you breathe new life into my broken heart

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(você respira nova para dentro do meu coração partido)

Rio de Janeiro, 24 de fevereiro de 2025

@jadepicon: Eu não consigo me lembrar da minha vida sem você

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@jadepicon: Eu não consigo me lembrar da minha vida sem você. Desde o dia em que te peguei em meu colo pela primeira vez, eu soube que não amaria mais ninguém como eu amo você. Filha, obrigada por me escolher e ressignificar minha essência. Você se tornou a razão de tudo e há 365 dias eu vivo para te amar. E assim viverei todos os próximos dias das nossas vidas. Minha menina doce, sorridente, com os olhinhos curiosos mais lindos do mundo. Feliz aniversário, minha bebêzinha linda

Deixo o meu telefone de lado e me viro na cama, ficando de frente para a bebê adormecida ao meu lado. Ainda é bem cedo, mas eu mal consegui dormir essa noite, ansiosa por esse dia. Um misto de emoções tomaram conta dos meus pensamentos e do meu coração. Estou revivendo tudo o que antecedeu a sua chegada e o que aconteceu nesse mesmo dia, há um ano. A negação com a noticia inesperada da gravidez. Todas as vezes em que me recusei a aceitar que um bebê crescia dentro de mim. O medo de perdê-la naquele acidente me fazendo enxergar que eu já não podia viver sem ela. Os últimos meses que se arrastaram. Arrumar as coisas dela, o incômodo ao acordar, a surpresa na sala da Vivi, o medo no caminho para o hospital, a dor alucinante que me acompanhou pelo resto da tarde, o desespero tomando conta do meu corpo, a falta de confiança em mim, a força que eu nem sabia que tinha mas que precisei encontrar para trazer o meu grande amor ao mundo. E aí ela chegou, transformando tudo dentro de mim. Nunca vou me esquecer do seu rostinho a me encarar ainda na água. Tão pequenininha que eu e toda minha falta de jeito com crianças, segurava com todo cuidado do mundo e não queria que ela saísse do meu colo. Os primeiros dias dolorosos e desesperadores da amamentação até que ela se tornasse nossa maior expressão de amor e cumplicidade. Foram tantos momentos maravilhosos vividos durante esse ano, e eu não consigo conter as lágrimas ao me lembrar da nossa trajetória.

Acaricio o rosto dela e abafo um soluço em meio ao choro. Eu sempre me achei forte, mas depois que a Maya chegou, descobri que eu precisava ser mais e que ela me daria o que preciso para me manter de pé diante de qualquer coisa. Algum dia ela saberia que foi a responsável por me aproximar, de uma forma que nunca pensei, da minha mãe. Todas as nossas diferenças se findaram com sua presença marcante desde que soube da gravidez. Sem o seu cuidado, incentivo e amor, eu não sei se conseguiria. Ela esteve em todos os momentos me dando colo, me entendendo, colocando meus pés no chão e, principalmente, sendo uma avó maravilhosa para a minha princesa.

Respiro fundo sem poder me esquecer do pai da Maya. O PA segurou a minha mão desde que eu mostrei aqueles testes para ele, completamente desnorteada. Ele amou a nossa filha por nós dois, por um bom tempo, enquanto eu ainda não conseguia amá-la. Nos seus olhos eu encontrei forças para conseguir dar vida ao nosso amor. Nossa história começou da maneira mais louca que poderia e se fortaleceu com a chegada da nossa princesa. Eu me apaixonava diariamente pelo namorado carinho e pai dedicado que ele era. E apesar de todos os esforços, tentativas e segundas chances, algo entre nós, nunca conseguiu se ajustar: a minha necessidade de ser priorizada e a sua dificuldade em se desapegar das suas origens e do seu passado para viver o presente conosco. E foi justamente quando ele soltou a minha mão, depois que a estendi mais uma vez disposta a tentar, que eu decidi ser a mulher que eu queria que a minha filha se orgulhasse. Eu mais do que ninguém sei o quanto é difícil não ter os pais juntos. Mas sei ainda mais que o melhor que eu poderia fazer por ela era me afastar daquele amor que já não preenchia, só me afastava.

Há um mês nosso relacionamento chegou ao fim. Depois das promessas feitas em Nova York vivemos 3 meses de muita parceria, alegria e amor. Eu realmente acreditava estar sendo uma prioridade em sua vida. Mas ele parece ter se cansado ou não conseguiu segurar esse lado por muito tempo. Veio a decisão de entregar o apartamento no Rio e voltar para Vila Velha, para focar nos treinos e na carreira. Senti que muito dessa pressão vinha do seu pai, mas preferi me manter calada quanto a isso. Sem contar a pressão da mãe do filho dele, que nunca deixou de contar e desestabilizá-lo. Eu não sei até onde o PA se envolveu com essa mulher no passado, mas com certeza não foi pouca coisa e as contradições que eu relevei por muito tempo se intensificaram. Nunca foi uma questão o estar com o Peazinho, pelo contrário. Mas a minha intuição falou mais alto e, ao perceber que talvez ele não estivesse tão seguro assim, fui eu quem resolver pressionar. E ele não aguentou. Jogou a toalha e eu a deixei no chão. Não tinha mais forças para lutar com quem não fazia questão nenhuma de se levantar para encarar os fatos.

Dessa vez não havia mais volta e nossa relação se resumia à nossa filha. Eu sempre fui independente demais para me submeter às incoerências de homem mimado o suficiente para não se posicionar, e que eu já não reconhecia. Olhar para minha filha era o que me dava forças para não deixar fraquejar essa mulher que eu sempre fui e que queria que ela fosse.

Dou um sorriso ao vê-la se mexer na cama, ameaçando despertar. Espero tranquilamente que seus olhinhos se abram, enquanto acaricio seus cachinhos desalinhados. Se quando nasceu ela era minha cara, agora a Maya é uma bela misturinha de nós dois.

"Bom dia, bebêzinha!" - eu a encaro e ela me olha tentando acordar e espreguiçando as perninhas gordas - "que preguiça."

Ela levanta o braço para me alcançar e se vira ainda mais para se encaixar em meu abraço, agarrando meu cabelo e suspirando. A aperto em meu abraço e é a minha vez de suspirar, emocionado. O que nós tínhamos me preenchia completamente. Eu não preciso de mais nada. Encho seu pescoço de beijos e ela dá uma risada rouca de sono.

"Feliz vida, meu amor. Você é a melhor coisa que aconteceu na minha vida, e a mamãe é muito, muito feliz por ter você. Obrigada por ser minha menininha e encher meu coração do amor mais lindo que eu já experimentei. Te amo. Muito. Muito. Muito. Do tamanho do infinito." - eu seguro seu rostinho que me encara curioso e deixo um beijo em sua testa - "Minha princesa."

A Maya faz força pra se levantar e eu a sento na cama. Mas logo em seguida se joga sobre mim, me abraçando. Nossas manhãs continuam assim, cheia de carinho, chamego e muito, muito amor.

"Que abraço gostoso." - eu digo a enchendo de beijos - "Hoje você tem um dia lindo pra viver. Tá todo mundo chegando pra comemorar o seu dia e eu vou ter que dividir a minha garotinha com muitos colos."

Me endireito melhor na cama, recostada na cabeceira, a deitando em meu colo. A Maya coça os olhos, manhosa e tiro seus cabelos do rosto. Não importa quão grande ela fique em meu colo, vai ser sempre a minha bebêzinha. Só minha.

"Agora..." - ela sorri, agarrando a minha roupa e eu toco o seu nariz - "...o mamázinho da minha bebêzinha." - é a minha vez de dar um sorriso vendo seus olhinhos brilhando me encarando ao começar a mamar.

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Alguém saiu de mocinho a vilão da nossa história.

E a Jade e a bebêzinha dela merecem alguns capítulos pra encerrar essa história.

Meant To Be - JadréOnde histórias criam vida. Descubra agora