Capítulo Doze. - Você me quer?

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Eloise Menezes.

Não contive as lágrimas quando vi Evelyn caminhar até o altar ao lado do nosso pai. Esse sempre foi o sonho dela, se casar com o grande amor de sua vida. Ao menos uma das irmãs Menezes teve sorte no amor.

A marcha nupcial pairou pelo ar durante todo o percurso da noiva. A cerimônia passou-se mais rápido do que eu esperava, talvez seja porque realmente me concentrei nessa, ao contrário dos outros casamentos que já fui.

Após a cerimônia fomos dirigidos até o salão de festas do hotel. Evelyn nunca esteve tão radiante, percebia-se de longe que esse era um dos melhores dias de sua vida. E Ítalo estava tão radiante quanto ela.

A primeira coisa que fiz ao chegar no salão de festas foi ir ao open bar, pegar uma taça de vinho tinto. Preciso estar embriagada para aguentar a família Machado e aos seus sócios.

— Pegue leve com a bebida, mocinha!

— Essa é a minha primeira taça, mãe.

— Se te conheço bem, é a primeira de muitas.

— A senhora deveria beber também, afinal, estamos comemorando, não é mesmo?!

— Você e as suas cartas na manga, igualzinha ao seu pai.

— Com certeza...

—  Nem acredito que a sua irmã já se casou! Agora só falta você.

—  Não espere por isso, pretendo ser a tiazona rica da família. — Beberiquei um pouco mais do vinho.

— A vida pode nos surpreender, querida.

— Já tive surpresas demais.

—  Até no pessimismo você  é igual ao seu pai.

—  Acho que devíamos dar atenção a Evelyn, hoje ela é a estrela da família.

—  Tem razão, o seu pai já está falando com ela.

—  Pode ir logo, daqui a pouco eu apareço por lá.

—  Estou contando com isso!

Quando dona Fátima se afastou aproveitei para virar a bebida de uma vez. Estou bebendo demais nessa viagem.

O homem do open bar sorriu ao me ver pegar outra taça de vinho em menos de dez minutos.

É incrível como a maioria desses convidados têm cara de serem falsos. Com certeza só devem estar aqui pelos negócios.

—  Achei que seria você a fazer o vestido da sua irmã. —  O irritante do Nicolas disse ao se aproximar com um sorriso estúpido no rosto.

—  Eu queria ter feito, mas a sua digníssima mãe já tinha uma pessoa em mente.

—  A sua irmã poderia ter recusado.

—  Sabe que Evelyn tem dificuldade de negar algo para as pessoas.

— Ela é bastante ingênua, ao contrário de você.

—  O que quer dizer com isso?

—  Ninguém te engana, Eloise. Você sabe o que quer e não deixa ninguém te enrolar. Isso é admirável. — Bebericou o seu whisky.

—  Quantos copos você bebeu? Não me faria tal elogio estando sóbrio, tenho certeza disso.

Ele deu uma risada sincera.

— Você subestima os meus modos, não é? Sou um cara educado que gosta de elogiar.

Dessa vez foi a minha vez de dar uma risada sincera.

Me odeie, mas me ame.Onde histórias criam vida. Descubra agora