35 - Fim ?

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Chegamos ao ultimo capítulo, obrigado a todos que leram e provavelmente terá um extra apenas contando o que aconteceu no futuro
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Já fazem duas semanas desde tudo que aconteceu, eu simplesmente acordei no hospital, parece que a Sam havia contratado uma detetive ou algo assim, e ela acabou nos achando.
Os médicos me falaram que eu deveria comemorar que nada em mim foi comprometido, meu ombro em poucos dias ficaria apenas com uma pequena cicatriz.

Mas nenhum deles poderia dizer o mesmo sobre a minha Sam, ela permanecia ligada as máquinas e seus sinais vitais já eram fracos, todo o dia eu tinha que ouvir o mesmo discurso sobre o desligamento dos aparelhos.

Pelo menos, a sua avó e suas irmãs também não permitiam e tinham tanta esperança quanto eu, ela vai acordar é só questão de tempo.

Eu dividia o meu tempo em ficar no hospital e ficar no hospital, eu reprovei em minha faculdade e provavelmente perdi meu apartamento já que não tinha dinheiro para me manter ali e ainda pagar o aluguel.
Em um dos meus momentos livres, em que a Song ficou no quarto com a Sam, eu apenas peguei minhas coisas em meu apartamento e joguei tudo dentro do quarto da Sam, afinal ela havia permitido a minha entrada.

Minha vida se resumiu em duas caixas, um local que não é meu e esperar.

Assim que me encontro novamente sozinha no quarto do hospital, me sento na beira da cama, pega a mão da Sam e a acaricio — Chamcham, eu tive que levar minhas coisas para a sua casa, é só temporário, me desculpe... Eu nem pude pedir sua permissão...

Encaro sua mão e ouço a porta ser aberta — Senhorita Kornkamon, posso falar com você ?

Viro meu rosto para observar a pessoa que falava comigo, era um homem que até então nunca havia visto — Quem é você ?

— Me desculpe, eu não me apresentei — ele estende a sua mão em minha direção e eu a aperto — Sou o Kirk, advogado da Samanun.

— Advogado ?

— Sim, eu tenho umas papeladas que precisam de sua atenção.

— Eu não estou te entendendo, se você é o advogado dela por que quer falar comigo ?

— É simples, ela deixou todos os hotéis para você administrar, caso algo acontecesse com ela, você seria a nova dona.

— Ela vai acordar e vai cuidar disso — volto a olhar para a Sam, ainda era doloroso ver ela com todos aqueles aparelhos.

— Eu sei que ela irá acordar, cá entre nós, ela era uma das melhores pessoas que eu já conheci, mas até que ela acorde alguém tem que cuidar disso.

— Peça para uma das irmãs dela, ou faça você, já que eram tão amigos — passo meus dedos pela testa dela retirando alguns fios de cabelo.

— Não posso, ela queria que fosse você — ele se aproxima de mim — Faça isso por ela, é só até ela voltar a ficar bem.

— Você tem certeza que é o que ela quer ?

— Sim, eu tenho tudo assinado por ela, acho que de alguma maneira ela imaginava que algo assim poderia acontecer.

— Certo, vou fazer isso então.

Cinco Meses Depois

Minhas visitas ao hospital agora ocorriam apenas no horário da noite, afinal eu tinha que gerenciar aqueles vários hotéis, inclusive nos primeiros dias fui obrigada pelo Kirk a fazer dezenas de cursos para executar meu trabalho corretamente.

Eu ainda usava o andar da Sam como moradia, afinal aquilo era repleto de sua presença e isso me fazia sentir perto dela.

Depois de algumas horas maçantes lendo relatórios e planejando reuniões, chego finalmente a minha última tarefa que era apenas ir embora, no caso, ir ver a Sam, é o momento mais aguardado do meu dia.

A primeira coisa que faço quando entro naquele quarto é retirar meus sapatos e o meu sobretudo, o que me deixa mais confortável.
Aproveito também para arrastar a poltrona para mais perto da cama e assim que me sento ali já procuro a mão da Sam para a segurar.

— Desculpe o atraso, o trânsito está horrível hoje — solto uma risada baixa — Ainda é estranho falar com você e não ser respondida, mas eu vi uns documentários que fala que pessoas em coma ouvem.

Fico em silêncio por alguns segundos e solto um pequeno suspiro — Sabe, esse é o primeiro mês que consigo pagar a conta do hospital, ele é bem caro, mas como a sua rede de hotéis está indo bem, agora consigo ajudar nisso — acaricio a palma de sua mão com o meu polegar — Tem outra coisa que acho que você gostaria de saber, eu conheci a Heidi... e ela me falou sobre o anel de casamento que você ia me dar, bom, eu estou usando ele agora.

Mais silêncio, permaneço com o carinho enquanto tento segurar o meu choro, eu odeio tanto isso.
Forço meus olhos a fecharem e me encosto na poltrona tentando dormir, mas só consegui tirar alguns cochilos.

De manhã a Song chega para ficar no meu lugar, saio o mais rápido daquele hospital, embora eu queira ficar perto da Sam, ficar ali era horrível, sempre tinha que fingir não ouvir os médicos e as enfermeiras falando sobre o fato de não permitirem desligar os seus aparelhos.

Vou direto para o hotel e subo para o andar da Sam, depois de fazer toda a minha higiene e tomar um café, vou direto para o escritório, afinal era só o que me restava a fazer.
Mas hoje eu sinto aquela sensação estranha de que algo está prestes a acontecer.

Depois de sair de uma reunião, pego o meu celular e noto várias ligações perdidas da Song, meu coração dispara e sinto minhas forças indo embora.
Retorno a ligação e sou atendida no primeiro toque.

— O QUE ACONTECEU ?

— Você tem que vir para cá, Mon, agora.

Desligo a chamada sem nem pensar sobre a situação, saio do escritório e aviso a secretária para chamar o Chin, afinal ele ainda era o meu motorista.

Em questão de minutos chego ao hospital, minha respiração está falha e meu coração se mantém agitado, corro pelos corredores e abro a porta o mais rápido que consigo — EU SABIA QUE NÃO DEVERIA TER IDO EMB... Espere... — meus olhos vão de encontro com a Sam, ela está sentada na cama com poucos fios em seu corpo, seus olhos estão abertos e está sorrindo.

— Finalmente você chegou — ela fala animadamente.

Olho para a Song e parece que ela entendeu minhas dúvidas — É real, Mon, ela só.... É um milagre !

— Song, você poderia me deixar sozinha com a Mon ? — a Sam fala de forma calma e eu continuo parada tentando raciocinar sobre o que está acontecendo.

A Song se aproxima da Sam, beija o seu rosto e sai do quarto.

— Ei, não vou ganhar um — antes que ela termine de falar, avanço para cima dela e a aperto em um abraço — Vai com calma — ela retribui o meu abraço — Eu não vou fugir, não me aperte tanto, ainda dói.

Afrouxo um pouco o abraço e deito minha cabeça em seu ombro, parece que esqueci como se fala.

— Ah fiquei sabendo que você cuidou dos meus negócios, eu sabia que você lidaria bem com isso, você é a melhor, Kornkamon !

— Me desculpe se eu fiz...

— Mon, eu ouvia você, está tudo bem, você fez tudo correto — ela começa a acariciar meu rosto — Acho que nosso casamento finalmente irá acontecer !

Noiva de Aluguel - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora