If it's meant to be, it'll be.
Tantos sentimentos desencontrados.
Tantos medos e inseguranças.
Tantas lembranças guardadas e sonhos nunca esquecidos.
Tantos "e se" perdidos pelo caminho...
Mas talvez isso seja amor.
E se estiver destinado para ser...
( preciso ficar consciente em meio à loucura e ao caos)
Rio de Janeiro, 09 de março de 2024
[JADE]
Um caos. É assim que vejo os últimos quinze dias em minha vida. Vou do choro ao riso em segundos. Da alegria extrema à tristeza profunda em minutos. Vou da loucura à calmaria em horas. Meus dias tem sido uma montanha-russa em constante movimento. Toda essa loucura vale a pena quando estou com a Maya em meus braços me olhando com aqueles olhinhos de ternura. Mas me permito sentir o quanto a minha rotina está longe de ser o que eu consigo planejar.
A minha mãe está comigo desde antes da Maya nascer, e eu, sinceramente não sei como vou me virar quando ela for embora. Ela é o meu porto seguro para que eu possa ser o da Maya. A minha sogra está aqui novamente, depois de ter ido ao Espírito Santo levar o PAzinho e ficar uns dias por lá. Será que elas podem morar comigo para sempre? O PA também tem ficado direto aqui. Me pergunto várias vezes no dia se não estamos levando uma vida de casados e isso me assusta muito. Eu só tenho 22 anos, essa não é a vida que que eu queria estar vivendo. Não tinha nada a ver com a nossa filha, ou com ele. Tem a ver comigo, com minhas projeções e a minha realidade.
"Jade, são 6h da manhã. Não acha que está um pouco cedo?" - ouço a voz do PA me perguntar do quarto, e termino de prender o meu cabelo para o alto. Saio do banheiro e dou de cara com uma cena que me fez parar por alguns segundos.
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"Você não está levantando ela não, né PA? Ela acabou de mamar, vai colocar tudo pra fora na sua cara." - eu digo e me sento na cama para calçar o meu tênis - "Eu já estou acordada. Não tenho muito tempo a perder antes que ela precise de mim outra vez."
"Ela gosta de ficar no alto." - ele diz levantando a Maya outra vez. Eu ia falar alguma coisa, mas ela foi mais rápida e paro olhando com satisfação para a cena - "Caraca, que boca hein Deja? Poxa, Jadezinha, no rosto do papai?" - ele desce a Maya a colocando deitada em suas pernas. - "me dá alguma coisa. Que coisa fedorenta."
"Eu avisei, né?" - pego uma fralda que estava jogada na cama e jogo pra ele, que limpa o rosto com uma cara de nojo. Me abaixo e beijo a bebê que mexia os bracinhos se irritando por estar deitada - "Muito bem, bebêzinha. Sujou o papai bobão sem se sujar."
"Preciso me lavar, o cheiro não sai. Pega ela." - ele resmunga e eu pego a Maya que se aninha em meu colo. Vejo ele ir até o banheiro e fico rindo enquanto caminho com ela pelo quarto. Eu estava perdendo tempo. Pelos meus cálculos eu tinha umas duas horas antes de precisar amamentá-la outra vez. Vou até a porta do banheiro e ele para na porta me encarando -"Tá gostosa hein?" - ele diz me secando em meu short e top de treino.
"Bobo. Segura ela, preciso correr. Vou colocar uma blusa." - eu ainda não me sinto pronta para sair por aí com a barriga de fora. Passo a Maya para ele e ela começa a chorar.
