I'm giving up, I know for sure

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(eu estou desistindo, eu tenho certeza)

Rio de Janeiro, 03 de março de 2025

[JADE]

Uma tarde que começou fria terminou com um sol maravilhoso e eu não perdi tempo quando João e Alan nos chamaram para uma praia. Foi o tempo de dormir mais um pouco para as nuvens se dissiparem e logo eu e Nina estávamos com nossa galera pegando um aqui perto de casa. E eu não poderia ter aproveitado mais. Tudo estava muito leve, tranquilo e agradável e eu estava me permitindo viver aqueles momentos. Depois da praia, comemos em uma das barracas ali mesmo,  os meninos vieram nos trazer em casa, andando mesmo. Evitei muito contato com o Alan, porque acho que ainda é cedo demais para virar alvo de fofoca, mas a verdade é que nossa troca de olhares entregava qualquer tensão entre nós dois.

Estávamos nos aproximando de casa quando ele colocou as mãos nos meus ombros e veio andando atrás de mim. Quando viramos a rua da minha casa, eu gelo por alguns segundos e acho que ele também, pois apesar de manter as mãos em mim, também diminui os passos.

"Tudo bem." - coloco minha mãos sobre a sua em meu ombro e retomamos o ritmo. A Nina resmunga qualquer coisa com o João e eu balanço a cabeça rindo. Respiro fundo ao me aproximar do portão de casa, onde o PA está parado recostado no carro, depois de desistir de entrar ao nos ver chegar. - "E aí?" - me limito a cumprimentá-lo. O Alan tira as mãos dos meus ombros e os três o cumprimentam com poucas palavras.

"Vamos entrar, ainda dá tempo de pegar uma piscina." - a Nina diz e eu afirmo. Entrego minha bolsa a ela e os três entram.

"Achei que você fosse descansar..." - ele diz, com um tom de cobrança.

"Descansei um pouco e aproveitei pra curtir uma praia." - respondo, não vendo problema nenhum nisso.

"Já está assim pra todo mundo ver?" - ele aponta para dentro da minha casa e eu dou um sorriso cansado - "Rápida, hein?"

"Assim como, mano? Você não viu nada demais. Me erra." - digo sem paciência - "Como foi hoje a tarde? Tranquilo?"

"Claro que sim. Aproveitamos bastante também." - eu afirmo e fico em silêncio esperando que ele continue - "Mas ela ficou meio enjoadinha no final da tarde. Não sei se é uma boa ideia deixá-la sozinha..."

"O que ela teve? aconteceu alguma coisa?" - pergunto, ansiosa, fazendo menção de entrar em casa - "E ela não vai ficar sozinha, nem vem querer acabar com minha noite PA..."

"Não aconteceu nada, mas notei que ela ficou mais enjoadinha na última hora. Por isso até trouxe logo, mas você não estava em casa...deve ter mais de 1 hora que cheguei." - ele diz irritado e eu reviro os olhos.

"Pois eu cheguei. Fique a vontade para ir embora..." - caminho até a porta e o encaro, agora irritada também.

"Não deixa de me avisar qualquer coisa, e ainda acho melhor você ficar com ela hoje..." - ele insiste e eu tenho vontade de gritar.

"Pode ficar tranquilo que eu sei o que é melhor pra minha filha. Se ela precisar que eu fique, pode ter certeza que eu ficarei. Não se preocupe, sua noite tá garantida papai." - despejo sobre ele que me encara inquieto e antes que possa dar uma resposta, já estou dentro de casa e o portão fechado. Incrível como agora ele consegue acabar com o meu dia com algumas frases e comportamento. Entro em casa e vou em direção a piscina. Já não tinha sol, e minha mãe estava sentada na borda, segurando a Maya de pé na parte rasa. Abro minha boca chocada, porque tenho certeza que ele mandou essa tentando me atrapalhar pois sabe que a Maya é a minha fraqueza - "Mãe, está tudo bem com ela?"

Meant To Be - JadréOnde histórias criam vida. Descubra agora