De volta a NY

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Cerejas eu sei que eu falei que voltaria ontem mais minha internet ficou oscilando ontem e hoje e agora estabilizou. Vamos ao capitulo.

A paixão aumenta em função dos obstáculos que se lhe opõem.

(William Shakespeare)



Lalisa Pov's

Eu nunca pensei que diria isso mas... Eu realmente gostaria de ficar mais um pouco em Paris, aqui é tudo tão calmo, lindo, você sempre sente cheiro de croissant e café por que cada esquina que se vira tem um caffé, essa cidade me traz uma imensa paz, mas como tudo que é bom dura pouco daqui a 5 horas eu tenho que pegar me vôo para Nova York.
Eu estava na frente da sacada admirando pela ultima vez a linda paisagem que o hotel me fornecia com um copo descartável de café na mão, e na minha frente na pequena mesinha uma caixinha transparente com um cupcake dentro. Foi ela que me deu ontem quando fomos ao café.

Chaeyoung.

Estávamos saindo do café quando ela o retirou da bolsa dizendo que fez como pedido de desculpas e que era sua especialidade, eu não poderia negar então acabei pegando o bolinho. Tenho que admitir que Chaeyoung é uma garota divertida e sua companhia é agradável apesar do temperamento e como ela pode parecer desaparafusada ela é uma boa garota e espero que ela encontre alguém bom pra ela.
Sei que agora que vou voltar a NY eu provavelmente não a verei nunca mais, pois dado as suas características físicas ela deve morar em algum pais da asia, mas se você me perguntar se eu me arrependo de ter salvado ela eu vou responder que... Não sei.

Isso mesmo não sei. É claro que um ato de bondade não lhe deve gerar arrependimentos mas eu não esperava que tudo isso fosse acontecer. O que eu quero dizer é que era pra mim ter a salvado e depois ir embora, no dia seguinte a inauguração eu aproveitaria para falar com os acionistas sem distrações e ontem eu apenas dormiria até um pouco mais tarde antes da ultima reunião referente a MM.
Mas graças a Chaeyoung, tudo foi alterado, eu passei uma noite em uma poltrona desconfortável, me distrai na inauguração antes de falar com os acionistas e durante a conversa com ela, meu sono até tarde foi para o brejo por que eu tive que levantar cedo e ir a um café com aquela menina. E tudo isso por que ela decidiu me beijar.

Eu fiquei completamente sem reação, mas por mais que eu queira negar eu não pude deixar de sentir a maciez em seus lábios.

—  O que tem de bonita tem de louca. —  Murmurei tomando um gole do meu café

—  Senhora Manoban? —  Ouvi duas batidas na porta e depois ela se abrindo revelando Irene.

—  O que foi Irene?

—  Sua esposa me ligou. —  Arqueei a sobrancelha. —  Ela disse que tentou te ligar mais estava dando fora de área ou desligado.

—  Oh droga! —  Estapeei a testa. —  Eu o desliguei e deixei carregando. Ela estava muito brava?

—  Um pouco. —  Ela se aproximou olhando a vista por uns instantes. —  Mas pediu para avisar que teve que sair para fazer umas fotos em Los Angeles e que voltará na Quinta-feira.

—  Ela havia comentado comigo que talvez iria. —  Eu virei o ultimo gole de café. — Parece que não vou matar a saudade dela tão cedo.

—  Você ainda tem uma semana de folga, então vão aproveitar um pouco uma a outra. —  Ela deu um sorriso singelo e direcionou seu olhar para o bolinha em cima da mesinha. —  Foi aquela garota que te deu?

—  Sim. —  Olhei para o bolinho. —  Ela é...

—  Louca? —  Irene sugeriu e eu soltei uma risada anasalada.

—  Um pouco. Mas ela é engraçada, ela disse que eu sou uma bunda mole. —  Irene colocou a mão na frente da boca para esconder seu riso.

—  Ela tem coragem por que a noção da pra ver que é um total de zero. —  Eu soltei uma risada fraca enquanto balançava a cabeça negativamente. —  Você não vai comer? —  Ela apontou para o doce a minha frente.

—  Talvez.

—  Bom, eu queria comprar algumas coisas antes de irmos. Tudo bem para a senhora?

Acenei com a cabeça e ela me deu um sorriso antes de sair. Olhei para o bolinho e o peguei retirando-o da caixinha, a massa provavelmente de chocolate com um chantili azul e umas bolinhas rosas por cima, bem fofo.

Dei a primeira mordida e céus... que delicia.

A massa era bem fofinha de chocolate e o recheio era de avelã e nozes. Me peguei suspirando enquanto mastigava.
Eu já havia comido muitos cupcakes mais nenhum igual aquele, talvez eu devesse encomendar alguns desses quando chegar em NY mais sei que o sabor não será igual por que esse daqui foi feito por mãos delicadas por uma jovem de 17 anos. É uma pena que eu nunca mais vou comer um desses de novo.



Depois de um vôo de 7 horas eu estava em NY de novo, deveria ser umas 23:00 mas tudo que eu queria era minha cama. Pietro tinha pegado o vôo duas horas mais cedo para poder me pegar no aeroporto e assim que desembarquei ele estava lá. Eu ofereci uma carona para Irene mas Seulgi fez o favor de vir busca-la.
Assim que cheguei no meu prédio James o porteiro me ajudou com asa malas e as deixou na porta da minha cobertura antes de sair e me desejar um "bem vinda de volta" e "boa noite".

Eu entrei no apartamento vazio deixando a mala no meio da sala e me joguei no sofá tirando os saltos, eu realmente queria chegar e Minnie me receber com um abraço e depois nos perderíamos na cama, mais infelizmente isso não aconteceu.

Eu bufei frustrada e fui até a cozinha, abri a pequena adega pegando uma taça e uma garrafa de vinho e depositei o liquido na taça, caminhei até a porta da varanda da sala e a abri indo para fora vendo o movimento da cidade que parecia não dormir nunca, carros, motos e pessoas para lá e para cá, bares abertos, luzes.

—  Tão diferente de Paris... —  Murmurei tomando um gole do vinho.

Tirei meu celular do bolso e enviei uma mensagem para minha esposa dizendo que já estava em casa e que estava com saudades e depois guardei o aparelho. Me debrucei na grade da saca vendo tudo lá embaixo enquanto uma brisa gelada envolvia meu corpo, tomei mais um gole do vinho e uma estranha vontade de comer doce me atingiu.

Eu sorri e neguei com a cabeça.

—  Um cupcake cairia bem agora.

The Mistress | Chaelisa Onde histórias criam vida. Descubra agora