Acordei com o som de batidas na porta. Odeio que me acordem, ainda mais dessa forma.
Calcei os meus chinelos, e coloquei um hobby por cima do pijama. Caminhei até a porta, imaginado quem seria o infeliz a estar me acordando dessa forma. A abri, dando de cara com Evelyn.
— Isso é modo para se acordar uma pessoa em uma hora dessas?! — Falei indignada.
— São onze horas da manhã.
— Mas já?
Ela me empurrou, entrando no cômodo.
— Pra onde você foi ontem a noite?
— E-eu?
— Sim, você.
Os lábios de Nicolas grudados aos meus vinheram em minha mente.
Eu não daria essa informação a Evelyn. Ela não teria o gostinho de me massacrar por isso. Não mesmo. Por sorte, sou boa em despistar assuntos inconvenientes.
— Sabe... não sei porquê eu confiaria em você. Já que você não confiou em mim.
— Lise...
— Não vai se explicar?
Ela suspirou enquanto passava a mão pelos cabelos.
— Olha, é complicado.
— E eu posso entender muito bem! — Me sentei na poltrona, cruzando os braços, a encarando.
— Seria errado eu trabalhar na empresa concorrente a do meu marido.
— Conta outra... — Disse irônica.
— Eloise, entenda uma coisa, sou uma pessoa que age pelo amor e não pelas ambições.
— Mas isso já é burrice, Evelyn!
— Sei o que faço, não se preocupe.
— Qual vai ser o seu cargo na Machado's?
— O quê?
— Ué, ele tem que ser melhor ao seu antigo, é o mínimo.
Ela riu sem humor.
— Foi por isso que não te contei. Você só pensa no trabalho e nos cargos que ele pode te oferecer, mas eu não sou assim, Lise! Não me importo com essas coisas. Só quero ser feliz e viver em paz. Você devia saber muito bem disso.
Me levantei da poltrona e caminhei até ela.
— Não quero que ninguém te humilhe, só isso. Você sabe que eu só quero o seu bem, não é? — segurei seus ombros.
— Sei disso. — Suspirou. — Mas às vezes você se esquece do que realmente importa pra mim.
— Vou tentar melhorar nesse aspecto. Mas você tem que me prometer que vai confiar em mim.
— Eu sempre confiei. — Me abraçou. — Me desculpe se te fiz pensar o contrário, não era a minha intenção. Eu só não sabia como te contar, entende?
Suspirei.
— Acho que sim.
Antes de se afastar, Evelyn segurou a minha cabeça e olhou atentamente para o meu pescoço.
— Isso é um chupão? — Perguntou espantada.
— O quê?!
— Pra onde você foi ontem a noite, Eloise Menezes?!
Corri até o espelho, para olhar o meu pescoço. Está levemente roxo, nada tão marcado, mas é algo existente. Maldito Nicolas Machado!
— Com quem você estava? Resolveu seguir o meu conselho?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Me odeie, mas me ame.
RomanceEloise descobriu que algumas taças de vinho podem alterar o curso de uma vida. E, bem... foi exatamente isso que aconteceu. Tudo começou a dar errado no momento em que ela e seu pior inimigo foram escolhidos como padrinhos do casamento de sua irmã. ...