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Quinta-feira, 4 de Fevereiro de 2016

Os meus membros inferiores movem-se ao longo da avenida, levando com eles todo o resto do meu corpo. A neve parece ter parado ao longo da semana, deixando as ruas mais limpas e circuláveis. À sua semelhança, ela também se esvaneceu, quer da minha mente como do mundo físico.

Pergunto-me, repetidamente, se tudo não terá sido apenas um sonho mais profundo que ocorreu dentro da minha cabeça. Todavia, sinto que foi real, indiscutivelmente real.

À medida que avanço, um dedilhar fica cada vez mais alto, perfurando os meus ouvidos. Um pouco à frente, sentado sob um pedaço de cartão no chão, um miúdo algures na sua adolescência toca algo na sua guitarra. Abrando um pouco, acabando por parar à sua frente. A sua cabeça era oculta por um gorro quente e preto com o símbolo do Reggae. A sua guitarra preta era preenchida por algumas frases em línguas cujas quais não consegui decifrar.
O miúdo fechou os seus olhos antes de começar a cantar novamente.

-"I remember when we used to sit
In the government yard in trenchtown"

A sua voz um pouco arranhada soou, fazendo-me reconhecer instantaneamente a música. Sorri enquanto acompanhava mentalmente a melodia. A sua expressão demonstrava devoção total ao tema, o que me levou a sentir uma pequena empatia pelo jovem rapaz e, inconscientemente, cantar com ele o refrão.

-"No woman no cry
No woman no cry
Little darling, don't shed no tears
No woman no cry"

Ele abriu os olhos durante a letra e sorriu-me, voltando a fecha-los até ao final da música. Quando terminou eu felicitei-o com um sorriso e aproximei-me dele.

- Gostei de te ouvir cantar.

-Obrigado. Mas eu não canto.- Ele sorri.- Eu falo de forma ritmada para que as palavras que quero dizer saiam de forma mais bela e com maior impacto.- Encara-me com os seus olhos negros.- Se eu estivesse apenas aqui a dizer estas mesmas palavras, você ouvir-me-ia?

As suas palavras fazem-me reflectir por um pouco.

- De facto, não teria.- Admito e ele sorri, como que dizendo "eu sabia." Retiro a carteira das minhas calças e entrego-lhe os cinco dólares que me restaram do almoço.- Espero que o utilizes tão bem como utilizas as tuas palavras.- Digo-lhe.

Sempre encarei a idade como sendo apenas mais um número. Um número que não define sabedoria ou inteligência. Este rapaz foi uma prova convicta dessa realidade.

- Eu irei no entanto o mérito não é apenas meu, foi alguém que um dia me mostrou isso. Eu apenas aceitei essa realidade.- Ele sorri e eu retribuí, assentindo em compreensão.

-Quem quer que te tenha ensinado isso é um sábio e tornou-te num outro.- Sorri.

- Sim, um sábio autêntico.- Ambos sorrimos uma última vez. Despeço-me e afasto-me, continuando o meu percurso ao longo de toda a avenida este.

A letra em si poderia ser interpretada como uma canção banal sobre um homem que não gosta de ver a mulher chorar. Mas, para quem "conhece" o Bob Marley e tem atenção, existe algo mais do que uma simples canção cliché. Existe uma ligação com o passado de ambos, uma necessidade de relembrar o passado e reforçar a ideia horrível de ver a pessoa que amamos, a pessoa com quem partilhamos memorias e afectos, chorar.

Um estremecer na minha mente aparece de rajada, baralhando-me o cérebro e obrigando-me a abrandar ligeiramente. Elevo as mãos à minha cabeça que parece estremecer com a dor excruciante que se tivera formado. Inspiro fundo, sentindo o ar gélido penetrar os meus pulmões. Pressiono as pálpebras com força e tento abrandar a dor, atenuando o crepitar exaustivo na minha mente. Forço-me para afastar as imagens dolorosas, tentando manter afastado o sofrimento. Abro os olhos lentamente, de certo modo aliviado, sabendo que teria evitado uma visão. Bato-me mentalmente ao reflectir isso. Uma visão seria a única forma de eu ter notícias sobre ela e eu impedia de acontecer.

"Boa, Louis." O meu conselheiro interior murmura ironicamente, afrontando-me com a minha ignorância exímia.

- Parvo.- Insulto-me a mim mesmo, chicoteando a minha asnice constante.

Eram tão raras as vezes que eu conseguia evitar um delírio, porquê agora? Agora que, mais que nunca, precisava de a ver. Por muito que a minha cabeça ficasse dorida, por muito que eu sentisse a minha mente sangrar, eu precisava de saber algo dela. No fundo, acho que só precisava de saber se ela estava bem.

O relógio no meu pulso apitou, despertando-me da pequena conversa com a minha consciência e assinalando a uma da tarde. Era o fim da minha hora de almoço. Comecei a caminhar de forma apressada, guinando à esquerda no final da avenida. Sabia que demorava apenas cinco minutos até chegar à empresa, porém não me poderia dar a luxos de perder o meu sustento aqui. Apesar dos vinte mil dólares que habitam a minha conta bancaria serem uma quantia considerável, não durariam para sempre e muito menos fariam frente às minhas despesas enquanto tentasse encontrar um novo emprego.

Uma onda de vibrações irrompeu na parte lateral do meu abdómen, fazendo-me suspirar em exasperação.

-" Louis Tomlinson."- Atendi de forma desajeitada, enquanto atravessava a passadeira em conjunto com os outros peões.

-"Louis? Consegues ouvir-me?"- As suas palavras fizeram-me estacar por completo, perdendo a noção do explicável.- "Louis?"

-" Victoria?"- Questionei um pouco petulante, num tom reduzido que talvez demonstrasse a minha admiração face ao seu telefonema.

-"Peço desculpa por não ter atendido e..."- Uma forte buzinadela interrompeu a sua fala de veludo. Os meus circuitos centrais são activados, fazendo-me olhar para o lado onde um condutor impaciente e enraivecido se encontra a barafustar palavras não tão simpáticas contra mim. Foi aí que dei conta que me encontrava estatelado em plena estrada, no meio de uma passadeira. Corri rapidamente até à outra margem da estrada, saindo do meio do trânsito.

-" Louis? Consegues ouvir-me?"- A sua voz soou novamente, iluminando a minha aura.

Eu abri a boca, na esperança de lhe falar, porém uma voz grave ecoou do outro lado da linha, cortando-me.

-" Viste o meu portátil Vicky?"

Uma vaga gigantesca de imagens e sons atingiu a minha mente, formando um redemoinho de luz. A minha mente gritou em socorro, envolvida na dor profunda, para que depois as imagens se tornassem lúcidas.

As luzes claras oriundas dos holofotes reflectiam sob o seu cabelo, tornando o seu manto castanho em algo precioso, semelhante a uma bela turmalina acastanhada. O seu corpo permanecia mais elegante do que nunca, embebecido numa nuvem de cetim constituinte do seu vestido. Ela caminhava, confiante, de modo a esconder todas as atrapalhações que os seus olhos receosos transmitiam. A sua mão delicada demonstrou-se em foco na minha mente, sendo envolvida ternamente por mão mais áspera e comprida.
Uma mão masculina.

As imagens esvaneceram-se por completo de mim, concebendo-me novamente a perspicuidade. O telemóvel, ainda colado à minha orelha, dava sinal de que a chamada teria sido desligada. Um amontoado de pensamentos formam-se no meu interior, fazendo a minha cabeça latejar. Algo na minha mente me indicava que a mão que envolvera a sua pertencia ao mesmo individuo que se fez ouvir na nossa chamada.

Afundo os ombros ao tempo que a dúvida me consome.

Poderia a habitante da minha mente ser comprometida e eu nunca me ter apercebido?


OMG A VICTORIA LIGOU-LHE AAHHHHHHHHHHHH espera... será que ela é comprometida? oh caraças, Louis louis... oh deia lá, tu és melhor que qualquer rapaz... okay, excessão feita ao Liam mas wtv ele é meu muahahha

okay, não estou bem mesmo

Eu tive fucking ideias para esta fic e isto vai ficar muito muito muito mais interessante! vou começar já amanha a trabalhar nisto muahahhha okay, nao estou bem mesmo...

Vocês são as melhores pessoas do mundo sabem? tipo Stay está em fucking 91º em ficção adolescente, tipo ahgjskshdj e esta fic tem tipo... 358 leituras, 90 comentarios e 64 votos isto é tao incrivel, deus! 

Peço desculpa tneho de ir, vou tomar um chá de camomila com o cão do Obama, bye bye

oh yeah, sou uma pessoa importante pahahahhaha

XxTime



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