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Segunda-feira, 7 de março de 2016.

Sempre pensei que o amor fosse um mito. Talvez por nunca o ter experienciado ou por parecer demasiado incredível. Talvez por eu ser um cretino ou, então, somente porque não estava, de todo, disposto a aceitar que alguém como eu poderia, eventualmente, amar e ser amado por alguém. Nunca passei de um rapaz com distúrbios, obrigado a crescer por si próprio. Um rapaz que sempre assustara qualquer pretendente que pudesse ter, alguém que não era merecedor de qualquer atenção ou carinho. Mas hoje, após me ter tornado homem, e meio ano após ter deixado tudo para trás e ter começado uma vida só minha, apercebi-me de que, na verdade, o amor existe. E ele surge, por vezes, de uma pessoa que nunca esperamos ou então de uma pessoa que nem sequer julgávamos real. No meu caso, ele surgiu da pessoa que eu nem sequer julgara ser real, da pessoa esteve sempre constante na minha vida, da habitante da minha mente, alguém que eu julguei nunca vir a conhecer e que, agora, me apercebi que sempre conheci, de alguma maneira, melhor do que a mim.

Passei o meu olhar pelo visor do meu telemóvel, sorrindo perante a mensagem de Victoria. Ela estava no início do seu bloco de aulas da tarde e eu estava à espera do meu colega de escritório, Joseph, que deveria estar a regressar do seu almoço.

-"Seria sensato prestar atenção às aulas e dispensar as tuas mensagens?"- Leio e sorrio.

-" Temo que sim, não quero ser o responsável por impedir a tua formatura."- Respondo.

-" Admiro a sua coragem de dispensar a minha magnífica companhia."- Oh querida, por muito que quisesse, tu estarás sempre comigo.

-" Que espécie de homem seria eu se pusesse em causa os teus estudos em prol do meu contentamento?"

-"Da espécie normal. :)"- A pequena careta faz-me gargalhar.

-" Normal não é um adjectivo que me caracterize. P.s- Gostei do Smile."

-"Normal é tudo menos o que te caracteriza, caro mortal apaixonado. P.s- Eu também, faz-me sentir adolescente outra vez."

-"Posso acusar-te de plágio por utilizares termos de minha autoria. P.s- Dedica-te ao estudo, adolescente."

-"Permite-me que discorde. O termo foi utilizado em função da nossa relação, como tal tenho plena consciência que estou no direito de o utilizar de livre e espontânea vontade. P.s- Deixa de me importunar e assim o farei."

-" Sempre um passo à frente. Falamos quando as tuas aulas terminarem."

-"Sempre. Até logo."

Pouso o telemóvel na secretaria no preciso momento em que Joseph entra no escritório, atirando um portefólio para cima da sua secretaria.

- Desculpa o atraso, tive de passar nos recursos humanos e ainda fui buscar os últimos dados para o balanço do mês.- Explica-se, deixando o seu blazer nas costas da cadeira e sentando-se, ligando o computador.

-Sem problemas.- Sorrio ao de leve.

O meu telemóvel volta a dar sinal de notificação e logo penso na probabilidade de ser Victoria. Animado, abro a mensagem. Porém, a minha animação esvanece-se quando percebo que não era ela, mas sim o numero desconhecido de novo: -"O fim disto depende somente de ti."- E trazia com ela uma imagem anexada, apenas um fundo preto com um símbolo branco, o símbolo tóxico.

- Merda.- Praguejo repetidamente, a minha temperatura corporal a subir de acordo com a raiva que se ia acumulando em mim.

- Está tudo bem?- Joseph inquere-me. A minha visão fica turva quando olho para ele e tudo dentro da minha cabeça parece revirar-se, fazendo-me cerrar os olhos com força e apertar com força a borda da secretaria. Raiva, dor, raiva, dor, raiva, dor.

"Tenho medo." Um sussurro, a voz dela, atravessa o meu pensamento e eu desperto, a minha cabeça a latejar e as minhas mãos a tremer. Medo. Ela tem medo. De quê?

-Tomlinson?- O meu colega de escritório volta a chamar e desta vez encaro sem problemas os seus óculos que protegem os seus olhos escuros. Clareio a voz, recompondo-me, não querendo deixa-lo perceber nada.

- Enxaquecas, nada de mais.

Enxaquecas era um eufemismo para delírio e "nada de mais" era, na verdade, um foda-se para a minha vida.

-"Está tudo bem?"- Não hesitei em mandar a Victoria, preocupado e reticente quanto ao meu surto psicológico. Esperei, esperei, esperei.

-"Não me tinha apercebido de que te tornaste tão dependente de mim."- Alívio percorre o meu corpo, atenuando um pouco a raiva e a confusão ainda presentes nos confins do meu ser.

-"Já sou dependente de ti faz muito tempo, Vicky."- Respondi a mais pura verdade.

Relaxei na minha cadeira, sabendo que ela estava bem. Todavia, a minha mente relembrou-me que, apesar de Victoria estar bem agora, nada me garantia que não pudesse acontecer algo, e isso deixou-me reticente.


Boa noite delirantes!

É com enorme prazer que vos digo que tenho um capitulo prontíssimo para postar daqui a algum tempo e ainda outro a ser escrito e, finalmente, a inspiração bateu-me de frente e eu encontrei um rumo ainda melhor para esta historia (bem, eu espero que seja melhor, mas para quê falar de Lesmas voadoras? Exato, nada a ver.) Bem, amanha tenho uma visita de estudo e, adivinhem, vou para Lisboa whoh (Vah sei que não é grande coisa mas vou passar lá  dois dias com os meus amigos, sabem a emoção que é? Sem pais, apenas o secundário todo? :3 Vida loka my friends, vida loka)

Não querendo alargar demasiado isto, acham que vai acontecer alguma coisa à Victoria? Têm palpites para quem quer que esteja por detrás destas mensagens? Vá, falem comigo e expressem-se!

Questão de hoje:

Qual é o nome da antiga recepcionista que sorria e acenava ao Louis, e foi despedida há poucos capítulos atrás?

a) Abigail;

b) Marie;

c) Kristen.

A resposta anterior era a C.

Time.

Delirium ➵ L.TOnde histórias criam vida. Descubra agora