Capítulo Cinco. - Deguste.

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O meu primeiro papel como madrinha foi ajudar Evelyn na degustação do bufê. Foi falta de responsabilidade da parte dela em deixar isso pra última  hora. Quem resolve o bufê uma semana antes do casamento?!

Peguei mais uma taça de champanhe, para acompanhar o sushi que estava comendo.

— Você anda ingerindo muito álcool.

— Que mentira, ontem mal tomei do vinho.

— Você tomou seis taças.

— Está me controlando agora? — Beberiquei um pouco do champanhe.

— Não, só me preocupo.

— Pode ficar tranquila, estou longe de ser alcoólatra.

— Não foi o que quis dizer.

O garçom colocou uma bandeja de macarons em cima da mesa. Acho que vou sair daqui com dois quilos à mais.

— Por que Ítalo não está aqui?

— Ele e Nicolas foram buscar os pais no aeroporto.

— Mas os convidados só não iriam chegar depois de amanhã?

— Eles não são simples convidados, você sabe.

— E os nossos pais são? — A indignação estava totalmente visível em minha voz.

— Eloise, por favor, não misture as coisas.

— Não estou fazendo isso.

— Sim, está!

Suspirei, virando o champanhe de uma só vez.

— E como vai a sua vida amorosa?

— Essa é a sua tentativa de mudar de assunto?

— E essa é a sua tentativa de fugir de uma pergunta com outra?

Revirei os olhos.

— Não tenho um namorado, se é isso o que quer saber. O meu foco é no trabalho.

— Você já superou o que ele fez?

Evelyn não fala o nome de Soares desde que tudo aconteceu. Eu queria poder fazer o mesmo, mas infelizmente trabalho com aquele desgraçado.

— Claro, página virada.

— E por que não se relaciona com alguém, então?

— Porque nem tudo são questões românticas. E como disse antes, o meu foco é no trabalho.

— Devia encontrar algum francês gato pra borrar o seu batom. — Deu o primeiro gole em seu champanhe.

— Evelyn! — A repreendi.

— O que? Não precisa mentir dizendo que nenhum chamou a sua atenção. Se eu estivesse solteira iria paquerar a cada esquina.

— Deixa o seu noivo saber disso.

— Esse é o nosso segredinho. — Piscou.

Ri enquanto negava com a cabeça.

— Mas falando sério, Lise, não faz mal ter um lance casual de vez em quando. Se você não quer ter nada sério, seja casual.

Por que todo mundo anda dizendo que preciso de sexo?

Pareço ser uma pessoa carente ou desesperada?

Era só o que me faltava!

— Eu já tenho vinte e seis anos, irmãzinha, sei me cuidar. Não preciso que se meta na minha vida sexual.

— Como você é grossa!

— E você é enxerida.

— Sou sua irmã mais velha, tenho todo o direito de me meter na sua vida.

— Nunca vi uma lei que falasse disso.

— É a lei de boa convivência das irmãs, devia saber.

— Você que a criou?

— Isso não vem ao caso.

Não contive o riso. Ela é louquinha mesmo.

Uma bandeja com croissants foi colocada na mesa. E que sabor maravilhoso. Acho que fui no céu e voltei.

— Isso é muito bom! — Comentei.

— É ótimo degustar as coisas boas da vida, não é?

— Em que sentido você está falando?

— Estou falando da comida, o que você pensou?

— Em nada.

Peguei outra taça de champanhe, e não demorou muito até que eu a virasse de uma vez.

Me odeie, mas me ame.Onde histórias criam vida. Descubra agora