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A primeira coisa que fiz foi refazer o caminho até o aeroporto, nada da Mon. A Nueng levou os meus sogros para a casa da minha avó e eu apenas segui a caminho da delegacia junto com a Song.

— Eu preciso do melhor investigador — falo assim que abro a porta do local, alguns policiais direcionam o olhar pra mim e logo desviam.

Um pequeno policial se aproxima de mim, seu uniforme está todo amassado, seu crachá está torto e ele possui o cabelo desarrumado — Qual o problema senhora ?

— Minha noiva... ela, ela foi sequestrada !

— Sequestrada ?

— Ela foi buscar os pais no aeroporto... Eu acho que a ex dela era a motorista — sinto minha voz começar a falhar — A ex dela é totalmente louca, vocês tem que me ajudar !

— Faz quanto tempo isso ?

— Vai fazer três horas...

— Certo — ele solta uma pequena risada — Veja, talvez ela só queira voltar o antigo relacionamento — seu tom de voz é presunçoso e ele possui um pequeno sorriso nos lábios — Eu sei o quão ruim é isso, mas infidelidade não é crime.

— O QUE VOCÊ TÁ FALANDO ? — sinto a mão da Song segurando o meu ombro me impedindo de avançar para cima do policial.

— Senhora, mantenha a calma !

— CALMA O CARALHO — aponto o meu dedo na cara dele.

— Ei ! Eu não tenho culpa da sua noiva ser infiel !

— VOCÊ É UM INÚTIL, ESSA É A SUA CULPA !

— Estou te avisando, mantenha a calma — sua mão fica sobre a sua arma e ele recua — Ou irei te prender !

— Me prender ? — solto uma risada nasal e nego com a cabeça — VOCÊ É UM MERDA DO CARALHO !

— Só por esses insultos eu já poderia obrigar você a calar sua boca — ele retira a arma do coldre.

— Deixa que eu resolvo, Sam ! — a Song me puxa para trás — Vamos dar um jeito nisso — ela me direciona para fora da delegacia.

— EU VOU COMPRAR ESSA MERDA E DEMITIR TODOS — falo assim que entro no carro, apoio meu rosto em minhas mãos e sinto minhas lágrimas as molhando — O que vou fazer, Song ?

— Calma, irmã, eu vou dar um jeito nisso, eu acho que tenho o contato de alguém — ela pega o seu celular e começa a procurar um número.

— Quem ?

— É uma ex policial... Achei — ela digita em seu celular — A Mon vai ficar bem, vamos ter fé.

— Difícil ter isso, quando a pessoa que eu mais amo foi sequestrada por uma ex louca.

— Veja, ela já me respondeu... Ela me mandou um endereço para a encontrar.

Cerca de 30 minutos depois, eu e a Song chegamos ao nosso destino, era um estacionamento, a porta traseira do carro é aberta, uma mulher entra e se senta no banco.

— Preciso de mais informações sobre o trabalho — sua voz é calma, seu rosto está quase todo coberto, ela usa uma máscara que esconde sua boca e nariz, além de um óculos.

— A minha noiva foi...foi — não consigo mais pronunciar as palavras, quanto mais eu as digo, mais real sinto que é tudo isso.

— A noiva dela foi sequestrada — Song começa a falar — O seu nome é Kornkamon Phetpailin, nossa suspeita é a sua ex namorada, uma tal de Malai.

— Nesses casos, infelizmente, não teremos uma ligação pedindo dinheiro. Mas isso tem um ponto positivo, isso aumenta as chances dela não fazer nada contra a integridade física da Kornkamon.

A minha irmã entrega o seu celular para a desconhecida — Essa é a foto da Kornkamon e esse é o número do celular dela, é só o que temos...

— É o suficiente.... — o meu celular começa a tocar, assim que olho para a sua tela leio "Minha Noiva está ligando", atendo rapidamente.

— Viva voz — A Song sussurra e eu obedeço.

— Mon ? — minha voz está trêmula.

— Errado — era a voz da Malai — Eu só estou ligando pra avisar que a MINHA Mon está bem, ela me implorou por isso — ela ri.

— Cadê ela ? Eu preciso ouvir sua voz, me deixe falar com ela !

— Ela vai deixar de te amar e irá me amar novamente, siga com sua vida.

— Por favor, me deixe falar com ela, por favor ... — ela desliga a ligação.

— Eu tenho o que preciso, se houver mais alguma ligação me avisem — a desconhecida sai do carro.

— Sam, vamos achar ela —a Song aperta minha mão — Ela está bem, vai dar tudo certo !

— Você não pode prometer isso...

— Você tem razão — ela sussurra e volta a segurar na direção antes de iniciar o percurso de volta para casa.

Pov Mon

— Já pode parar de chorar, eu fiz o que você me pediu !

A Malai tenta se aproximar de mim, eu apenas rastejo para o canto do cômodo e abraço minhas pernas.

— EU MANDEI PARAR DE CHORAR — ela arremessa o celular contra a parede e por poucos centímetros ele não acerta meu rosto.

Me encolho para me proteger e seguro a respiração por alguns segundos tentando controlar o meu choro, porém baixos soluços escapam da minha boca fazendo que eu a cubra com as mãos.

— VOCÊ TÁ SENDO UMA PÉSSIMA NAMORADA — ela volta a se aproximar e se agacha ficando extremamente perto de mim — Olha o que eu fiz para te agradar e em troca recebo ingratidão.

— Eu não ... — apoio minha mãos em seus ombros e a empurro para longe de mim fazendo com que ela caia sentada no chão — EU NÃO SOU SUA NAMORADA!

Um sorriso surge em seus lábios, ela se levanta do chão e limpa suas calças com as mãos — Tudo bem, nós temos tempo — ela começa a subir a escada e destranca a porta — Quem sabe se você ficar sem comer, você mude de ideia sobre o nosso relacionamento — ela sai pela porta e consigo ouvir o som dela a trancando.

Espero algum tempo da sua ausência, procuro pelo celular que ela havia arremessado e para o meu azar ele se partiu em dezenas de pedaços.

Começo a pegar as partes do meu aparelho, talvez se eu encontrasse tudo e colocasse no lugar correto, ele voltaria a ligar, eu só preciso de uma ligação, apenas isso, tem que dar certo !

Noiva de Aluguel - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora