-Prólogo-

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Os sonhos são parte da nossa vida imaginária, coisas fictícias e que acabam por nunca acontecer na realidade. Mas, e se de uma imaginação fértil nasce-se algo terrificamente real?

Costumava sonhar com ela todos os dias, sem excepção. Ver o seu cabelo encaracolado esvoaçar em torno de si quando ela se ria livremente. Cada ínfimo pormenor dela já era meu conhecido. E a cada sonho que tinha tudo se tornava mais real. Tudo cada vez mais distinto e realista.
Ela crescia comigo de uma maneira estranha. Eu via todas as suas mudanças. Porém, a partir de um dado momento, ela saiu dos meus sonhos para atormentar a minha mente, em imagens bem lúcidas no meu pensamento.

E foi aí que me perguntei se era possível que um sonho se tivesse tornado realidade.


Eu não a conhecia, mas desejava conhece-la. Ambicionava perguntar-lhe o porquê de viver na minha mente. Desejava perguntar-lhe o seu nome, perguntar-lhe porque me fazia sofrer e perguntar-lhe se ela era real.

Todavia, o problema está nesta última pergunta. Porque eu não sabia se ela era real, não sabia se de facto a tinha como eu queria acreditar. No entanto, sem medo das consequências e remetendo-me às minhas fantasias, afirmo para mim mesmo:

Eu tinha um delírio, eu tinha-a a ela.

Ela era o meu delírio.


Delirium ➵ L.TOnde histórias criam vida. Descubra agora