don't tell me it's not worth tryin' for

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(não me diga que não vale a pena tentar)

Barra Grande, 12 de maio de 2023.

[PA]

Eu olhava para o meu telefone inquieto, em busca de alguma notificação. Já passava das 15h e ela ainda não havia me mandado mensagem para que pudéssemos conversar, como havia me prometido na noite passada. Não conseguia acreditar que ela havia me passado a perna assim.

Depois que conversamos rapidamente ontem, ainda nos divertimos junto com os outros pelo resto da noite. Não tão próximos como sempre fomos, talvez como nas festas do BBB, mas sem conchinha no final. Que saudade da minha conchinha. Vê-la ontem, tão linda em um vestido que tinha a cor dos seus olhos, realçando cada curva daquele corpo que eu conhecia como a palma da minha mão, me arrancou suspiros. O sorriso não saia do seu rosto e eu me perguntava a todo instante se para ela estava realmente tudo bem a ponto de não sentir minha falta e se incomodar com a minha presença. Ela parecia ter superado e eu não conseguia esconder o fato de querê-la mais do que sempre quis, como nunca quis outro alguém.

Sai do quarto indo ao encontro dos meus pais na piscina em frente a praia, onde o PAzinho comia batata-frita sentado na mesa.

"Viu aonde os meninos foram? Acabei cochilando no quarto." – pergunto enquanto me sento e roubo uma batatinha do prato.

"Foram jogar futevôlei mais ali pra frente. Que cara é essa?" – minha mãe pergunta e meu pai levanta os olhos do celular para me olhar.

"Nada ué. Vou lá com eles. Não querem ir também? Tá gostoso aí em filho?" – dou risada vendo-o com a mão cheia de batatas levando a boca.

"Deixa ele terminar aqui. Estávamos esperando o sol abaixar mais um pouco para levá-lo um pouquinho no mar. Vai com ele Camilo, daqui a pouco eu vou." – levanto enquanto meu pai responde que vai esperá-la. PAzinho ameaça chorar me chamando e eu o pego no colo.

"Daqui a pouco você vai com a vovó, tá? Come sua batatinha ou vou pegar tudo pra mim hein" – digo fazendo cócegas em sua barriga e o vendo gargalhar voltando para o colo da minha mãe.

Caminhei desanimado até a praia, olhando por todos os lados sem encontrar o que – ou quem – eu queria. Os noivos já tinham partido para a lua-de-mel, vários convidados já haviam ido embora e eu tentei não pensar na possibilidade de ela ter ido também. Coloquei os pés na areia e de longe vi a arena de futevôlei montada à minha direita. Enquanto me aproximava, apertei bem os olhos sob os óculos escuros reconhecendo bem aquela pessoa de costas para mim dando o seu melhor com a bola. Impossível não reconhecer aquele mulherão de meio metro. Dei risada aliviado e tenho certeza de que ganharia um tapa se ela ouvisse meus pensamentos. Me aproximei e agradeci mentalmente por ninguém ter me gritado.

"Obrigado por me chamarem pra partida." – Tirei os óculos e fuzilei com o olhar o Gaigher e o Patrick que estavam sentados próximo a rede, enquanto Jade e Nina disputavam com Léo e o Têteu.

Ela se assustou quando ouviu minha voz e se virou para trás, e em questão de segundos seu rosto foi atingido pela bola cabeceada pelo Léo que a Nina não conseguiu parar.

"Porra Léo!" – ela diz com a mão no rosto. As bochechas vermelhas pelo esforço do jogo ganharam mais cor com a pancada.

"Porra nada, você se distraiu com o gostosão aí. A culpa não é minha" – Léo se justifica sentado para beber água.

Me aproximei dela preocupado e logo em seguida a Nina veio com uma garrafa de água gelada.

"Desculpa, marrentinha. A culpa foi minha." – Eu assumi, pegando a garrafa da mão da mão da Nina, a abrindo.

Meant To Be - JadréOnde histórias criam vida. Descubra agora