I need someone who needs mе

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(eu preciso de alguém que precise de mim)

Rio de Janeiro, 28 de maio de 2023

[JADE]

Tirei o dia para me mimar. Praia pela manhã, ceviche para o almoço, piscina à tarde. A Nina havia saído para o aeroporto no meio da tarde, pois ia passar a semana em São Paulo, e aproveitei que estava sozinha para terminar um livro que estava parado e curtir uma sauna para fechar o dia. Precisava desse tempo para mim, colocar as ideias no lugar e acalmar o meu coração. Era pouco mais de 19h, quando sai do banho e me troquei para decidir o que iria comer. Estava descendo as escadas quando o interfone tocou, o porteiro me avisou que tinha visita e eu liberei a entrada. Caminhei calada, e ainda dentro de casa, vi um carro parar na minha porta. O portão já estava aberto e eu parei atrás da minha porta, respirando fundo, até escutá-lo bater.

Abri a porta pela metade e me recostei nela. Parado à minha frente, recostado no batente, Paulo André tinha os olhos angustiados me encarando.

"Oi." - sua voz era quase inaudível, mas ecoou nos meus ouvidos.

"Ei." - eu me limitei a dizer, e não consegui esboçar muita reação.

Se eu fosse seguir a minha razão, nem abriria essa porta, inundada por um misto de raiva e decepção. Mas, seguindo o impulso do meu coração, eu estava aqui, olhando para aquele que esperei bater à minha porta por duas semanas. A tensão era palpável na pequena distância entre nós dois. Eu tinha muito a dizer e muito para ouvir. Só que, por alguma razão, naquele instante não haviam palavras. Só saudade. 

E eu me deixei levar quando sua boca encontrou a minha em um beijo desesperado. Com uma mão segurando minha nuca e a outra apertando a minha cintura, ele parecia ter medo que eu escapasse. E eu o faria, se parasse para pensar por dez segundos. Mas eu também tinha pressa, eu também precisava sentir o seu gosto. Dei alguns passos para trás, abrindo passagem na porta, onde ele me encostou depois de fechá-la. Na ponta dos pés eu levei minhas duas mãos ao seu pescoço e o puxei para mais perto, se é que isso era possível. Sentia o ar faltar, mas não queria tirar os meus lábios dos deles e separar a dança das nossas línguas, em perfeita harmonia, em nossas bocas. Nossas mãos estavam inquietas e se preocupavam em não deixar que nossos corpos se desgrudassem. Soltei um gemido baixo em meio ao beijo, implorando pelo ar e ele cedeu, descendo os beijos para o meu pescoço e mordiscando a minha orelha.

Não sei o que aconteceria depois daqui, mas eu queria, nem que fosse pela última vez, viver o que estava prestes acontecer, ali mesmo, naquela sala.

Ele pressionou o meu corpo na porta e eu senti urgência em voltar a beijá-lo, me pendurando em seu pescoço e enlaçando minhas pernas em sua cintura. O beijo era intenso e eu sentia o meu corpo pulsar de desejo enquanto ele caminhava comigo em seu colo até o sofá, onde me deitou e se posicionou sobre mim. Apoiando as mãos no sofá, ele se distanciou para me olhar e nossos olhos se encontraram de uma forma profunda, queimando em agonia por nós dois, enquanto eu ofegava debaixo dele. Ele queria permissão, e eu não hesitei em balançar minha cabeça, cedendo.

Me endireitei sob ele enquanto o via tirar a sua camiseta sem desviar seus olhos de mim. Puxei a sua bermuda e em questão de segundos ela estava no chão da sala. Suas mãos abriram a minha blusa em gestos rápidos e desceram pelo meu corpo arrastando meu short pelas minha pernas. Ele voltou beijando cada pedacinho delas até chegar na minha calcinha, e seus olhos arderam em chamas quando me olhou e viu que eu já havia tirado o meu sutiã. Arqueei meu corpo ao sentir sua língua subindo pela minha barriga, lutando para controlar minha necessidade. Senti nossos corpos se tocarem exatamente onde deveriam e antes que sua boca chegassem aos meus seios, desci minhas mãos arranhando suas costas.

"por favor..." - consegui sussurrar quase em desespero e ele entendeu no mesmo instante, afastando as minhas pernas, puxando a minha calcinha e adentrando o meu corpo com o seu. Nós tínhamos pressa em sermos um, nossos corpos se necessitavam e não havia tempo para provocação ou qualquer outra preliminar. Ele se movimentava de forma voraz e eu correspondia na mesma intensidade. Nossa química era fervorosa e os gemidos ganharam som em meio aos beijos sedentos enquanto nossas línguas e nossas intimidades estavam em perfeita sintonia. Apesar da quase brutalidade com que nossos corpos se satisfaziam naquele sofá, ele sabia ser carinhoso. Enquanto entrava e saia de dentro de mim, uma de suas mãos segurava o meu pescoço e a outra acariciava meus cabelos. Tomávamos fôlego entre os beijos, sempre com nossos olhares presos um no outro. Senti seu corpo perder força sobre mim, gemendo de satisfação ao mesmo tempo em que o meu tremeu de prazer. 

I want to scream and shout (Eu quero gritar e berrar)

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I want to scream and shout (Eu quero gritar e berrar)

cause I'm losing any doubt (porque estou perdendo quaisquer dúvidas)

and all I care about is you and me and us and now (tudo com que me importo é você, e eu, e nós e o agora)


Foram os minutos mais intensos que vivemos juntos. E o silêncio que se seguiu nos longos minutos seguintes só tinha companhia das nossas respirações ofegantes.

Seu corpo molhado de suor grudado ao meu, me cobrindo e me protegendo. Seu rosto afundado em meu pescoço. Sua mão entranhada em meu cabelo, se mexendo vagarosamente em um carinho que só ele sabia fazer.

"eu amo você..." - ele levantou o rosto e segurou o meu para que o encarasse. Senti meus olhos molhados ao perceber o medo em sua voz na certeza das suas palavras.

Virei o meu rosto, desviando o meu olhar do dele. Talvez essa frase fosse tudo o que eu quisesse ouvir, mas naquele instante eu ainda me permiti sentir medo.

"eu preciso de alguém que precise de mim, PA... por inteiro" - voltei a cruzar os meus olhos com os seus, e deixei que lágrimas silenciosas molhassem o meu rosto.

Meant To Be - JadréOnde histórias criam vida. Descubra agora