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Estava deitada naquela grande sala, encarando o enorme lustre. Minha visão foi até um dos empregadores, removendo um dos valiosos quadros.

Quando percebi qual era o quadro, sai do sofá tão rápido que minha pressão caiu por uns instantes.

ㅡ Você não pode tirar ele. ㅡ Parei o homem, que me encarou surpreso pela interferência. ㅡ Este aqui não.

ㅡ Tenho ordens de seu pai para retirar todos e levá-los até o leilão. Por favor, solte imediatamente. ㅡ Segurei firme no quadro, puxando para mais perto de mim.

ㅡ As vezes você tem os mesmos costumes fúteis de uma criança, S/n. ㅡ Meu corpo ficou rígido, a força com que segurava o quadro diminuiu. ㅡ Largue agora mesmo.

ㅡ Mande ele largar. ㅡ Apontei com a cabeça para o empregador, exausto. ㅡ Leve tudo, pai, menos este quadro.

ㅡ Desapegue dele, menina. ㅡ Se aproximou, ficando entre meio a mim e o rapaz. Meu pai segurou meu braço firme. ㅡ Antes que eu mesmo o faça.

ㅡ Esse é o quadro da minha mãe, ele me pertence, o senhor sabe disso. ㅡ Meu tom era baixo e ameaçador, o mesmo tom que passei a vida inteira escutando do homem que me criou. ㅡ Por favor.

Papai pareceu recuar, deixando a face mais leve e os braços menos rígidos sobre o quadro florido. Ela se afastou, tirando a mão de cima da obra que tinha a assinatura de minha mãe.

ㅡ Pode largar este, leve o outro. ㅡ Disse ao rapaz, apontando para um quadro aleatório que comprou em um leilão qualquer.

Mesmo o quadro sendo pesado, agarrei em mim e deixei encostado na parede, admirando o como minha falecida mãe era talentosa.

O quadro constituí em um grande jardim lindo com flores roxas de lavanda, o céu em um degradê perfeito em cores roxo, rosa, amarelo e laranja. Uma garota está no centro, seus cabelos pretos, longos e andulados voavam em direção ao vento, o mesmo direção que as árvores de folhas verdes e as flores corriam do vento na arte. Essa criança sou eu, e o quadro é todo em minhas cores favoritas de quando era criança.

ㅡ Guarde no seu quarto antes que eu mude de ideia. ㅡ Disse meu pai, com sua postura rígida, arrumando sua gravata.

Assisti o homem alto e moreno se afastar, indo atrás de outros empregadores levando imóveis de anos para fora. É triste ver essa situação.

Cresci em uma família rica, meus pais foram vítimas de um casamento arranjado trazendo ainda mais dinheiro para a família que vinha de anos na classe burguesa.

Mas infelizmente, houve um golpe de empresa com um dos parceiros de negócios, e a empresa agora passa por um caos que não sei muitos detalhes. Papai sempre tentou me tirar o máximo possível do rumo de negócios, deixando no centro de tudo o meu irmão mais velho.

ㅡ S/n, vai mesmo insistir em arrastar esse quadro por essas escadas até o seu quarto, mesmo ele sendo maior que você? ㅡ Parei de tentar carregar, olhando para onde a voz vinha.

Meu irmão é um homem bonito, pele morena assim como toda a nossa família, cabelos escuros e cortados em um corte pequeno, sua sobrancelha com um corte, além do terno, que nunca saia de seu corpo.

ㅡ Eu consigo, tá bom? ㅡ Tentei apoiar o quadro em meus braços de novo, sem sucesso. Olhei para Flyn, que tinha os braços cruzados esperando para ouvir o que sabia que ouviria. ㅡ Me ajude aqui então, garoto!

ㅡ Homem! ㅡ Me corrigiu, segurando a outra ponta do quadro. ㅡ Me respeita, pirralha.

ㅡ Me respeite você! Eu já tenho 20 anos nas costas e você aí me chamando de pirralha. ㅡ Ele sorriu, olhando para trás antes de pisar no degrau.

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