29-𝚅𝚘𝚕𝚝𝚊𝚗𝚍𝚘 𝚊𝚘 𝚙𝚘𝚗𝚝𝚘 𝚒𝚗𝚒𝚌𝚒𝚊𝚕

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Hi, leitores do tempo. Espero que estejam bem!❣️
Boa leitura.🎵🎵
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𝗡𝗮𝗿𝗿𝗮𝗱𝗼𝗿: 𝗝𝗮𝗸𝗲

—Não quer sair. — Grito para mim mesmo, esfregando freneticamente minhas mãos ensanguentadas na água sob meus pés.

—Jake. — Ignoro seu chamado. Cheguei a um ponto em que, ao esfregar, já não sabia discernir qual sangue era de Clark e qual era o meu. O atrito constante machucava minhas mãos.

—Você não está ouvindo? — Ela coloca a mão em meu ombro e me vira, mas eu me afasto, esquivando-me dela.

—Não me toque. — Olho para baixo e vejo que minhas mãos continuam trêmulas. Embora as tivesse lavado, em minha cabeça ainda se sentia suja.

—Não, ela está viva, precisa estar viva. — Abaixo novamente as mãos na água e volto a esfregá-las, em estado de choque, com os olhos perdidos.

—Você fez o que era certo; ela iria te machucar.

—Cala a boca, cala a boca. — Grito. Atlanta se abaixa na mesma altura em que estou agachado, segura minhas mãos e as une, firmando-as e paralisando-me.

—Eu a matei, não foi? Matei todos eles? — Seguro o choro enquanto a encaro, atônito.

—Está tudo bem; não é tão ruim como você imagina. Agora estamos livres. — Sua personalidade mudou; antes agia como uma criança louca, mas agora estava calma.

—O que você está dizendo? — À medida que relembrava o que fiz, minha respiração aumentava gradativamente, dificultando a passagem do ar. Estava pesado. Puxo a respiração lentamente, tentando me acalmar para não ter outro ataque de ansiedade.

—Foi você, não foi? — Atlanta não demonstra nenhuma reação. Meu peito palpita, a dor é intensa, e a cada batida sinto que meu coração vai sair do corpo. Ela, percebendo meu estado deplorável, continua segurando uma de minhas mãos e coloca a outra em meu peito, repetindo uma respiração alternada. Sem perceber, acabo acompanhando-a, talvez por reflexo.

—Isso, bem melhor assim. — Respiramos juntos por alguns minutos, com os olhos fixos um no outro.

—Por que você me obrigou a fazer aquilo? O que fizemos para você? — Insisto, pois sei que ela fez algo comigo que me levou a atacar Clark. Mais cedo, vi quando ela a paralisou durante uma discussão com Éclon; essa foi a única conclusão palpável que justificava meu ato. Estava sendo controlado como uma marionete. Depois da confusão e de tê-los arrastado para longe, ouvi seus gritos ecoando por todos os lados, tanto de Éclon quanto de Clark, até que tudo ficasse em silêncio absoluto. Acreditava que, a essa altura, eles estavam mortos. Ancorava-me fielmente nisso, pois sabia que Clark não me deixaria aqui. Não tinha certeza de que isso era verdade, mas algo dentro de mim apenas sabia. Meus sentimentos estavam conturbados; queria deitar no chão e chorar por eles, mas, ao mesmo tempo, não sentia nada.

—Não é pessoal, mas precisávamos disso. — Ela acaricia meu rosto ao falar. Embora quisesse me afastar de seu toque, não conseguia mantê-la longe.

—Não somos o diabo, apenas estamos cansados de ser as vítimas. — Seu olhar estava centrado e focado; a satisfação de alcançar seu objetivo a deixava em êxtase. A mim, restava o medo: medo do que me tornaria em suas mãos, pois ela tinha total controle sobre mim. Algo mudou naquela noite em relação aos seus poderes; seu encanto anterior encontrou resistência da minha parte, enquanto agora eu não tinha mais a força de vontade para lutar, estava completamente entregue aos seus desejos. Minha vontade de viver estava sendo lentamente roubada.

—E agora? O que você quer de mim? Não basta ter matado os outros? — Ela sorri.

—Queremos tudo. — Diz sem emoção.

Jᥲᥒᥱᥣᥲ᥉ d᥆ Tᥱ꧑ρ᥆Onde histórias criam vida. Descubra agora