16-𝙰𝚝𝚎́ 𝚘 𝚙𝚘𝚛 𝚍𝚘 𝚜𝚘𝚕

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⚠️Não esqueçam de colocar a música, meus amores.
Kiss kiss 🫰🏻

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𝙉𝙖𝙧𝙧𝙖𝙙𝙤𝙧:𝘾𝙡𝙖𝙧𝙠.

Após sua fala, paro de sorrir e viro-me para a janela, confusa. Não conseguia entender seus verdadeiros sentimentos. O silêncio se instaurou no carro.

— Vocês fazem um trabalho mal feito. Por que não sumiram com meu carro também? — viro-me para Éclon.

— Tínhamos que ter uma história. Queria que jogássemos ele no lixo? — ele me encara.

— Ele não foi comigo, deveria deixar o carro que ele foi no local. — Éclon se cala.

— O carro não era dele, certo? Era do Brian? —  Por sua reação presumi que fosse isso. Éclon, acena com a cabeça, desgostoso ao ouvir o nome.

— Automaticamente, ao apagar a memória dele sobre eles, todos os pertences daquela pessoa são eliminados da existência para que não haja a incidência de um não se lembrar e outros sim, ou alguma associação — fala recitando, sem me importar com quem estivesse escutando.

— Naquela noite, eu vi apenas dois corpos; faltava mais um — levanto as sobrancelhas, assustada com o que disse.

— Ele está vivo? — Éclon cruza os braços e as pernas, voltando a olhar pela janela.

— Você apagou as memórias de alguém que ainda existe — falo irritada.

— Esqueça isso — continua na mesma posição.

— Você realmente não se importa? Um menino fadado a perder todos que ama precocemente, e agora você tirou o último resquício de alguém da sua família que ainda está vivo — balanço a cabeça, indignada com sua postura rígida e fria em relação a isso.

— Jonny, pare o carro — peço ao motorista.

— Jonny, não pare o carro, senão vou cortar cada uma de suas pernas — zomba ao me olhar, sabendo que o motorista tinha medo dele. O motorista fica apavorado.

Coloco a flor dentro da minha blusa, pulo para o banco da frente e destravo as portas, saltando para fora. Dou três cambalhotas, firmando as mãos no chão para diminuir o impacto, e fico de pé. Ao levantar, escuto o carro freando com força, parando logo à frente. Éclon desce do veículo e o motorista sai desgovernado.

— Não vamos voltar a isso — exclama.

— Vai embora — grito, indo em uma direção oposta à dele. Quando dou mais um passo, ele aparece na minha frente.

— Já disse que repudio esse tipo de atitude — coloca as mãos nos bolsos, me examinando, com o semblante sério.

— Já disse que odeio mentirosos calculistas? — empurro seu ombro, e ele balança para trás.

— Fiz o que deveria ser feito; o que você falhou em fazer — devolve o empurrão, mas consigo firmar meus pés no chão.

— Ele desistiu por achar que não tinha mais ninguém. Você tem noção de que, se não tivesse ocultado essa informação, ele não teria desistido? — empurro-o de volta.

— Claro, só iria atrás dele. Não sei em que mundo de fadas você está vivendo, mas isso faria as coisas ficarem ainda mais bagunçadas — altera o tom de voz.

— Não vou me desculpar por ser quem sou; não devo nada a ele. Fiz o que deveria ter feito. Ainda realizei seu pedido, demonstrando misericórdia e deixando você viver — aponta o dedo para mim.

— Ou fez isso porque tinha um desejo mútuo — bato em sua mão.

— Pode ficar irritada o quanto quiser, Clark; eu sou assim. Não sinto nada e não quero sentir remorso, culpa ou me preocupar com os sentimentos das pessoas — aproxima-se agressivamente, gesticulando com as mãos ao falar.

Jᥲᥒᥱᥣᥲ᥉ d᥆ Tᥱ꧑ρ᥆Onde histórias criam vida. Descubra agora