If it's meant to be, it'll be.
Tantos sentimentos desencontrados.
Tantos medos e inseguranças.
Tantas lembranças guardadas e sonhos nunca esquecidos.
Tantos "e se" perdidos pelo caminho...
Mas talvez isso seja amor.
E se estiver destinado para ser...
Já passa da meia-noite de Milão quando entro no restaurante onde a Jade, sua equipe e alguns amigos já estavam depois de um dia cheio de trabalho. Chego no momento que o garçom se aproxima com as velas nas mãos e faço sinal para que ele deixe eu levá-las, as equilibrando com a rosa em minhas mãos. Me aproximo e o Pedro logo aponta para mim, fazendo a Jade se virar e me encarar, sorrindo. Todos estão cantando parabéns e eu logo entro no meio deles indo para perto dela, entregando a rosa primeiro e depois colocando as velas em suas mãos. Olho para a taça que ela segura, mas prefiro não atrapalhar esse momento.
Por um instante, ela parece esquecer de tudo o que está passando, e consigo ver felicidade em seu rosto. Seus olhos brilham e seu riso é solto. Beijo sua testa e a abraço de lado, entre os gritos dos outros. Em seu ouvido sussurro os meus parabéns e todo o meu amor, e ela se encolhe em meu abraço. Vejo um dos seus amigos se levantar me dando lugar ao seu lado, para onde vou. Antes que ela se sente, pego meu telefone e peço que me dê um sorriso, e ela o faz sem hesitar.
@iampauloandre: "a dona do sorriso mais lindo do mundo é também o amor da minha vida. ♥ que bom é celebrar a vida ao seu lado, gatinha! Feliz aniversário ♥♥♥ amo você!"
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Sorrio para o meu telefone e o coloco de lado, voltando minha atenção para ela que falava alguma coisa com a Nina. Aproveito e tiro da sua frente a taça de vinho branco que tinha a marca do seu batom. Ela percebe e me olha, desfazendo o sorriso.
"Você está tomando remédio, lembra? Não pode beber." - eu disfarço para caso alguém escute o nosso diálogo. A Nina me olha e dá de ombros, indicando que havia tentado sem sucesso evitar.
"Hoje é o meu aniversário. Eu mereço." - seu olhar me desafia e preciso controlar a minha mente para não iniciarmos uma discussão. Não quero estragar sua noite e muito menos inflamar toda essa revolta que ela carrega.
"Meu amor, por favor..." - eu peço, segurando sua mão. Ela abaixa o olhar, vencida, e afirma, me olhando em seguida balbuciando um 'desculpa'. Eu dou um sorriso e a puxo para beijar sua testa, e em seguida sua boca - "Você está maravilhosa..."
Quando terminamos de jantar já era bem tarde e voltamos para o hotel, embora eu tivesse insistido para que ela fosse com os amigos para uma balada. Entramos no quarto e ela foi logo em direção ao banheiro. Me sento na poltrona, olhando para a noite lá fora e logo escuto seus passos atrás de mim.
"Desculpa. Eu não devia ter bebido." - sua voz é culpada e não quero que ela se sinta mal justo em seu dia. O que tinha feito não era certo, mas não vou julgá-la por isso.
"Vem cá, vem." - coloco minha mão para trás e ela logo segura, dando a volta na cadeira e se sentado em meu colo - "Está tudo bem. É o seu dia, você sempre comemorou dessa forma, é como você celebra sua vida. E eu sei que você sabe que não deveria e não vai fazer isso de novo..."
