Capítulo 18

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            Acordo sendo cutucado, me viro e vejo que é meu tio tentando me acordar, aí o que será que aconteceu?

- Ei Jake, acordada, você vai perder a terapia.

            Só consigo dar um pulo e levantar, não posso perder minha sessão, demora a semana toda, não posso perder de jeito nenhum. Levanto e já são 11:40, me arrumo igual um jato.

- Eu vou levar você Jake, aí já vou direto pro trabalho.

            Saimos de casa tão rápido que eu não consegui comer nada. O elevador deixa a gente no subsolo e vamos direto pro carro, já são 11: 57 quando eu chego no consultório, me despeço do meu tio e entro no consultório. A recepcionista libera meu acesso e eu subo. Bato na porta e o Dr Thomas abre sem demora.

- Olá Jake, entre. - Faz um movimento com o braço pra eu entrar.

            Noto que hoje ele tá com uma camisa azul por baixo do jaleco, DEUS COMO ELE É LINDO.

- Jake? - Ele balança a mão.

- Ah nada rsrs - Percebi que tava olhando sem parar.

- Pode se sentar.

            Sento na poltrona e ele já vem com uma caixa de lenço e uma garrafa de água.

- Eai, como anda a vida?

- Bom, tá muito melhor, eu tava ansioso pra te contar.

- Me conte. - Ele diz com um sorriso.

- Eu e minha família mudamos de casa, na vdd fomos pra um apartamento.

- Uau que legal, fico feliz por isso.

- Lá é lindo Dr, lindo mesmo.

- Se for igual a você então eu acredito. - Ele sussurra algo que eu não consigo ouvir.

- Ãn?

- Não.. nada... Eu me distrai.

- Ah sim.

            A sessão vai avançando e logo termina e eu fico triste na hora, não quero ir embora. Me levanto e vou até a porta. Thomas nota meu olhar e pergunta.

- Jake tá tudo bem? Você ficou triste de repente.

- Ah é que eu adoro ficar aqui e as sessões demoram tanto e acabam tão rápido.

- Que bom que gosta, se tá acabando rápido então quer dizer que estamos aproveitando bem.

- Sim, verdade - Digo me aproximando da porta. - Tchau Dr Thomas.

            Assim que vou saindo, sinto Thomas se aproximando, ele pega minha mão e olha pro machucado que eu fiz por conta do vaso.

- O que foi isso? - Ele olha.

- Deixei cair um vaso e acabei me machucando.

- Tome mais cuidado Jake! - Ele diz gentilmente.

            Quando eu vou agradecer a preocupação, meu estômago da um ronco que parece que ligaram um carro no corredor. Thomas olha minha barriga e da um sorriso.

- Acho que tem alguém com fome.

- Sim rsrs, não comi nada ainda mas eu vou comer assim que chegar em casa.

- Não quer ir comer comigo na lanchonete aqui perto?

- Ah não, não se preocupe.

- Só um minuto. - Ele diz tirando o jaleco deixando aquele peitoral marcando na camisa.

            Ele volta e vamos pro elevador. Não sei porque mas o elevador parece descer mais lento que o normal, também sinto um calor que não tava sentindo antes, Thomas tá tão próximo de mim que eu consigo sentir ele respirando atrás de mim. O elevador abre e eu saio imediatamente e sinto o golpe de ar fresco no meu rosto.
            Saimos do prédio e vamos andando até a lanchonete que é subindo a rua, vejo algumas decorações de natal, tudo é tão lindo.

- Ei Dr. Você gosta do natal?

              De repente vejo o olhar dele escurecer. Ué, será que falei alguma coisa de errado? Por que ele ficou assim?

- Não muito! - Diz seco.

- Ah sim entendi.

            Chegamos na lanchonete e ele abre a porta pra mim. Assim que escolhemos a mesa, noto que ele ainda tá com a cara fechada, me aproximo dele e sinto ele tenso.

- Dr, eu disse alguma coisa? Você ficou triste.

- Ah não, é que eu não gosto muito de tocar nesse assunto. Mas não vamos estragar nosso encontro, digo nosso café.

            Ele puxa a cadeira pra eu sentar, com certeza eu estou nas nuvens, ele é um príncipe mesmo. Ele senta na minha frente e fazemos o pedido. Peço um café com leite e uns pães de queijo, ele pede um croissant de doce de leite e um café, (Como ele come isso e ainda tem esse corpo?).
             Terminamos e eu chamo o garçom pra trazer a conta, quando eu tiro o cartão, Thomas pega a conta.

- Nem pensar, eu pago!

- Ah não Dr, não tem problema, eu...

- Já disse que não, te chamei então eu quem pago. Você pode me trazer um bolinho de doce de leite por favor - Ele fala pro garçom que volta com o potinho na mão.

             Ele pega o doce e já começa a comer, levantamos da mesa e vamos em direção a saída, assim que saímos da lanchonete, olho pro Thomas e vejo que ele tem um pouco de doce no canto da boca.

- Dr, sua boca tá suja. - Falo dando um pouco de risada.

- Sério?

- Sim, deixa que eu limpo. - Chego perto dele e passo o dedo no canto da boca dele sentindo o bigode dele.

            Noto o olhar dele em mim, os olhar mais profundo que eu já recebi. Ah Meu Deus o que eu acabei de fazer? PUTA MERDA EU PASSEI A MÃO QUADE NA BOCA DELE!!!

- Ah... É... Pronto.

- Eu sempre faço isso, se você ver minha boca suja por favor me avise hahah ou melhor, pode limpar se quiser.

              Sinto um arrepio na minha espinha. É sério que ele acabou de falar isso? Meu pai amado, eu não acredito.
Thomas levanta o braço fazendo um táxi parar.

- Eu pago seu táxi.

- Não Dr. Não precisa, assim eu fico sem jeito.

- Dá pra perceber, sua bochecha tá vermelha.

- O QUE? - Passo a mão no rosto e ouço a risada dele.

- Pode entrar. E assim que chegar em casa me avise!

            Ele se aproxima do vidro do motorista.

- Leve ele em total segurança!

- Pode deixar! - Diz o motorista.

- Obrigado mais uma vez Dr.

            Ele só pisca pra mim enquanto o carro arranca no meio da avenida.
Assim que eu chego em casa, meu coração ainda tá batendo forte. O que acabou de acontecer? Preciso contar pro Pedro. Assim que eu vou entrar no elevador, vejo a moça asiática saindo com duas sacolas, vejo que em uma tem uns jogos e na outra vinho. Uau ela gosta de jogos então. Ela passa por mim sem perceber que eu estava ali por conta do celular. Pego o elevador e subo.
            Entro em casa mas lembro que estou sozinho. Abro o celular e mando uma mensagem pro Dr Thomas avisando que cheguei, nem 20 segundos e ele já manda uma mensagem, ele mandou um emoji de beijos e desejou uma boa sexta.
            Abro a geladeira e pego uma coca, porque hoje eu mereço beber uma coquinha gelada. Quando eu sento no sofá ouço a campainha, vou até a porta, olho no olho mágico mas não reconheço, é uma moça loira, quem será? Abro a porta e quando meus olhos fixam nela, derrubo a latinha.

- ASHLEY??

                     [CONTINUA]

Meu Psicólogo Onde histórias criam vida. Descubra agora