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Estou aqui dentro do meu carro sendo obrigada a ver a minha mulher com a sua ex em uma espécie de encontro ? Não poderia ser isso, preciso afastar esses pensamentos se não irei entrar naquele lugar e levar a Mon embora.

Finalmente a Malai chega, usando aquelas roupas rasgadas e seu cabelo lambido, ela acha que isso é um charme ? A Mon não gosta de pessoa assim.
Por sorte, ela não notou o meu carro, entrou no restaurante, da um abraço na Mon e a puxa para uma mesa afastada da janela.
Eu não consigo ver nada, que droga !!!

Coloco meus óculos escuros, coloco o meu boné e saio do carro.
Entrou no restaurante por sorte as duas estão longe da porta, nenhuma me notou, chego perto da atendente — Eu não quero comer nada, só vou ficar naquele canto quieta, minha namorada está ali e eu preciso ver o que está acontecendo — abro a minha carteira e deixo algumas notas com ela.

— Sinto muito por isso !

Ela pega o dinheiro, coloca em seu bolso e se afasta de mim. Não sei se entendi as suas palavras, ela acha que a Mon está me traindo ? Não, não deve ser isso.

Me sento em uma mesa atrás das duas, perto o bastante para ouvir suas conversas e pego o cardápio usando ele para cobrir uma parte do meu rosto.

— Lalai, eu já te disse, eu não sinto o mesmo que você — isso minha Monmon, acaba com ela !

— Você e ela são só um momento passageiro, nós duas somos eternas, você sabe disso — ela tenta segurar a mão da Mon, mas ela a retira de cima da mesa — Mon, vocês duas são de mundos diferentes e quando ela perceber isso, irá te abandonar porque é isso que eles fazem ! Pessoas ricas só pensam nelas mesmas.

— A Sam não é assim, você não a conhece — um pequeno sorriso aparece em meu rosto, eu me preocupei atoa com a Malai — Eu sei que somos diferentes, mas francamente eu não me importo com isso e sei que ela também não.

— Você vai se importar quando ela começar a chegar tarde em casa e depois te trocar por uma secretária qualquer. Você sabe que essas coisas acontecem, Kornkamon, não se finja de cega — seu jeito de falar se tornou rude, o que me fez apertar o cardápio com força em minhas mãos.

— Eu amo ela, voce consegue compreender que a sua opinião e achismos não mudarão o que sinto por ela ? Você pode apenas me deixar viver sem suas ligações ou importunações, eu estou cansada e assustada.

— Mon — sua voz volta a ficar calma — Ee-eu nunca faria algo com você, você sabe disso né ?

— Eu tenho que ir, por favor, me deixe em paz — a Mon se levanta, eu me encolho na cadeira e levanto o cardápio sobre o meu rosto, mas não foi necessário já que ela passou rápido demais por mim para me notar.

A Malai passa por mim a passos rápidos atrás da Mon, solto um suspiro e saio logo depois, não sei porque mas isso me cheiro a problema desde o primeiro dia, eu não confio nela e não posso deixar isso se prolongar por mais tempo.

Assim que consigo alcançar as duas, elas estão no estacionamento enquanto uma grita com a outra e gesticulam, as coisas pioraram rápido, cerro os punhos e continuo a me aproximar.

— VOCÊ NÃO PODE ME LARGAR ASSIM, KORNKAMON! — ela segura o pulso da Mon.

Merda, merda, merda, antes que conseguisse pensar com clareza meu punho cerrado foi de encontro com o rosto da Malai fazendo ela cambalear para trás.

Coloco minha mão nas costas da Mon e a empurro em direção ao nosso carro, eu sei que alguém está falando algo, mas pela adrenalina só consigo pensar em tirar ela dali.

Não consigo nem arrumar meu cinto, apenas espero a Mon ajeitar o dela e dirijo para longe daquele lugar. Ainda consigo ver pelo retrovisor a Malai, ela permanecia encarando o carro com sua mão sobre  seu rosto.

Dirijo em silêncio até chegarmos em frente ao meu hotel, desligo o carro e apoio minha testa sobre o volante encarando a Mon com o canto dos olhos, ela está visualmente abatida, seus olhos estão inchados e vermelhos, ela está apertando suas pernas com as mãos e tem uma marca avermelhada em seu pulso — Ei, mon, já passou.

Ela concorda com a cabeça, mas se mantém em silêncio encarando uma placa na rua. Ficamos alguns minutos em silêncio e por fim ela fala — Eu quero ir para a minha casa.

— Ok — foi o que eu consegui falar, volto a ligar o carro e sigo o percurso até o seu apartamento, não me diga que ela vai me dispensar, ela não pode ficar sozinha ali, é perigoso. Eu não quero ficar sozinha.

O percurso foi extremamente silencioso, aquele tipo que incomoda, meu coração seguia doendo com essa situação, eu sei que passei do limite, mas droga, ela tocou na minha Mon e a machucou.

Assim que paro o carro, ela retira o cinto, sai pela porta, permaneço à olhando, meus olhos começam a arder e minha garganta a coçar, provavelmente eu iria começar a chorar, como eu sou idiota.
Ela fica parada em frente à portaria, volta novamente para perto do carro dando algumas batidas na janela, respiro fundo e baixo o vidro.

— Você vai ficar aí ?

— E eu posso subir com você ? — minhas mãos apertam o volante.

— Sam, você é minha namorada.

— Mas isso não responde a minha pergunta.

— Eu gostaria de me agarrar em você e dormir até esquecer o dia de hoje, você pode subir comigo ?

Fecho a janela rapidamente, pulo para fora do carro, o tranco, mordo o meu lábio para segurar um sorriso, sua mão segura a minha e me puxa para dentro.

Assim que entramos em seu apartamento, ela solta minha mão e desaparece dentro do banheiro poucos segundos depois pude ouvir o barulho do chuveiro.
Entro no seu quarto e me sento na ponta da cama, foi um dia intenso e minha cabeça doía, eu poderia dormir mesmo com o sol lá fora.

Logo que a Mon tomou o banho dela, eu tomei o meu e aproveitamos para deitar juntas, deixo meus braços em volta da sua cintura e apoio meu queixo em seu ombro — Obrigada, Sam — foi o que ela disse antes de finalmente relaxar o corpo e dormir.

Noiva de Aluguel - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora