Capítulo 21/1

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Eu e ele... seus beijos sob aquele luar...um clima tão sedutor e...

— Então... – Continuou falando entre meus lábios — Esse é o problema.

— Que problema? — Falei avoada, colada em seus lábios.

— O problema é que aqui não tem Ernest para bater na porta.

— É... ele não vai bater — Respondi satisfeitíssima em saber que ninguém iria nos interromper. De repente percebi, Leo estava preocupado exatamente com isso. Sem interrupção até onde nós iríamos?

Ele percebeu que eu entendi. parei de beijá-lo. Ele me olhou com cautela.

— Não está chateada, está?

— Não sei — respondi num fio de voz — Me sentindo rejeitada, um pouco contrariada e decepcionada. Mas chateada?

Sentei novamente de costas para ele recompondo minha autoestima.

— Não fica assim. Você está atraente e sedutora de uma forma que nunca vi. Mas estou somente tendo juízo.

Juízo? — Penso ranzinza — Essa noite não era para ser especial?

— E não está sendo? — responde ao meu pensamento.

Se levantou e eu não fiz questão de olhar aonde ia.

— Ah claro, está faltando uma coisa — Se posicionou a minha frente, agachado. Colocou a mão no bolso do paletó e retirou algo que cabia na sua mão em punho.

— Feche os olhos. — Obedeci.

— Não abra. Só quando eu disser que pode — A voz dele estava caprichosamente envolvente — Primeiro, quero te pedir desculpas, pois isso estava comigo há muito tempo e poderia ter entregue antes, mas preferi esperar uma hora especial como essa.

Tentei abrir os olhos curiosa.

— Hãn... hãn... nada de espiar. — me repreendeu — Segundo, você vai notar a mudança que fiz, mas é que coloquei algo muito especial para mim e quero que se torne especial para você. Está pronta? — Me perguntou ansioso.

— Estou — Respondo igualmente ansiosa.

— Então... abra os olhos.

A primeira coisa que vi foi seu sorriso exuberante e glorioso iluminado pelo luar. Acompanhei sua mão que estava estendida a minha frente segurando um objeto prateado que balançava. Fixei os olhos reconhecendo o colar que meu irmão havia me dado. O colar que perdi no nosso primeiro passeio no parque. Estava com Leo. Fiquei surpresa.

Estendi a mão com a palma para cima, de baixo do colar que pendia da mão dele, e delicadamente o pousou na minha mão. Olhei para ele novamente e voltei a observar o colar e havia algo diferente. O mesmo pingente em forma gota que antes era revestido por pedras sintéticas, agora estava incrustado de novas pedrinhas mais reluzentes e, pendurado à baixo deste, um outro pingente, na forma de uma rosa. Fiquei maravilhada com sua beleza.

A rosa esculpida em diamante na minha mão, brilhou azul sob a luz da lua. Era tão perfeito que me deixou boquiaberta. Leo me observava. Eu sorri para ele.

— Meu pai esculpiu esta rosa e presenteou minha mãe no dia em que descobriu que ela estava grávida — Sua voz era pausada e melodiosa — Quando ele colocou sobre a pele dela, o brilho do cristal brilhou azul sob a luz da lua. O mesmo tom de azul da luz que emana em mim.

Antes de morrer, minha mãe me presenteou com ela, me recomendando que eu nunca a usasse levianamente, pois tem a essência da minha luz. Que eu a entregasse apenas ao meu verdadeiro amor. E hoje, quero entregar a você, que é o meu amor, eterno e verdadeiro, para que nunca se esqueça, independente do que aconteça, eu sempre te amarei. Você é a mulher que merece esta rosa. Você é quem merece meu coração.

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