Eloise Menezes.
Não contive as lágrimas quando vi Evelyn caminhar até o altar ao lado do nosso pai. Esse sempre foi o sonho dela, se casar com o grande amor de sua vida. Ao menos uma das irmãs Menezes teve sorte no amor.
A marcha nupcial pairou pelo ar durante todo o percurso da noiva. A cerimônia passou-se mais rápido do que eu esperava, talvez seja porque realmente me concentrei nessa, ao contrário dos outros casamentos que já fui.
Após a cerimônia fomos dirigidos até o salão de festas do hotel. Evelyn nunca esteve tão radiante, percebia-se de longe que esse era um dos melhores dias de sua vida. E Ítalo estava tão radiante quanto ela.
A primeira coisa que fiz ao chegar no salão de festas foi ir ao open bar, pegar uma taça de vinho tinto. Preciso estar embriagada para aguentar a família Machado e aos seus sócios.
— Pegue leve com a bebida, mocinha!
— Essa é a minha primeira taça, mãe.
— Se te conheço bem, é a primeira de muitas.
— A senhora deveria beber também, afinal, estamos comemorando, não é mesmo?!
— Você e as suas cartas na manga, igualzinha ao seu pai.
— Com certeza...
— Nem acredito que a sua irmã já se casou! Agora só falta você.
— Não espere por isso, pretendo ser a tiazona rica da família. — Beberiquei um pouco mais do vinho.
— A vida pode nos surpreender, querida.
— Já tive surpresas demais.
— Até no pessimismo você é igual ao seu pai.
— Acho que devíamos dar atenção a Evelyn, hoje ela é a estrela da família.
— Tem razão, o seu pai já está falando com ela.
— Pode ir logo, daqui a pouco eu apareço por lá.
— Estou contando com isso!
Quando dona Fátima se afastou aproveitei para virar a bebida de uma vez. Estou bebendo demais nessa viagem.
O homem do open bar sorriu ao me ver pegar outra taça de vinho em menos de dez minutos.
É incrível como a maioria desses convidados têm cara de serem falsos. Com certeza só devem estar aqui pelos negócios.
— Achei que seria você a fazer o vestido da sua irmã. — O irritante do Nicolas disse ao se aproximar com um sorriso estúpido no rosto.
— Eu queria ter feito, mas a sua digníssima mãe já tinha uma pessoa em mente.
— A sua irmã poderia ter recusado.
— Sabe que Evelyn tem dificuldade de negar algo para as pessoas.
— Ela é bastante ingênua, ao contrário de você.
— O que quer dizer com isso?
— Ninguém te engana, Eloise. Você sabe o que quer e não deixa ninguém te enrolar. Isso é admirável. — Bebericou o seu whisky.
— Quantos copos você bebeu? Não me faria tal elogio estando sóbrio, tenho certeza disso.
Ele deu uma risada sincera.
— Você subestima os meus modos, não é? Sou um cara educado que gosta de elogiar.
Dessa vez foi a minha vez de dar uma risada sincera.
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Me odeie, mas me ame.
Roman d'amourEloise descobriu que algumas taças de vinho podem alterar o curso de uma vida. E, bem... foi exatamente isso que aconteceu. Tudo começou a dar errado no momento em que ela e seu pior inimigo foram escolhidos como padrinhos do casamento de sua irmã. ...