vinte | abilolada

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Minha semana estava bem agitada. O resultado do estágio saiu e eu fiquei feliz por ter passado nessa fase, mas, ao mesmo tempo estava ansiosa, porque pelo jeito eu seria escolhida para fazer parte da equipe do professor Armando, o chato.

Minhas aulas foram pesadas com inúmeros artigos pra ler e trabalhos pra fazer, o que dificultou eu encontrar com o Theo. Eu não o vejo desde o dia do meu vexame e só nos falamos, todos os dias, por meio de mensagens e videochamadas.

— Didi, tô indo. Vou dormir no Matheus — Malu apareceu na porta do meu quarto.

— Você também vai me abandonar? — fiz beicinho e ela riu.

— Para de ser manhosa. Maitê não tá aí?

— Disse que ia dormir na república dos meninos para preparar tudo para as fotos amanhã. Mas, nós sabemos o que ela foi fazer lá.

— Davi! — Malu respondeu rindo e eu assenti — Tô indo, qualquer coisa me liga. Beijo. Amo-te.

— Eu te amo também, priminha — falei mandando um beijo no ar pra ela.

Escutei a porta da sala fechar, e continuei digitando o meu trabalho. Acabei uns vinte minutos depois, me espreguicei na cadeira e peguei minha garrafinha para beber um gole de água , quando eu percebi que estava sendo “observada”.

Uma barata enorme, estava parada na parede em cima da porta do meu quarto. Um dado sobre mim: quase não sinto medo, a única exceção são esses bichos nojentos.

Eu estava já calculando como eu iria arremessar um sapato de longe e acertar aquele monstro, quando ela fez a coisa mais terrível que uma barata pode fazer: ELA VOOU.

Saí correndo pelo quarto, com ela voando em todas as direções, me atacando com a sua inabilidade de vôo. Peguei o meu celular em cima da escrivaninha, tropecei no meio do caminho e entrei no lugar seguro que eu achei: dentro do meu guarda roupas.

Antes de fechar a porta , vi que ela estava do lado de fora, voando sem parar e eu entrei em pânico e liguei para a única pessoa que eu sabia que viria mais rápido, pelos corredores do trânsito de São Paulo.

— Já ia começar a oferecer resgate pelo seu paradeiro, lil'moon. —  ele atendeu com uma voz divertida mas eu não estava em condições de brincar e já estava hiperventilando. 

— Você precisa vir aqui AGORA! — tentei disfarçar a minha voz de pânico sem sucesso, pois percebi que saiu tremida e abafada por conta de eu estar dentro do meu closet.

— O que aconteceu?

— Por favor, Theo, vem rápido, eu preciso da sua ajuda — tentei falar o mais sério que eu pude.

— Tô indo, linda!

— Corre, Theo.

Desliguei a chamada e olhei pela fresta da porta, pra ver se localizava aquele intrusa e vi ela parada na parede, decerto me esperando para atacar.

Perdi a noção do tempo, nessa minha espera aflita dentro do guarda-roupa, quando escutei o interfone tocar lá na cozinha.

— Eita, que o Theo deve estar na portaria. E agora? Eu não tenho nenhuma condição de sair daqui.

O interfone deu uma parada e eu dei uma olhadinha novamente na fresta da porta e não vi a bicha voadora em lugar nehum. Saí devagar do guarda roupas e fui caminhando lentamente até o quarto, quando o interfone começou a tocar de novo, despertando o monstro que estava em um canto qualquer do quarto e começou a voar loucamente de um lado para o outro.

Saí correndo de volta para o guarda roupas, entrei, fechei a porta e peguei o meu celular que estava no bolso da calça. Liguei para o Theo, que atendeu de imediato.

Linhas Invisíveis: Diana's VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora