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Logo na metade do filme, eu já me encontro jogada sobre a poltrona, dou uma olhada pelo canto dos olhos para a Mon, mas ela está totalmente concentrada nessa droga de tela, o filme é péssimo !
Basicamente o filme conta a história de um nerd que é apaixonado pela garota popular que obviamente não quer ele. Então ele decidi pedir ajuda para a melhor amiga e quando consegue conquistar a garota popular ele descobre seus verdadeiros sentimentos pela outra garota.

Péssimo roteiro, péssima atuação e até péssimo cenário, na próxima será um filme de terror, apenas para que ela se assuste e pule em meus braços !

Alongo meus braços para tentar retirar um pouco do meu sono, logo deixo que um deles encaixe nas costas da Mon e acaricio o ombro dela com a minha mão.
Certo, parece que ela não se importou muito, mas eu não poderia estar mais nervosa, parece que meu corpo todo treme, a pele dela é tão quente e macia, droga, Samanun, se controla !

Me sinto totalmente perdida quando em um movimento rápido, ela deita sua cabeça em meu ombro, desliza sua mão para a minha cintura passando pela minha barriga e me obrigando a prender a respiração, jogo baixo, Mon, muito baixo.

Me mantive estática até o final do filme, meu maior medo era me mexer e ela apenas sair daquela posição, mas infelizmente ela fez isso assim que os créditos subiram.
Me levanto com muito desprezo, sigo os passos dela para fora da sala — Então... O que você achou do filme ?

— Eu amei, eu espero encontrar alguém que me ame tanto quanto eles se amaram e aquelas cenas românticas, eu quero viver algo assim ... — ela solta um pequeno suspiro e um enorme sorriso aparece em seus lábios — E você o que achou ?

Cerro levemente os olhos e nego rapidamente com a cabeça, a Mon não poderia estar falando sério, ela não deveria desejar aquele romance fraco e sem vida, ela merece alguém que queira apenas ela e não ser uma segunda opção igual ao filme — Eu... eu gostei também — forço um pequeno sorriso — É um filme legal.

Ela para e se vira para me encarar com aqueles olhos brilhantes — Nos poderíamos fazer isso novamente, caramba, Sam, eu não sabia que você gostava desse tipo de filme — o sorriso permanecia em seus lábios e seu tom de voz era animado, ela está feliz.

— Eu adoraria fazer isso novamente com você — o que não era mentira, mas eu só queria a companhia dela e não esses filmes melosos e idiotas.

— Tem um filme muito bom que ira lançar esse mês, parece que o cara sai em um encontro forjado com a garota e acaba se apaixonando !

— Parece ótimo pra mim ! — eu detestei, ninguém se apaixona em um dia, pura mentira.

Ela da alguns pulos de animação, se joga contra o meu corpo e me abraça fortemente.
Pisco algumas vezes pra acreditar naquela cena e deslizo meus braços para contornar sua cintura.

Fazia tempo que meu corpo não ficava tão perto dela assim, eu sei que isso pode ser um exemplo ruim, mas me sinto uma ex-drogada voltando a usar drogas, meu estômago está se revirando, minhas mãos soando e minhas pernas bambas.
Não que eu saiba o que é ser uma ex-drogada, mas já vi alguns documentários sobre o assunto.

Poucos segundos, ela se afasta do meu corpo, mas antes deixa um pequeno selinho em meus lábios, me fazendo corar.

— Você é tão fofa desse jeito, Chamcham — ela aperta minha bochecha e volta a andar em direção a saída.

Permaneço parada e com meus batimentos acelerados, eu literalmente já provei a Mon, já vi ela de todos os jeitos e eu não entendo o por que ainda me sinto assim igual uma adolescente vivendo o primeiro amor.

Péssima comparação, eu não sou uma adolescente apaixonadinha, eu gosto da Mon, isso eu não posso discordar, eu gostaria de ter um relacionamento sério com ela e é claro que gostaria de dormir e acordar com ela, além de encher ela de beijos e carícias, mas isso não é estar apaixonada. É só uma pequena quedinha, é isso ! Eu tenho uma pequena queda pela Kornkamon, ela faz meu tipo, isso explica tudo, me sinto aliviada por saber que não é amor.

É tudo questão de se entender, se conhecer, saber lidar com seus próprios sentimentos e tem gente que ainda paga terapia, eu deveria lançar algum curso, talvez algumas palestras e ficar ainda mais rica.

Solto um suspiro, mordo o meu lábio inferior e apresso meus passos para me aproximar da Mon, logo que entramos no carro o mantenho desligado.

— O que foi, Sam ?

Aperto o volante com as minhas mãos e fico encarando a rua — Eu sei que você não quer apressar as coisas, mas gostaria de ir para a minha casa? Eu te levo embora depois. É só porque planejei fazer um jantar para você.

— Você sabe cozinhar ? — seu tom de voz era de surpresa.

— Eu estou aprendendo, gosto de ter alguns hobbies — mentira, a Jim havia me falado que a Mon nunca teve alguém para fazer comida para ela, então, me senti na obrigação de aprender e é claro, é mais fácil conquistar alguém pelo estômago, pelo menos é o que falam.

— Isso é incrível, Sam, eu realmente estou feliz de estar aproveitando esse tempo com você, obrigada — ela beija a minha bochecha e logo passa o seu dedo pela região para retirar o batom em meu rosto.

Assim que ela aceita a minha ideia de continuar esse encontro na minha casa, começo a dirigir agora para o meu hotel, inclusive, eu não poderei levar ela embora para a sua casa, pois prevejo que meu carro ira, infelizmente e sem nenhuma coincidência, furar os 4 pneus.

Tadinha da Sam que terá que dormir agarrada na Mon, que noite triste.

{-}

Passo boa parte do meu tempo preparando uma janta adequada para a Mon, inclusive queimo meu dedo no ato de acender o fogão, mas tudo bem, logo deixo os pratos sobre a mesa e chamo a Mon para comer.
Ela me olha por alguns segundos e desvia para a comida, ela morde levemente a boca e por fim fala — Então... É isso ?

— Você está impressionada né? Eu estou apenas no começo do curso, logo conseguirei fazer omelete com bacon para você — permito que um enorme sorriso apareça em meu rosto, eu estou muito orgulhosa de mim — Olha, até queimei o dedo — mostro o meu dedo indicador com uma pequena marca avermelhada.

— Tadinha da Sam — ela segura a minha mão e beija meu dedo — Já já você se sentirá melhor ! — eu sou tão idiota, eu deveria ter queimado a boca, mas deixarei isso anotado para eventos futuros — Então, vamos provar isso ?

— Espero que você goste, na embalagem dizia sabor carne e era a marca mais cara de macarrão instantâneo, mas não se preocupe, eu posso te fornecer todos os luxos que você quiser, Kornkamon!

— Você é tão gentil, Sam — sua voz soa quase como ironia, mas o sorriso em seu rosto me deixa feliz e aconchegada, era o que importava.

Noiva de Aluguel - MonSamOnde histórias criam vida. Descubra agora