Capítulo Nove. - Não ignore os problemas.

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Acordei com o som de batidas na porta. Odeio que me acordem, ainda mais dessa forma.

Calcei os meus chinelos, e coloquei um hobby por cima do pijama. Caminhei até a porta, imaginado quem seria o infeliz a estar me acordando dessa forma. A abri, dando de cara com Evelyn.

— Isso é modo para se acordar uma pessoa em uma hora dessas?! — Falei indignada.

— São onze horas da manhã.

— Mas já?

Ela me empurrou, entrando no cômodo.

— Pra onde você foi ontem a noite?

— E-eu?

— Sim, você.

Os lábios de Nicolas grudados aos meus vinheram  em minha mente.

Eu não daria essa informação a Evelyn. Ela não teria o gostinho de me massacrar por isso. Não mesmo. Por sorte, sou boa em despistar assuntos inconvenientes.

— Sabe... não sei porquê eu confiaria em você. Já que você não confiou em mim.

— Lise...

— Não vai se explicar?

Ela suspirou enquanto passava a mão pelos cabelos.

— Olha, é complicado.

— E eu posso entender muito bem! — Me sentei na poltrona, cruzando os braços, a encarando.

— Seria errado eu trabalhar na empresa  concorrente a do meu marido.

— Conta outra... — Disse irônica.

— Eloise, entenda uma coisa, sou uma pessoa que age pelo amor e não pelas ambições.

— Mas isso já é burrice, Evelyn!

— Sei o que faço, não se preocupe.

— Qual vai ser o seu cargo na Machado's?

— O quê?

— Ué, ele tem que ser melhor ao seu antigo, é o mínimo.

Ela riu sem humor.

— Foi por isso que não te contei. Você só pensa no trabalho e nos cargos que ele pode te oferecer, mas eu não sou assim, Lise! Não me importo com essas coisas. Só quero ser feliz e viver em paz. Você devia saber muito bem disso.

Me levantei da poltrona e caminhei até ela.

— Não quero que ninguém te humilhe, só isso. Você sabe que eu só quero o seu bem, não é? — segurei seus ombros.

— Sei disso. — Suspirou. — Mas às vezes você se esquece do que realmente importa pra mim.

— Vou tentar melhorar nesse aspecto. Mas você tem que me prometer que vai confiar em mim.

— Eu sempre confiei. — Me abraçou. — Me desculpe se te fiz pensar o contrário, não era a minha intenção. Eu só não sabia como te contar, entende?

Suspirei.

— Acho que sim.

Antes de se afastar, Evelyn segurou a minha cabeça e olhou atentamente para o meu pescoço.

— Isso é um chupão? — Perguntou espantada.

— O quê?!

— Pra onde você foi ontem a noite, Eloise Menezes?!

Corri até o espelho, para olhar o meu pescoço. Está levemente roxo, nada tão marcado, mas é algo existente. Maldito Nicolas Machado!

— Com quem você estava? Resolveu seguir o meu conselho?

Me odeie, mas me ame.Onde histórias criam vida. Descubra agora