O ser se aproxima de nós, enquanto tento nos afastar. Ele é astuto em cada movimento, conseguindo se aproximar cada vez mais.
— Está com medo? — Ele para os passos.
— Não tenho medo por mim. — Continuo observando seu rosto e segurando Clark em meus braços. Parecia que a convulsão não ia parar nunca. Passo as mãos em seus cabelos para afastá-los de seu rosto, mantendo-a de lado na esperança de que isso ajude.
— Está bom por enquanto. — Ele estala os dedos e a convulsão para instantaneamente, o que me traz um leve alívio. Quase choro ao vê-la com um semblante tranquilo, em vez de dor. Contudo, fico preocupado com os danos que Clark possa ter sofrido pela duração das convulsões.
— Quem é você?
— Éclon. — Ele responde de forma direta e ríspida. Antes que eu possa fazer mais perguntas, ele desaparece, reaparecendo como várias neblinas escuras que começam a nos envolver até não enxergarmos nada ao nosso redor. Cubro Clark com meu corpo, caso ele faça algo, mas tudo permanece em silêncio. Quando a neblina se dispersa, percebo que estamos em um santuário, com dez enormes colunas brancas, quase impossíveis de medir em altura, formando um círculo ao nosso redor, e nós estávamos no centro.
— Que merda é essa? — Ao observar tudo ao nosso redor, vejo vários soldados da Eclosão se aproximando e se posicionando de cada lado das colunas, ajoelhando-se.
— O que vocês estão fazendo, seus cretinos? Vão orar por mim? — exclamo, mas continuam sem responder. Um deles se levanta e aparece ao lado de Clark, levando-a para fora do círculo. Tento alcançá-los, mas logo sou barrado por uma parede transparente que circunda todo o círculo, ficando preso dentro dele.
— Desta vez, vamos garantir que funcione. Se cooperar, iremos acabar com isso rapidamente. — Éclon exclama do lado de fora das colunas. Entro em um estado de fúria, tentando sair, mas bato na parede, que se torna mais rígida a cada soco. Minhas fraturas começam a doer, e sou tomado pelo cansaço. Caio de joelhos e permaneço assim; ao tentar me levantar novamente, surgem cinco correntes que me prendem ao chão, imobilizando meus braços, pernas e pescoço. Imagino que esse ritual seja para apagar minhas lembranças. Embora não esteja preparado para isso, é um fato que eles conseguirão o que desejam.
— Acho que não estou disposto a fazer isso. — Sorrio de canto, determinado a resistir até encontrar uma maneira de salvar Clark. Mesmo que ela não seja a pessoa mais importante em minha vida, é importante para Brian, e se tudo que ele disse for verdade, ela também tem importância para o meu outro eu em uma vida anterior. Ao procurá-la, avisto-a deitada perto do ser inumano, ainda inconsciente, enquanto ele está sentado em um trono em frente às colunas.
— Tenho uma condição. — Encaro o ser.
— Você não tem privilégios, Petrov! — Já esperava essa resposta.
— Podemos ficar aqui o dia todo, se preferir. — Continuo firme em minha postura.
— Como ousa falar assim com o senhor? — Um dos homens que estava no círculo tenta se aproximar, mas Éclon o interrompe, pedindo que se silenciasse com um gesto, e ele obedece.
— Iniciem o ritual. — Após suas palavras, sou arrastado para o centro pelas correntes e colocado de joelhos. Todas as minhas roupas desaparecem, me deixando nu.
— Vocês querem apagar minhas lembranças ou abusar de mim?! — Ignoram meu sarcasmo. Ao olhar novamente, vejo que Clark acordou e se levanta lentamente, com dificuldade, tentando vir ao meu encontro. Não esperava ver essa cena, especialmente daquela forma. É um pouco constrangedor, mas ela tenta se aproximar com tanta determinação que poderia até me fazer apaixonar por ela. "Não, isso está fora de questão", digo a mim mesmo.
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Jᥲᥒᥱᥣᥲ᥉ d᥆ Tᥱ꧑ρ᥆
Ficción General.... A ambiguidade do início de um ciclo pode gerar incertezas sobre quando se inicia efetivamente, especialmente quando se considera a teoria do caos. Essa teoria se revela na vida de Jake Petrov, um personagem que vive uma luta constante entre a i...
