loving can hurt sometimes

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Amar pode machucar às vezes

Rio de Janeiro, 4 de outubro de 2024

[PA]

"Tá por aqui ainda, Moniquinha?" - eu pergunto assim que ela abre a porta pra mim.

Havíamos chegado de Paris há 3 dias, e de São Paulo eu fui direto para Vila Velha buscar o Peazinho. Como eu tinha prometido trazê-lo para cantar parabéns para a Tia Zádi dele, aqui está ele comigo na casa dela.

"Oi querido. Como vim com ela pra cá, resolvi ficar até o final de semana." - ela me cumprimenta - "Oi Paulinho, você veio matar a saudade da sua irmãnzinha, foi? E esse cabelo mais lindo?" - o meu filho se esconde entre minhas pernas, envergonhado. Eu seguro seu braço, o trazendo para a minha frente.

"Pra falar a verdade, ele tá mais ansioso pra ver a Jade do que a Maya." - eu digo, entregando - "Ela já chegou do futevôlei?"

"Não foi hoje. Chegou já era de manhã, ficou esperando a Maya acordar porque ia querer ela, e agora tá apagada lá. Levei a bebê pra soneca e ela mal abriu o olho." - a Mônica relata e eu afirmo. Eu sabia que a gente tinha saído na noite passada e tento me enganar que suas saídas não me incomodavam, quando na verdade me deixavam inquieto.

"Então deixa ela dormir. Vamos ver a nossa Ursinha, campeão. Tá acordada né?" - eu pergunto enquanto vamos caminhando pela sala. Antes que a Mônica me responda, ouvimos os gritinhos estridentes da Maya vindo da cozinha.

"Bem acordada. Vai almoçar agora, escuta os gritos." - ela diz quando chegamos na cozinha - "Olha quem veio te ver vovózinha!"

A Maya abre o sorriso de 1 dente e meio e balança os braços e as pernas sentada em seu cadeirão. A Lu terminava de colocar o babador em volta do seu pescoço e eu sinto vontade de esmagar a minha princesa.

"nenémm" - o Peazinho perde toda a vergonha ao ver a irmã, indo até ela e segurando seu pé - "imão chegô" - a mão da Maya alcança seu cabelo, agarrando uma trança e dando mais um dos seus gritos - "ai, não puxa"

"Oi minha gatinha..." - solto a mãozinha dela e me agacho dando um cheiro em seu pescoço, fazendo ela se encolher, dengosa. - "Cheirosa..."

"Acabou de tomar banho." - a Mônica diz, pegando o prato sobre a mesa - "Você dá, papai?"

"Claro! Vamos comer tudo, ursinha. Já sei que hoje tem tudo o que você gosta." - me sento ao seu lado e coloco o Peazinho no meu colo - "Me ajuda, filho?"

"Sim! Mas esse é ruim..." - ele aponta para o brocólis que eu dei para a Maya segurar. Ele não gostava de jeito nenhum.

"Ela ama esse Peazinho." - a Mônica responde e me olha - "Vou te deixar com ela e arrumar a bagunça lá no banheiro. A Lu está terminando o almoço, vocês ficam né?"

"Comidinha da Lu, é claro que eu fico." - pisco para ela que riu, me entregando o copo de suco da Maya - "Abre o bocão, filha..." - eu digo levantando a colher para ela.

Ficamos longos minutos ali, entre risadas, colheradas e muita comida na mão e na mesa. O Peazinho se divertia com ela, que não parava de gargalhar para o irmão. Dei a última colherada e deixei o prato no balcão. Um bico de reclamação surgiu em seu rosto e ela logo começou a chorar. Limpo sua boca e o Peazinho segura o copo à sua frente, incentivando que ela pegue e leve a boca. Fico olhando para os dois e só consigo pensar em como o tempo está passando rápido.

"Vamos lá pra fora, descansar esse barrigão." - tiro o seu babador e coloco meu filho no chão, ficando de pé. A Maya se agita e eu a pego no colo, beijando mais uma vez o seu pescoço. A Mônica se junta a Lu na cozinha e antes de irmos para a área da piscina, ela entrega um copo de suco para o Peazinho, que vem correndo atrás de mim. Sento com a Maya no tapete que tem lugar fixo entre os sofás da varanda e ela logo se joga atrás de algum brinquedo - "tá quase engatinhando hein? Pode parar de crescer rápido assim."

Meant To Be - JadréOnde histórias criam vida. Descubra agora