Noiva de Aluguel - MonSam

9

— Maninha, ligue logo para ela, não aguento mais ver você checando esse celular a cada 5 segundos — Song fala de maneira calma enquanto observa o meu semblante.

— Eu só estou vendo as horas e não checando se a Kornkamon me mandou algo, não confunda, eu não sou esse tipo de namorada possessiva e ciumenta.

— Liga logo para ela e peça para nos encontrar aqui no restaurante.

— Certo, só porque você está insistindo — eu sabia que ela não insistiu tanto assim, mas gosto de pensar que ela quase implorou pela presença da Kornkamon.

Me afasto da mesa com o meu celular, entro no banheiro e ligo para a Kornkamon, quase quando a chamada iria cair na caixa postal ela atende.

— Kornkamon, você terá que vir pra cá, minha irmã Song, não para de falar que está com saudade sua e precisa da sua presença. Se ela começar a chorar, irei culpar eternamente você !

— Ela é adulta, Samanan, ela vai entender que tive um compromisso — dava para ouvir a voz de alguém de fundo — Pra mim pode ser esse filme mesmo, só vou terminar essa ligação do trabalho — sua voz está diferente e é como se ela tentasse abafar o celular para evitar que eu ouvisse essa parte.

— Por que a mudança de tom, Kornkamon? Tem alguém com você ?

— Tem — ela logo desliga a ligação me fazendo soltar um suspiro de frustação.

Volto a retornar a ligação, mas dessa vez ela atende na primeira chamada, viu só, ela já estava louca esperando a minha ligação, tão bobinha, é obvio que ela só está com essa garota para tentar esquecer que está apaixonada por mim.

— Você não vai parar de me ligar ?

— Você não pode simplesmente vir pra cá ?

— Eu não quero !

— Ótimo! Não venha, eu também não queria que você viesse.

— Tá, posso desligar agora ou você vai me ligar novamente ?

— Olha só, esquece isso, por favor. Você pode vir pra cá ? — minha voz sai em uma quase suplica, provavelmente era a primeira vez que eu quase implorei por algo.

Eu consegui ouvir um pequeno bufar e logo — Me mande o endereço por mensagem.

— Eu te busco — falo rapidamente — Me mande o seu local, eu estou de carro.

— Não, só me mande — ela volta a desligar a ligação.

Que mulher insuportável, digito uma mensagem pra ela com o endereço e um " Não demore", logo volto para a mesa, me sento em minha cadeira e peço para o garçom adicionar mais um pedido e uma bebida para que chegue todos os pratos juntos.

— Então, você conseguiu fazer ela vir, caramba, estou impressionada — Neung fala enquanto me encara com um pequeno sorriso nos lábios.

— O que posso fazer né ? Ela é apaixonada por mim, tudo que eu peço ela corre para fazer — falo me gabando.

— Ah, antes que eu me esqueça, a vovó quer muito conhecer ela, então você realmente vai ter que levar ela lá, o que não vai ser um problema né ?

— Uma viagem em casal, que romântico em ! — Song fala.

— E entre nós, eu e a Song achávamos que essa sua noiva nem era real e por um momento quando eu vi ela, ate achei que você teria contratado alguém para fingir, mas depois de todos os barulhos que vocês fazem no quarto, não tenho mais essas dúvidas . Vocês são muito barulhentas, talvez na próxima o ideal seja dormimos em outro andar — ela deu uma risada e a Song apenas concordou com a cabeça.

Forço um sorriso, porra, não sei o por que, mas essas palavras dela me doeram, mas não poderia chorar agora e nem deixar aparentar que não gostei do que ouvi, já que para elas o namoro era real e a minha paixão também. Mas a verdade é que tudo está tão perto de acabar que é ate estranho pensar que voltarei a dormir sozinha.

E eu nem parei para pensar que o sexo de ontem teve ações diferentes, para a Kornkamon foi só casual, algo para o prazer, sem sentimento, já que hoje ela está em um encontro com outra, mas pra mim, foi mais que isso, talvez eu tenha envolvido sentimentos. Que droga, ela deve ter botado alguma poção do amor em minha comida, eu sabia que não deveria ter ingerido nada que ela tivesse feito !

Meus pensamentos foram atrapalhados, quando pela porta do restaurante entra a Kornkamon, tudo parece em câmera lenta, não achei que isso pudesse realmente acontecer, mas ate o local pareceu estar mais iluminado e colorido.
Ela está usando um vestido branco com algumas flores e que ficou perfeito no corpo dela, mas eu sabia que ela esta usando ele porque estava em um encontro, o que me fez sentir um gosto amargo.

— Boa noite para as minhas garotas — ela fala alegremente e abraça a Song e depois a Neung, fico observando suas ações, não que eu esteja esperando por algo, mas "minhas garotas" também me inclui né ?

Logo ela se aproxima de mim, seu rosto fica perto o bastante para sentir o seu calor, ela apenas deixa um beijo no canto da minha boca e depois se senta ao meu lado.
Tento me concentrar nos assuntos que está rolando, mas só consigo lembrar da sensação de sentir a boca dela tão perto da minha, merda, minhas borboletas no estomago estão agitadas !

Um tempo depois a comida chega, me mantive em silêncio e as vezes apenas concordava com alguma fala, eu realmente não prestei atenção nos assuntos.
Assim que terminamos de comer, eu vou pagar e a Neung me segue, termino de pagar e ela me puxa para fora do restaurante.

— Sam, eu e a Song teremos que ir embora hoje a noite, temos que resolver uns problemas que surgiram na empresa, eu sei que deveria ter falado antes, mas não achei que era o momento.

— Vocês não podem ir embora hoje ! — se elas fossem hoje, eu ficaria sozinha mais cedo do que eu planejava, eu não estou pronta para isso — A Kornkamon sabe disso ?

— Eu ainda não falei para ela e infelizmente não podemos ficar mais tempo.

— Certo, deixa que eu falo pra ela então, faça o seguinte, vá você e a Song para o hotel ajeitar as coisas, a Mon não é boa com despedidas, sempre chora muito, então é mais fácil vocês saírem antes dela chegar, vou dar uma volta de carro com ela.

E foi o que aconteceu, logo que a Song e a Kornkamon se juntaram a nos, a Neung falou que iria pegar um taxi para passar em um local com a Song antes de ir para casa, o que para a minha sorte, foi bem aceito pela Kornkamon, mesmo sendo uma desculpa horrível.

Logo eu e a Kornkamon estamos sozinhas dentro do meu carro, me ajeito sobre o banco e aperto fortemente o volante, o clima está estranho.

— Você acha que elas vão voltar hoje ainda ? Porque eu poderia dormir no quarto de hospedes.

— Elas vão sim e seria estranho elas verem você em outro quarto, então, terá que dormir comigo, infelizmente.

Ela solta apenas um suspiro e fica olhando a rua pela janela do carro, mal ela sabe que eu peguei o caminho mais longo. Chegaríamos em 15 minutos pela rota normal, mas iremos levar 50 minutos, talvez mais.