Capítulo Onze. - Deslumbrante.

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Nicolas Machado.

Dia do casamento

Coloquei o supino de volta no lugar assim que terminei de me exercitar. O hotel pode ser de luxo, mas a academia não é lá essas coisas. A que frequento no Brasil é uma Disney comparada a essa.

— Eu sabia que estaria aqui! — Ítalo disse ao surgir no local.

— Sabe como é, tenho que manter o porte.

— Mas hoje não é dia para isso!

— Ainda faltam algumas horas para o seu casamento, relaxa o coração.

— Nick, você é o padrinho, tem que ser um dos primeiros a chegar!

— Sei disso, não vou me atrasar. Afinal, não preciso me arrumar muito, sou lindo de todo jeito!

— Queria ter a sua autoestima, sinceramente.

Liguei a esteira, colocando na velocidade em que costumo correr.

— Deveria estar se arrumando, você é o noivo, cara.

— Vou daqui a pouco.

— Então não me apresse!

— Não vai me contar sobre a mulher que te deu um fora?

— O quê? De onde você tirou isso?

— Você anda meio bolado, parece até frustrado. Alguém deve ter ferido o seu ego. Estou certo?

— Não, não está. Agora vá se arrumar e me deixe treinar em paz!

— Viu só, ficou até agressivo!

— Vai cuidar do seu casamento, cara.

Ítalo gargalhou e saiu do local. Ele só podia estar de brincadeira com a minha cara.

Não estou frustrado, de jeito nenhum. Só não entendo porquê Eloise sempre foge de mim quando nos beijamos. Nenhuma mulher faz isso. Sempre sou eu a fugir delas. Por que com Eloise é diferente? Será que ela acha que beijo mal? Impossível.

Que mulherzinha irritante!

Fiz trinta minutos de esteira, e resolvi subir pro meu quarto. Tenho que me arrumar pra casar o meu irmãozinho.

Tomei uma ducha demorada. Adoro ficar debaixo do chuveiro por um bom tempo, é relaxante.

Ajeitei a gravata em meu pescoço. Alinhei meu cabelo em um topete perfeito, e passei bastante perfume. Tenho que ser o padrinho mais bonito que toda essa Paris já viu!

Me olhei mais algumas vezes no espelho, antes de descer para o lugar onde será realizada a cerimônia.

Não tinha quase ninguém no local, só o noivo, o padre, e a equipe que estava comandado tudo. Fui pontual, como sempre.

— Cheguei pontualmente no seu casamento, irmãozinho. Sei que está contando as horas para lua de mel. É a melhor parte de tudo isso, não é?

— Nick, esse é o padre Pierre.

— Que Dieu te bénisse!  — (Que Deus te abençoe) Balançou a cabeça negativamente.

— Oh, me desculpe pelas baixarias do meu irmão.

— Mil perdões, padre.

Os convidados começaram a aparecer no local. Todos vieram nos cumprimentar antes de se sentarem em seus devidos lugares. E os fotógrafos começaram os seus trabalhos com a movimentação.

Quando Eloise chegou no local todos pararam para a observar. Ela parecia irritada enquanto falava com alguém ao telefone. Mas o que realmente estava chamando atenção era o seu vestido vermelho. É deslumbrante. Ele marca perfeitamente todas as suas curvas, a deixando extremamente sexy. É estranho ter certos tipos de pensamentos ao lado de um padre.

Ela desligou a ligação e colocou seu melhor sorriso no rosto assim que reparou nos olhares sobre si.

— Cunhadinha, você está deslumbrante!

— Ah, obrigada Ítalo. Você também está!

O decote apertava os seus seios, quase os fazendo pular pra fora. Tive que lutar para não encarar o local.

Os seus lábios estão bem contornados com um batom vermelho fechado. Eu poderia muito bem borra-lo ou o tirar de lá, gostaria muito disso.

Mas que porra de pensamentos são esses?!

— Já vi vestidos melhores — debochei.

Mas que grande mentira.

Nicolas, tenha modos! — Ítalo deu um tapa na minha cabeça.

— Tudo bem, ele não entende nada de moda — disse ao me encarar de maneira ousada.

— Claro que entendo, queridinha.

— Não parece. — Me olhou dos pés a cabeça.

— Estou um arraso, está bem?

— Acredite no que quiser...

— Acho melhor todos irem para os seus lugares. — Ítalo disse, interrompendo aquela mini discussão.

— Tem razão. — Ia saindo, mas parou para dizer algo ao noivo. — Ah, antes que eu me esqueça, adorei a paleta de cores do casamento, ela transmite paixão!

— Obrigado.

Ela sorriu e se virou para sair dali, me dando uma vista completa da sua silhueta, e da sua bunda. Essa mulher pode ser muito chata e irritante, mas é fodidamente linda. Por isso eu sempre caio na tentação.

— Sabe que não é legal você ficar secando a minha cunhada, não é?

— Vai à merda!

Ítalo deu uma gargalhada sincera antes de ir para o seu lugar.

Me odeie, mas me ame.Onde histórias criam vida. Descubra agora