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— Então, o que você faz da vida, Mon ? — Tee a encarou enquanto falou — A Sam comentou que você faz faculdade.

— Eu faço administração, mas no momento estamos em uma mini férias, se é que isso existe — ela da de ombros — Ah, estou no 4 semestre.

— Isso é interessante, porque eu tenho uma empresa, posso te ajudar com.... Aaah — não deixo a Tee terminar sua fala, porque acerto a canela dela com um chute por baixo da mesa.

— O que foi, Tee ? — pergunto de forma irônica e com um pequeno sorriso em meus lábios.

Ela me encara com raiva e cerra um pouco os olhos — Nada.

— Caramba, vocês são estranhas — Kate faz uma careta e logo desvia sua atenção para a Mon — Você estaria livre na segunda ? Meu filme vai estrear e te consigo ingressos, sabe, vantagens de ter uma amiga que é a estrela do filme — ela se gaba enquanto mexe em seus cabelos.

— Claro, eu adoraria !

— PARA TUDO, ESSA É A MINHA MÚSICA — a Jim levantou em um pulo da cadeira e eu logo nego com a cabeça.

— Jim, estamos em uma cafeteria, volta para a cadeira ! — minhas ordens saem de forma ríspida, mas são ignoradas pela Jim.

— EU SEMPRE DANÇO QUANDO OUÇO ELA — ela se direciona para uma parte mais espaçosa da cafeteria ao som de Envolver.

Dime cómo hacemos
Me diga como vamos fazer

Si tú me deseas y yo a ti también
Se você me deseja e eu também te desejo

Hace rato te quiero comer
Faz um tempo que quero te devorar

Di qué vas a hacer
Diga o que vai fazer

A música foi aumentada assim que a dança havia começado.
O corpo dela balança junto com a melodia da música, no momento todos estão olhando atentamente para a Jim, que nem se importa. Deixo que minha cabeça caia sobre a mesa e solto um suspiro de lamento — Por que ela sempre faz a gente passar por isso ? Eu vou mandar banir essa música, já é a quinta vez no mês.

Assim que volto a levantar meu rosto, encontro a Kornkamon se levantando da mesa — O que pensa que vai fazer ?

— Não vou deixar ela dançar sozinha e a batida é muito boa — ela da um sorriso e vai andando em direção a Jim.

— Isso pode piorar ? — falo em um sussurro.

Así que ponme un dembow, que ese no respeta
Então me dê uma batida, que esse não tem respeito

Y tengo pa' ti la combi completa
E eu tenho a combinação completa para você

Que no duro mucha soltera
Eu não duro muito solteira

Aprovéchame
Me aproveite

Logo as duas já estão dançando em sincronia, entre risos. Agora eu e a Tee encaramos a cena, enquanto a Kate fingi ler um cardápio, quando na real, só esta evitando ser vista naquele momento. A questão é que não era tão vergonhoso, elas estão dançando bem, mas nunca admitiria isso, nem sobre tortura.

Assim que o refrão da música chega, as duas começam a rebolar, ignorando toda a atenção que estão nelas, embora no momento, eu só perceba a presença da Kornkamon. É uma infelicidade minha ter que confessar que ela é um pouco atraente.

Y no te voy a envolver
E eu não vou te envolver

Sé que lo hacemos y tú vas a volver
Eu sei o que fazemos isso e você vai voltar

Un perreíto en la pared
Uma dança contra a parede

Yo soy un caso que hay que resolver
Eu sou um caso a ser resolvido

Pero no te voy a envolver
Mas eu não vou te envolver

Sé quе lo hacemos y tú vas a volver
Eu sei o que fazemos e você vai voltar

Un pеrreíto pa' bellaquear
Uma dança sedutora

Pegaíto' a la pared
Colados na parede

Parece que ela olha em minha direção e nossos olhares se cruzam, agora a música está em um quase sussurro em meus ouvidos e tudo parece tão lento e quente. Pisco algumas vezes na tentativa de me manter sã. Me levanto, dou alguns passos na direção dela e logo desvio indo para o banheiro.

Jogo um pouco de água sobre o meu rosto e fico alguns minutos ali, encarando o meu reflexo no espelho, tentando entender o que aconteceu.
Assim que me sinto mais calma e tranquila, saio do banheiro e volto para a mesa, agora a música já era outra e todos estão sentados.

— Você voltou — a Tee me encara e da uma piscada — Eu estava comentando, o quanto a Kornkamon dança bem, você não concorda, Samara ?

— Não, ela é bem desengonçada, talvez devesse pagar umas aulas de dança — falo de maneira ríspida e evito a olhar.

— Eu concordo com a Tee, a Mon é ótima — a Jim deixa o braço sobre o ombro da Kornkamon — Acredita que nenhuma delas nunca dançou essa música comigo ? Você é a número um da minha lista — ela deixa um beijo sobre a bochecha dela.

— Isso é engraçado, parecia que você estava gostando de ver ela dançar — Kate começa a falar e eu a encaro em desespero — Eu pude jurar que quase vi você baban... — pego a primeira coisa que vejo e arremesso contra.

— POR QUE VOCÊ ME JOGOU UM SAQUINHO DE KETCHUP ?

— Eu tenho um jantar de negócios e preciso arrumar algumas coisas, vamos embora. Eu vou chamar o Chin para nos buscar — me levanto e puxo a Kornkamon pelo braço a forçando a andar comigo ate a rua.

— Você é uma mulherzinha chata em, sabe o que eu acho ?

Pego o meu celular e mando uma mensagem para o Chin me buscar — Não quero saber.

— Eu acho que você gostou de me ver dançando e entrou em desespero.

Minha vontade era de perguntar se ela era telepata, mas apenas reviro meus olhos e falo — O único motivo pelo qual olhei para você, foi porque era engraçado, você é ruim, aceite isso.

Ela solta uma risada e nega com a cabeça, volto a tentar ignorar sua presença. Após alguns minutos o carro chega e logo voltamos para o Hotel.
Claro, nesse percurso, Kornkamon teve que conversar com o meu motorista, já percebi nesses poucos dias que ela ama conversar com todos e todos com quem ela fala parecem adquirir um sentimento por ela, IRRITANTE.

— Eu vou trabalhar, não me espere e pegue o próximo — falo para a Kornkamon e apenas entro dentro do elevador, aperto o botão do andar do meu escritório. Está tudo vazio, afinal, já era quase 19 horas, apenas acendo a luz da minha sala e ligo computador, tento me fixar em alguns documentos e e-mails, mas só consigo pensar na Kornkamon.

Ela é insuportável, você a detesta, Samanun, repeti isso dezenas de vezes para mim, mas cada vez parecia ser mais mentira.

Logo desisti disso e decidi ir para o meu jantar, tudo ocorreu bem e eles decidiram fechar uma parceria, inclusive tiramos ate algumas fotos para comprovar o ato, embora eu detestasse fotografias.

Assim que volto para casa, encontro tudo escuro, acendo algumas luzes e me direciono para a cozinha, solto um pequeno sorriso ao notar um pequeno bilhete grudado na porta da geladeira

"Fiz um sanduiche para você, caso chegue com fome.
P.s: Talvez esteja com um pouco de veneno :) "

Noiva de Aluguel - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora