capitulo 44

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Faziam 38 dias desde que Dumbledore tinha morrido. Desde que selene tinha visitado a mansão dos malfoys, aquela casa obscura repleta de pavões, onde ela tinha encontrado novamente o lorde das trevas, onde ela tinha beijado sua mão e jurado lealdade a ele, e em seguida deixado a mansão para trás e sido levada para o estado de natureza que era a matilha comandada por fenrir greyback.

Selene se recordava de que quando estava na mansão, mesmo Voldemort, parecia sentir repulsa por fenrir greyback, e quando ambos falaram sobre o exército dos lobisomens de fenrir, de sua preparação para a guerra, o lorde deixou bem claro que algum comensal iria ser enviado para checar tudo com os aliados. A garota achou que pudesse estar errada, mas estranhou o modo como Voldemort agia, como se não houvesse força capaz de o levá-lo ao acampamento. Selene pensou que era impossível, que aquele homem que matou tantas pessoas, dentre elas crianças e bebês, sentisse receio de ir ao acampamento de lobisomens. Mas então ela o entendeu.

Com a leitura do diário de sua mãe, Selene pensou que poderia estar preparada para o que veria. Mas nada que ela imaginasse poderia tê-la preparado para aquele cenário. O seu corpo travou, aquilo era ruim. Draco tinha lhe falado que seu pai estava lá, e que disse a ele que o lugar parecia ter sido amaldiçoado, esquecido pelos deuses, provavelmente era a melhor definição. O lugar cheirava a sangue e a morte, Selene sentia a lama misturada com sangue sujar seus pés, haviam muitos como seu pai, mas havia crianças, adolescentes como ela, sujos da cabeça aos pés, cabelos e unhas compridas cobertas de terra, eles se debruçaram sobre carniças cobertas de vermes e brigavam por elas, eram extremamente magros e completamente selvagens, fazendo ruídos inumanos. A medida que fenrir a conduzia para o centro do acampamento eles passaram por tendas feitas por peles esticadas sobre ossos carcomidos.

Perto da tenda de fenrir, Selene ouviu choros baixos, gritos sufocados de dentro da terra. Fenrir ergueu a ponta da tenda para que selene entrasse. A garota pôs a mão na boca e nariz, seu estômago embrulhando ao se deparar com o tapete de peles humanas onde ficava o trono de ossos de fenrir, no topo deste, havia uma cabeça humanóide e um esqueleto humano.

São feitos com os ossos do antigo líder - disse ao notar que a filha olhava para o trono - quando você tiver um filho, vou prepará-lo para ser meu sucessor, vai vê-lo sentar ali um dia.


Selene sentia seu corpo inteiro protestar, sua face estava branca como os ossos de seu avô que estavam cuidadosamente amarrados no trono a sua frente, a caveira parecia encarar o fundo de seus olhos e ela precisou de todo o autocontrole-e do mundo para evitar que seu corpo tremesse.

38 dias. 38 dias ela passava boa parte da manhã sentada ao lado do trono, em cima das peles humanas que pareciam gritar por socorro. Enquanto Fenrir discutia assuntos importantes com seus comandantes, eles que estavam no topo tinham carne fresca na mesa, devoravam-na e depois se divertiam rindo das crianças leprosas que brigavam entre si por seus restos. O restante da manhã, o homem encubia-se de treinala, ela era civilizada demais, mansa demais, então ele iria atacá-la, instigando-a a revidar, a o fazer sangrar, aquilo só acabava quando selene estava jogada na lama, coberta de sangue, incapaz de se levantar. Ao fim da tarde seu gerador e os outros homens saiam do acampamento, iam para a floresta e voltavam somente ao entardecer. Era nessas horas que Selene perambulava por aí. Ela gastou os primeiros dias tentando criar ligações no acampamento, reconhecer o território, e logo ela descobriu o jeito mais fácil de ganhar a lealdade das crianças lobo: comida.

Mesmo que Greyback a considerasse completamente inútil para qualquer tarefa que dissesse a respeito liderar por ser mulher, ela ainda estava dentro da classe superior da matilha, o que significava mais comida. Comida a qual ela desprezava, selene estava ficando com um aspecto tão adoentado e magro quanto o resto das crianças, recusava-se a comer daquilo, os animais eram servidos em meio a lama, selene observava seus olhos enquanto o seu pai e o restante da elite arrancava os pedaços de pele, tendões, músculos dos animais que caçavam, fétida e crua aquilo sangrava em suas bocas. Selene era vegetariana desde pequena, desde que em uma lua cheia ela tinha cometido um terrível feito que jurou nunca mais repetir.

A filha de LupinOnde histórias criam vida. Descubra agora