doze | (in)decisão

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O almoço foi maravilhoso e de fato o estrogonofe de carne , acompanhado por com arroz e batatas rústicas estava muito saboroso, além da lasanha de shitake, que eu como sou total flex no quesito comida, também provei e tenho que dizer estava di-vi-na.

A sobremesa foi um capítulo à parte, eu nunca tinha comido algo parecido, era uma explosão de sabores que dava pra sentir o chocolate, o sabor do café e de alguma bebida alcoólica, porém, deliciosa.

— Eita, mas esse trem é gostoso que só a piula ! — exclamei misturando os meus sotaques e as meninas riram — Como é o nome desse néctar dos deuses?

— Isso é tiramisu, Diana. Essa receita é italiana e especificamente com essa mistura de sabores, é de tradição da minha família.

— Pois a sua família tá de parabéns. Isso é um espetáculo de gostoso — falei abocanhando um pedaço generoso da iguaria — E a propósito, alguém vai querer esse último pedaço?

Falei ainda me deliciando com o doce na minha boca, enquanto as meninas riam e Tina colocava a última fatia no meu prato.

— Uma informação sobre mim — falei apontando o garfo de sobremesa pra elas — Me mantenha bem alimentada e vocês terão uma Diana fofa e tranquila o dia todo.

Brinquei e elas riram mais. Após o almoço, voltamos para a mesa próxima ao jardim para conversar sobre a minha ideia.

— Então, meninas. A Focinhos Amigos é uma ong sem fins lucrativos que acolhe, na maioria cães e gatos, tratam e depois colocam para adoção. Eu faço trabalho voluntário lá 3 vezes por semana e posso garantir que todo mundo é apaixonado e tratam com muito carinho e amor os bichinhos que aparecem por lá nas mais diversas condições.

— Eu pude confirmar isso que a Maitê está falando, quando eu e o Theo fomos levar o nosso Paçoquinha lá.

— Paçoquinha ? — Tina perguntou com a testa franzida.

— Não tá sabendo, Tina? — Mia respondeu rindo e com um olhar cínico — Theo e Diana agora são pais. De pet, é verdade, mas são agora papai e mamãe do Paçoca.

— Isso mesmo, Paçoca é filho de pais separados — Maitê falou com um sorrisinho debochado e ainda completou —Quer dizer... separados, pelo menos por enquanto...

E as três custosas começaram a rir na minha frente e eu fiquei bem séria, olhando pra elas com os braços cruzados.

— As três comediantes já terminaram de rir da amiguinha? — perguntei brava e elas nem ligaram — Meninas, foco. Precisamos pensar em soluções necessárias aqui.

— Diana, tá certa — Tina tentou me ajudar, mas bem vi que ela era quem mais riu de mim — O quê de fato a Ong precisa, Maitê?

— Bom, de dinheiro, é claro. Os funcionários e as despesas estruturais como água, luz e internet são pagos com parcerias públicas e privadas e por isso eles conseguem pagar, mas, existem outros gastos que já indicam que a Focinhos Amigos vai fechar no vermelho.

— Como por exemplo?

— Ah, Tina. Gastos para a compra de ração, medicamentos e produtos de higiene. Tudo isso aliado à superpopulação que ocorreu nesse último mês. Os casos de abandono deram uma crescida e nós temos algumas mãezinhas prenhas, outras já com filhotinhos, além de animais já adultos.

— Para essa questão de superpopulação, nós poderíamos promover feiras de adoção, não? Poderia ser na própria faculdade, onde vocês fizeram o lava carros ou um outro lugar com bom acesso de público.

— Isso é legal, Mia. Pode ser uma das estratégias — falei apontando pra ela.

— Mas mesmo assim, Didi. A gente precisa pensar em algo que seja impactante para comover as pessoas — Maitê me alertou.

Linhas Invisíveis: Diana's VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora