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Esse capítulo contém momentos sensíveis e pesados, segurem na mão da amiguinha e leiam 🫡
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Levo um considerado tempo juntando as peças, o celular está o irreconhecível, mas assim que eu pressiono o botão de ligar, ele acende a tela.

Fico oscilando meu olhar entre a porta e o meu celular, não sei quantos minutos demorou, mas ele ligou.
Mas nada é tão fácil assim, afinal é óbvio que não teria sinal em um local daqueles.

Me levanto do chão frio, estico meus braços para o alto tentando achar um ponto de sinal, ando de um canto ao outro do cômodo.
Em um canto superior vejo uma janela com grades, pego um balde, encosto o na parede e subo em cima.

— Agora tem que funcionar ! — fico na ponta dos pés e estico meu braço para fora da janela com o celular na mão — Vai funciona...

Um sorriso surge em meus lábios no momento que meu aparelho sinaliza o aparecimento de sinal, seguro na grade com a minha outra mão para ter mais equilíbrio e abro as mensagens com a Sam compartilhando a minha localização.

— QUE PORRA VOCÊ ESTÁ FAZENDO ? — ouço a voz da Malai vindo das minhas costas.

Jogo meu celular pela janela, ela se aproxima rapidamente do local onde eu estou e da um chute no balde fazendo com que eu caia no chão.

Ouço o som de algum dos meus ossos quebrando e me encolho — É TUDO SUA CULPA, KORNKAMON, OLHA O QUE VOCÊ ME OBRIGA A FAZER — ela se abaixa perto do meu rosto e o segura me obrigando a olhar — OLHE PRA MIM QUANDO EU FALO COM VOCÊ ! — ela aperta meu maxilar com força — VOCÊ NÃO PODE FUGIR DE MIM, SE LEVANTE AGORA — ela larga o meu rosto e se levanta.

Tento me arrastar para longe dela, mas a dor em minha barriga e perna me impede de prosseguir — EU MANDEI LEVANTAR — ela grita, segura o meu pulso e me puxa me obrigando a ficar em pé.

Assim que tento dar um passo, solto um grito de dor, volto a cair no chão e minha visão começa a ficar turva até que por fim eu desmaio.

Acordo em cima de uma cama, sinto o gosto de ferro em minha boca provavelmente era o gosto do meu sangue.
Olho para os lados tentando reconhecer o local, mas não o conheço, coloco minha mão sobre a testa tentando aliviar a dor na região.

A porta é aberta, revelando uma figura conhecida, um sorriso brota em meus lábios — Sa-Sam ? — me levanto com muita dificuldade e me jogo em seus braços — Você veio me buscar...

— Querida... — ela se afasta de meus braços — Você está alucinando — pisco algumas vezes e agora consigo ver a Malai — Ela não vai aparecer aqui, ela nem sabe onde você está.

— Não pode ser ...

— Claro que pode ou você acha que não vi aquele seu celular idiota. Você realmente achou que conseguiria mandar uma mensagem e se livrar de mim ? — ela ri — Ninguém vai tirar você de mim !

— Me deixe ir — tento passar por ela, porém ela segura meu braço e me derruba no chão.

— Você está sendo uma péssima namorada, você não era assim antes — ela sobe em cima da minha barriga e segura meus pulsos contra o chão — Essa garota estragou você, mas temos tempo para corrigir — ela junta seus lábios nos meus e eu viro o rosto fazendo que seja apenas um toque.

— EU TENHO NOJO DE VOCÊ !

— Palavras erradas — ela junta meus pulsos e os segura com apenas uma das mãos, deixando a outra livre — A sua brincadeirinha de mais cedo, me obrigou a acelerar os planos — ela desliza sua mão livre para dentro de seu bolso, tira um pedaço de pano e o coloca sobre o meu nariz e boca — Vamos viajar, meu bem, apenas eu e você...

Sua voz começa a ficar baixa, tento me debater, mas não sinto meu corpo se mover e desmaio novamente.

Assim que volto a ter consciência, vejo que estou sobre um banco de carro, minha mãos e pés estão amarrados.

— Olha só quem acordou, sua dorminhoca — ela ajeita o retrovisor para me observar.

— Onde... onde estou ?

— Estamos quase chegando na fronteira — olho para a janela, vejo várias árvores e uma longa estrada de terra — E antes que me pergunte, você dormiu por 5 horas, você me deixou muito solitária...

Ela para o carro, sai dele e abre a porta do passageiro — Olha só, eu vou te soltar, nada de tentar fazer algo, me ouviu ? — ela levanta um pouco sua blusa revelando uma arma em sua cintura — Eu quero você quieta.

Ela desamarra meus pés, logo após minhas mãos, intercalo meu olhar para a sua arma e seu rosto, só preciso do momento perfeito para fazer isso.

Ela segura meu pulso e me joga para fora do carro — Você deve estar pensando o motivo de tudo isso — ela se aproxima de mim e consigo ver um farol se aproximando da gente — Eu percebi que pra você ser minha, a Sam não deveria existir — ela me agarra contra o seu corpo e pega sua arma.

— Que merda você está fal.... — assim que o carro para, uma mulher pula para fora dele e avança em nossa direção — Sam ?

— Fique aí — a Malai aponta a arma para a minha cabeça e a Sam mostra as mãos em rendição.

— Eu posso te dar todo o meu dinheiro... Eu juro, eu te dou tudo que eu já conquistei — a Sam começa a falar e sinto as lágrimas descerem por meu rosto — Por favor, não machuque ela... eu fiz o que você me pediu, estou aqui e não avisei ninguém, até trouxe dinheiro pra você ...

— Vai embora, Sam...

— Eu não posso ir sem você, você sabe disso.

— Vocês duas me irritam — ela aponta a arma na direção da Sam — Eu cansei !

— Não faz isso, eu fico com você por livre vontade, só deixe ela ir embora, eu serei totalmente sua, Malai, eu prometo !

— Mon, não diga isso.

A Malai me solta, porém mantém a arma apontada para a Sam — Eu gostei de ouvir isso, acho que eu posso ser generosa.

— Sim, por favor, faça isso por mim — imploro.

— Mas eu estou com um problema... Você foi péssima comigo, você tem que ser punida.

Ela aperta o gatilho, antes que eu consiga raciocinar, meu corpo age por impulso e avanço para frente da arma, sinto a bala perfurando meu ombro, minhas pernas fraquejam me levando ao chão.

— OLHA O QUE VOCÊ ME FEZ FAZER — a Malai está gritando — ERA PRA VOCÊ ESSE TIRO !

Ouço um novo disparo, me sinto fraca para tentar reagir, minhas mãos estão geladas, olho para o lado, vejo a Malai entrando em seu carro e o acelerando para longe.
Viro meu rosto para o lado, vejo o corpo da Sam esticado sobre o chão, me viro de bruços com dificuldade e me arrasto para perto dela.

— Estou aqui, Chamcham, fique com os olhos abertos — tento pressionar a ferida em seu peito na tentativa de amenizar o sangramento.

— Monmon — ela encosta sua mão em meu rosto e um sorriso se forma em seus lábios.

Noiva de Aluguel - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora