Cap 2 - Todo sonho tem seu significado

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— Acorda mana! Acorda!

Suada, trêmula e com o coração acelerado, olho para aquele rosto tão familiar, ainda me sentindo assustada.

— Onde está... cadê ele? — Procuro aflita.

— Não tem ninguém aqui, sua doida. Você estava sonhando. — Responde me ajudando a sentar.

Olho meu quarto, respiro fundo e confirmo que tudo está em seu devido lugar. Meu armário continua segurando de forma heroica, uma provável avalanche de roupas comprimidas atrás das portas. Vi espalhados, vários pares de sapatos que, há uma semana, na melhor das hipóteses, se alojaram por aqui e ali. A poltrona surrada, que uso no lugar do cesto de roupas sujas, permanece lá no canto. Minha pequena estante de livros, a parede cinza da cabeceira, a cortina roxa que não combina com mais nada... Tudo como sempre foi.

Mas, o cheiro de eucalipto que ainda sinto, me faz questionar se o tormento que passei a pouco, foi apenas fruto do meu subconsciente. E... como explicar essa sensação de estar perdida em meu próprio ambiente? Tá tudo aqui. Apesar disso, tem alguma coisa faltando. Tipo quando a gente sai de casa e fica com aquela impressão do, "tô esquecendo alguma coisa...

— Você tem meia hora. Já estamos indo, e se não levantar agora, vai se atrasar — Biel fala e sai, já que minha mãe buzina sem dó nem piedade, lá da garagem, apressando meu irmão.

Eu só queria um pouquinho mais da minha cama. Puxo o edredom até o pescoço, me escondendo do friozinho matinal e repasso o sonho na memória. E o incrível é que lembrava de cada detalhe.

No início, parecia tão agradável aquele sonho. A brisa balançando as folhagens das árvores de eucalipto, misturando no ar aquele cheiro gostoso, a trilha a minha frente, que segui, imaginando até onde aquela estrada me levaria, a clareira que avistei no fim da trilha, com mesas para piquenique e alguns arbustos de flores lindas do cerrado.

Tudo tão perfeito, que me sentei num dos bancos daquele lugar, para aproveitar a sensação agradável do sol da manhã aquecendo meu rosto. E fiquei ali, lagarteando, desfrutando da tranquilidade que a paisagem transmitia, até que minha paz foi interrompida, quando ouvi passos. Passos apressados.

Lembro que estreitei os olhos, tentando decifrar o que se aproximava e, um homem caminhava determinado em minha direção. Até aí tudo bem. O que me deixou intrigada, foi perceber que a figura que vinha, não estava somente iluminada pela luz do sol, reluzia um brilho anil, naquela silhueta masculina.

A princípio, achei interessante, ele tinha um brilho próprio. Porém, quanto mais se aproximava, mais resplandecia e, mesmo me esforçando não conseguia enxergar detalhes daquele rosto. Aquela luz toda praticamente me cegava, e apenas seus olhos, que focavam direto nos meus, eu conseguia ver com nitidez. E eram intensos, sufocantes.

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