quinze | chegadas

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Saímos da Focinhos Amigos e Paçoca parecia entender tudo o que estava acontecendo. Ele foi todo o caminho sentadinho no banco de trás do carro, sentindo o vento em seu rosto, que entrava pela fresta que o Theo deixou aberta no vidro traseiro.

Assim que passamos pela portaria e o Theo parou o carro em frente a casa dos seus tios, Paçoca ficou meio receoso e se deitou no banco, com as orelhas baixas, parecia que estava com medo.

— Pronto, parceiro?

Quando Theo perguntou, o bichinho acendeu um alerta e se levantou imediatamente, dando um latido alto, como se respondesse e nós rimos.

— Você vai ser muito feliz aqui, amorzinho. Só não pode me esquecer, hein? — eu disse brincando e Paçoca resmungou e abanou o rabinho.

— Vem amigão!

Theo abriu a porta do carro e o nosso cachorro saltou para fora do carro eufórico, abanando o rabo, pulando e dando alguns chorinhos baixos de excitação. Fui ao lado do Theo e me antecipei em enroscar os nossos mindinhos, para entrarmos juntos na casa dos tios dele. Ele me olhou curioso e eu só consegui sorrir pra ele, todo esse momento estava me deixando com uma emoção diferente, que eu não conseguia explicar.

— Seja bem-vindo, garotão. — Theo disse ao abrir a porta e Paçoca disparou para dentro de casa, corria para todos os lados e cheirava tudo.

— Droga ! Ele já perdeu a gravatinha — eu sussurrei desanimada quando vi a peça caída perto do sofá e Theo deu uma risadinha baixa.

— Eu te disse, Didi. Paçoca puxou pra mim, nós dois gostamos de andar livre. Se eu pudesse, eu também andava sem roupa por aí.

Ele disse de uma forma tão natural e eu fiquei com a imagem dele andando pelado por aí e senti um meu corpo vibrar só com esse pensamento. Balancei a cabeça rapidamente para que essa imagem deliciosa saísse da minha mente.

— Quem é esse neném lindo? — Mia apareceu na sala e falou manhosa para o Paçoca que correu até ela e pulou nas suas pernas pedindo carinho. — Você é muito fofo! — ela brincou enquanto afagava suas orelhas e ele deu um latido em resposta.

— Acho que ouvi um latido.

Uma mulher com um sorriso imenso apareceu na sala e eu deduzi ser a tia do Theo. Ela se abaixou ao lado da Mia e as duas ficaram fazendo carinho no Paçoca que já estava de barriga pra cima, todo manhoso.

A tia do Theo é muito bonita e simpática, com cabelos super lisos e bem escuros e, como já está morando anos aqui, já exibe o bronzeado brasileiro e fala muito bem o português. Ela me lembrou um pouco a minha tia Iza, mãe da Malu, e se não fosse o fato da minha tia estar com os cabelos mais compridos, iluminados e ondulados nas pontas, eu diria que eram irmãs gêmeas !

— Você deve ser a famosa Diana — a tia dele disse ao se levantar, sorrindo de maneira gentil para mim e eu estava muito pouco sem graça por chegar assim de repente na casa dela — Prazer, sou Bella, tia desse menino lindo ao seu lado.

— O prazer é meu — estiquei a mão para um cumprimento, mas ela logo me puxou para um abraço apertado e eu me senti acolhida.

— Estou muito feliz de finalmente conhecê-la, vou preparar um lanchinho pra gente. — ela disse sorridente, mas antes de se afastar ela sussurrou alguma coisa no ouvido do Theo para só ele ouvir e que fez ele dar uma risadinha e balançar a cabeça em concordância.

Fui até onde Mia estava com o Paçoca e ficamos fazendo carinho e brincando com ele. Mas, já percebi que ele puxou mais uma coisa do "pai", não consegue ficar quieto um minuto e logo já estava correndo pra lá e prá cá, farejando tudo e investigando cada pedaço do seu novo lar.

Linhas Invisíveis: Diana's VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora