15-𝙲𝚒́𝚌𝚕𝚊𝚖𝚎𝚜

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⚠️Não esqueçam de colocar a música mores.
Kiss kiss 🫰🏻

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𝙉𝙖𝙧𝙧𝙖𝙙𝙤𝙧:𝘾𝙡𝙖𝙧𝙠.

Ao acordar, percebo que estamos deitados na cama. Éclon tem seus braços entrelaçados em mim, dormindo profundamente. Sinto sua respiração suave em meu pescoço, deitados na posição de conchinha. Não consigo lembrar como chegamos aqui, mas aproveitamos bem todos os cômodos da casa; um meio sorriso surge ao relembrar tudo.

— Terei que fazer tudo novamente para garantir que você não se esqueça — escuto sua voz rouca em meu ouvido. Retiro seus braços e me levanto, cobrindo meu corpo com o lençol que puxei da cama, obrigando-o a levantar.

— Achei que você estivesse dormindo — franzi a testa. Ele fica em pé à minha frente, completamente nu, e tento desviar o olhar enquanto converso com ele, era difícil resistir à sua presença.

— Não durm... — não o deixo concluir, pego o edredom e o lanço sobre ele. Ele o agarra com a mão direita, demonstrando reflexos ágeis.

— Cubra-se — resmungo.

— Prefiro assim — deixa o edredom cair no chão, fazendo-me olhá-lo de cima a baixo. "Foco, Clark."

— Não é como se já não tivesse visto ou usado isso — Éclon começa a se aproximar, mas ao chegar perto, coloco as mãos em sua frente, empurrando-o para se afastar.

— Isso foi um erro — tento não encará-lo.

— Embora suas palavras digam isso, seus pensamentos dizem o contrário — puxa meu braço, trazendo-me sobre si, entrelaçando seus braços em torno do meu corpo. Tento pegar o lençol que estava segurando, mas ele o atira para longe.

— Bem melhor — passa a mão sobre meu cabelo cacheado, desliza pelo meu rosto e levanta meu queixo para olhá-lo, segurando firmemente com ambas as mãos.

— Encare isso como um erro poético. Na literatura, não existe erro; o que parece um erro é apenas um tropeço inconsciente de uma caneta manipulada por uma mão ágil, guiada por uma mente cheia de inspirações — fico confusa com sua analogia.

— Uma bela forma de dizer que sou impulsiva — retiro suas mãos, soltando seus braços. Éclon não parece satisfeito com isso; quando vou me virar, ele segura meu quadril com força, fazendo-me sentir uma dor intensa, e solto apenas um gemido.

— Não queria te machucar — solta meu corpo delicadamente, olhando para baixo.

— Foi devido às lutas anteriores, não se preocupe, já estive pior — percebo que só agravei a situação ao tentar confortá-lo, pois a expressão dele se fechou novamente e seus olhos voltaram a ficar vazios.

— Éclon... — não sei o que dizer.

— Melhor se apressar, são meio-dia — diz, olhando o relógio na sala. Demoro a associar que ele se referia à ida ao Jake.

— Tudo bem — respondo, confusa com seu comportamento. Ele sai do quarto e o sigo até fechar a porta. Tomo outro banho, espantada com quanto tempo perdemos. Passamos metade da manhã juntos. Ao sair do banho, encaro o espelho e, pela primeira vez, vejo meus ferimentos, com hematomas por todo o corpo. Ignoro e visto minhas roupas habituais: calça jeans, blusa e all-star preto. Coloco um casaco peludo para o frio e, por cima, uma jaqueta preta de couro. Bato meus cachos na frente do espelho para deixá-los mais volumosos. Ao sair do quarto, ele já não está mais lá, nem suas roupas. Apenas restam a bagunça que fizemos anteriormente. Finjo que não estou chateada com a situação.

— É melhor assim, Clark — tento convencer a mim mesma. Pessoas como eu e ele nunca poderíamos ter algo assim. Pego meu celular e solicito um Uber, saindo e trancando meu apartamento. Ao descer pelo elevador, vejo o senhor Helman, meu chefe, conversando com Tomás, o porteiro.

Jᥲᥒᥱᥣᥲ᥉ d᥆ Tᥱ꧑ρ᥆Onde histórias criam vida. Descubra agora