmos.

— Você sabe que consigo fazer isso, né? — Virei-me para falar, mas ele voltou meu corpo para frente, ignorando minha indagação. Mesmo tentando manter minha mente limpa e sem pensar em nada, meus pensamentos estavam repletos de indagações e medos sobre o que viria a seguir. Fiquei temerosa e acabei triste com esses pensamentos.

— Você sabe que pode perguntar o que quiser. — Ele parou de passar a esponja e a colocou de lado, passando as mãos nas minhas costas. Eu me deitei em seu peito, enquanto ele se acomodava para ficarmos submersos na água. Enquanto pensava em quais perguntas fazer, ele acariciava meu busto, olhando para cima, perdido em seus próprios pensamentos ou talvez analisando os meus.

— Como você se tornou o poderoso e temido Éclon? — Perguntei, com um tom brincalhão e soberbo. Ele soltou um suspiro pesado, buscando as palavras certas.

— Há muito tempo, deixaram de contar a história de como a ordem surgiu e como houve a separação dos conclaves. Você nasceu com seus poderes, mas os meus foram concedidos. Todos os líderes receberam seus poderes e não falam sobre isso por um motivo plausível: para que pessoas como nós não acabem se perdendo por eras e séculos. Afinal, qual é nossa função se não equilibrar os universos, coexistindo apenas um de nós e não existindo em nenhuma linha do tempo, completamente desligados desse paradoxo do tempo, o que significa não ter laços, família ou amigos? O responsável por me dar esse poder eu encontrei uma única vez. Ele era um homem que possuía poder absoluto sobre todos os reinos, planos, tempo e espaço. No entanto, sua principal função hoje é controlar o tempo em seus três estados: presente, passado e futuro. Sua identidade nunca foi revelada; ele usava vestes pretas com um capuz cobrindo o rosto e tinha marcas escuras por todo o braço, com uma língua que nunca consegui identificar, mesmo tendo conhecimento de todas as línguas mortas. A única coisa visível nele eram as marcas. Não se sabe o motivo de suas intenções a respeito disso, mas ele distribuiu metade do seu poder, constituindo para cada um o seu próprio conclave e planeta, para reger sua função no universo. Depois de dividir essas atribuições, ele apenas desapareceu com o tempo. Não sabemos se ele vive entre os três tempos em forma física ou simplesmente deixou de existir. No entanto, todos o temem e o esperam. Continuamos desempenhando sua função mesmo em sua ausência. Porém, uma coisa é certa: se o tempo não desmoronou, ele continua ativo, regendo o que conhecemos sobre o tempo. Depois de nos dar esses poderes, viemos para a Terra, e cada líder procreou para gerar mais pessoas com habilidades. Por isso, alguns seres com poderes vivem na Terra, mas, devido a algum incidente ou à incapacidade da pessoa de ter essas habilidades, ela é levada ao esquecimento absoluto de quem foi um dia na ordem, sem consciência de seus poderes, religando suas linhas do tempo e se tornando humana, de certa forma. — Fiquei espantada com toda a história; havia tantas coisas que não conhecia sobre minha origem.

Jᥲᥒᥱᥣᥲ᥉ d᥆ Tᥱ꧑ρ᥆Onde histórias criam vida. Descubra agora