Ele abre a porta e depois de me acomodar, dá a volta e ocupa seu lugar, saímos e o silêncio toma conta, me deixando ainda mais nervosa.Ele coloca uma música suave e isso de alguma maneira acalma meus nervos.
Resolvo quebrar um pouco o silêncio e pergunto
—Quem canta?
— Sia. Nunca ouviu essa música? — Balanço a cabeça que não, prestando a atenção na letra da música e o refrão parece muito com o que andei falando para mim mesma antes de vir para esse jantar, e é o que estou repetindo mentalmente. *And you can do it Don't break Yeah, you'll pull through it .
Eu vou conseguir, vale a pena tentar, eu preciso tentar.Alex dirige em completo silêncio e me perco ao olhar a noite e em como ela está linda, mas percebo seus olhares vez ou outra. Dez minutos depois chegamos no restaurante, o manobrista abre minha porta desço me junto a Alex que me espera na calçada, olho a fachada e vejo o nome Tableau One. Ele me conduz para dentro com a mão nas minhas costas e isso faz meu corpo arrepiar. A recepcionista nos indica a mesa e vejo que é uma bem reservada de ouvidos curiosos, o maître nos atende e peço um vinho pois estou nervosa e como não estou dirigindo me dou o direito de beber, Alex pede uma água com gás, o maître sai com nossos pedidos.
— Não vai beber um vinho ou Whisky?
— Não Samantha, estou dirigindo e quero está bem sóbrio para ouvir o que você tem a me dizer. — Ele me olha com aquelas lagoas penetrantes e por um momento me perco em seu olhar. Desvio os olhos e reparo no restaurante enquanto tomo coragem para conversar com ele sobre o que houve na boate.
— Bonito o restaurante, nunca tinha vindo aqui.
— Sim, e a comida é boa. Quando tenho tempo venho almoçar aqui. Meu amigo Arnoldo Ricci é o dono daqui.
— Já ouvi falar dele, ele é um ótimo chef pelo que leio nas revistas.
O maitrê se aproxima com nossas bebidas e nos trás o menu para escolhermos a comida. Peço tomates verdes com paleta de cordeiro e Alex pede frutos do mar. Comemos em silêncio e entre uma garfada e outra tomo minha segunda taça de vinho, pois o nervosismo ainda não tinha passado.
Sinto seus olhos em mim, sei que ele não vai aliviar para o meu lado, então depois de tomar uma respiração profunda coloco meus talheres no prato dando por entender que já terminei, tomo outro gole do vinho e olho pra ele, o vejo terminar sua refeição e sei que chegou o momento.
— Eu já te pedi desculpas, não deveria ter te pré julgado por algo que vi e nem ao menos te dei chance de se explicar. Esse é meu jeito e sei que não agi certo, a verdade é que não costumo ter esse tipo de entrosamento.
— E que tipo de entrosamento costuma ter Samantha?— Ele pergunta para me provocar e eu não corro de uma provocação.
— Sexo, somente sexo, sem jantar, sem romance, sem envolvimento, somente prazer.— Respondo e vejo ele levantar a sobrancelha.
— Você sabe que podemos ter jantar, romance e ainda sim ter um sexo prazeroso, bem prazeroso. — Ele diz me aquecendo com seu olhar.
— Mas não busco isso, sei que existe mas não é o que desejo e sempre deixo isso bem claro para não ter mal entendido.— Respondo enfática
— Vejo que temos uma divergência de pensamentos e de querer, nada que não possa ser mudado, é claro.
— Acho que você não ouviu, se tivermos algo será apenas sexo e nada mais, sem apego ou compromisso. — Falo mais ríspida, não gostando do jeito que ele falou.
— Eu ouvi bem o que disse Samantha. — Fala como se tivesse a última palavra.
Ele muda de assunto como se isso fosse assunto resolvido.
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O Recomeço
Romance"Quando recomeçar é a sua única saída, esquecer as dores e as magoas do passado e começar do zero torna-se uma missão quase impossível. Ela ainda se culpa por ter sido tão burra, a raiva ainda está na superfície, mas um lugar novo e pessoas novas sã...