Nicolas estacionou o carro de frente à uma casa desconhecida. Olhei em volta, mas tudo naquela rua me parecia estranho. Ele não me avisou que iríamos para outro lugar depois do consultório, pensei que ele me levaria direto para casa. O olhei confusa e um sorrisinho torto surgiu em seus lábios. Se eu não estivesse de bom humor, começaria a xingá-lo de todas as coisas horríveis que eu lembrasse naquele momento. Como ele pode me levar para outro lugar sem o meu consentimento? Nunca fiquei tão irritada por ter cochilado no carro!
— Onde nós estamos? — Perguntei furiosa, esquecendo-me da sua fala fofinha de trinta minutos atrás.
— De frente da casa da sua irmã. — Apontou para a mansão branca à nossa frente.
Eu ainda não tinha tido tempo para visitar Evelyn, os conflitos e compromissos da minha vida não me deram descanso. A minha rotina era ir de casa para o trabalho e do trabalho para casa, às vezes eu saia com Nicolas, mas isso era meio raro de acontecer. Ultimamente, a minha irmã estava me pedindo para vir visitá-la; talvez ela tivesse coagido Machado a me trazer. Nós nos comunicamos há dias atrás e eu acabei comentando que estava prestes a descobrir o sexo do bebê. Nicolas deve ter dito a data a Ítalo, que deve ter contado a minha irmã. Conhecendo Evelyn como eu conheço, ela deve ter achado que aquele seria o momento ideal para fazer algum tipo de comemoração.
— Ela te obrigou a me trazer, não foi? Evelyn com certeza sabia que eu não viria logo.
— Pare de presumir as coisas, primeiro entre e descubra o que te espera.
— Odeio surpresas — feche a cara.
— Deixe de ser birrenta! — Tirou o cinto de segurança. — Vamos lá.
Suspirei pesadamente, completamente irritada. O que custava ele ter dito para onde estava me levando? Eu já estava sonhando com a minha cama!
Tirei o sinto e saí do carro, marchando até a entrada daquele imóvel luxuoso. Nunca pensei que a casa de Evelyn seria assim, tão chique. Minha irmã merecia um conforto daquele, mas aquela casa era grande demais para duas pessoas. O que ela fazia quando Ítalo não estava em casa? Devia ser muito solitário.
Machado tocou o interfone e a voz fina de Evelyn saiu de lá. Em segundos o grande portão foi aberto. Nicolas segurou a minha mão antes de entrarmos no local, o olhei confusa.
— As pessoas acham que realmente estamos juntos; vai ter que fingir me amar por algumas horinhas.
— Pessoas? Quem mais está aqui?
— Tente relaxar; logo, logo você descobre. — Sorriu travesso. Tive vontade de estapeá-lo por não ter me avisado. Odeio ficar nervosa, com medo do que está por vir.
Meu coração acelerou quando andávamos na passarela. Quem estava li? O senhor e senhora Machado? Não... Nicolas não me levaria para a cova dos leões daquele jeito, tão bem humorado. Tentei controlar a minha respiração que já estava começando a ficar acelerada. Não era possível que eu não conseguisse ter um dia de paz; aquele dia estava bom demais para ser estragado. Ou estava bom demais para ser verdade.
Quando finalmente chegamos de frente a porta de quase três metros de altura, Nicolas apertou a minha mão com força, notando o meu nervosismo. Ele me olhou como se quisesse dizer: tenha calma, não é nada demais. Consegui relaxar naquele momento, soltando toda a minha respiração pesada. Olhei para o jardim da casa por alguns míseros segundos, antes que Evelyn se jogasse em cima de mim.
— Não acredito que você está aqui! — Falou animada.
— Claro que acredita, foi você que mandou ele me trazer — apontei para o loiro sorridente que estava ao meu lado.
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Me odeie, mas me ame.
RomanceEloise descobriu que algumas taças de vinho podem alterar o curso de uma vida. E, bem... foi exatamente isso que aconteceu. Tudo começou a dar errado no momento em que ela e seu pior inimigo foram escolhidos como padrinhos do casamento de sua irmã. ...