trinta e oito | brigadeiro

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“De manhã, na casa dele

Torrada queimada, domingo

Você guarda a camisa dele

Ele mantém sua palavra

E, pela primeira vez, você esquece

Dos seus medos e seus fantasmas

Um passo, não é muito

Mas diz o suficiente”

 You are in love | Taylor Swift

F

icamos parados em frente a porta, eu sentia o meu rosto queimar e com certeza eu estou mais vermelha que a reação alérgica do Theo, que aliás está com um sorriso largo e emocionado para os pais.

Depois de alguns segundos de silêncio,  a mulher baixinha que tinha um olhar zangado pra mim, se afastou do homem simpático e veio até o Theo com os braços abertos. Ela falou algo no idioma deles, com uma voz mansinha, que não combinava em nada com a cara dela de minutos atrás, Theo foi em direção aos seus braços, e por conta da diferença de tamanhos, a envolveu delicadamente em seus braços. 

Eu fiquei quieta, paradinha ali na soleira da porta vendo o abraço carinhoso entre mãe e filho, quando ela se afastou um pouco dele e eu percebi o olhar dela se arregalar quando analisou o rosto ainda um pouco vermelho do filho.

Oouuu…é agora que eu me lasco. Acho que essa mulher vai me odiar muito, quando souber que eu dei amendoim para o filho inxerido dela.

Ela perguntou alguma coisa segurando o rosto do Theo em suas mãos e seu olhar era de … desespero? Forçou o filho a se inclinar para que ela pudesse analisar mais de perto e  eu ainda estava tentando entender tudo o que ela falava, me odiando por não ter levado minhas aulas de inglês tão a sério, quando o olhar furioso da mãe dele me encontrou e ela falou diretamente comigo 

—....my baby ? 

Ok…eu realmente me lasquei. Agora eu tenho certeza absoluta que ela me odeia. 

Eu tentava, sem sucesso, traduzir o que ela me falava, mas eu estava muito nervosa porque a cara dela me indicava que ela não tá boazinha comigo, não. E peraí…ela tá chamando um homem grande desses de my baby? Nota mental: zoar o Theo sobre isso, se eu sobreviver, é claro.

Theo falou baixo pra mãe e percebi que era uma reclamação pela forma atravessada que ela olhou e o repreendeu, puxando firme ele pela mão casa a dentro, passando pelo homem simpático que olhava com um sorrisinho divertido nos lábios.

Bom, pelo menos alguém está se divertindo nessa situação esquisita.

O homem grande e simpático, que eu sei que é o pai do Theo,  percebendo a minha não reação,  logo tratou de me convidar para entrar.

— Hi, Daiana — disse estendendo a mão pra mim e eu segurei uma risadinha pela forma que ele pronunciou o meu nome — Bom te conhecer pessoalmente. 

— Oi, senhor Rody — falei segurando a sua mão e me lembrando que ele me pediu para chamá-lo assim quando conversamos por chamada de vídeo  e eu sentia que as minhas bochechas continuavam vermelhas — Bom ver o senhor também. 

— Vamos entrar. Eu querer apresentar pra você o meu esposa, mãe do Theo — com um sorriso gentil, ele deu espaço para que eu entrasse na sala e eu sentia que as minhas bochechas continuavam vermelhas.

Linhas Invisíveis: Diana's VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora