Capítulo 22/1

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Ernest não se importava mais com meus pensamentos, ele estava ligado agora nos de Max, que não devia estar tendo castos pensamentos sobre Raika devido a cara de Ernest. 

Leo se esmerando em colocar Maxuel ao lado de Raika em cada novo brinquedo, Maxuel feliz com o incentivo do amigo. Raika, apesar de não perceber o que estava acontecendo, se divertiu muito com toda atenção dada a ela.

— Já é bem tarde — Resmunga Ernest — Já é hora de irmos.

— Claro que sim — Chutou Leo — Max, quer uma carona?

— Não, obrigado. Vim de moto.

Ernest ficou feliz com a resposta de Maxuel. Ele estava louco para afastá-lo de Raika.

— Bom, então vamos nos encontrar em breve. — Jeziel confirma.

— Com certeza. Nossas férias estão só começando — Falou Maxuel animado.

No carro, de volta para casa, Ernest e Leo travaram uma conversa nada amistosa e silenciosa. Só percebi devido às expressões de Leo ao meu lado e aos olhares de Ernest pelo retrovisor. Raika cochilava no banco da frente.

— Deixe-nos na casa de Melissa — Pediu Leo.

Ernest fez uma curva e poucos minutos depois estávamos na porta de casa.

— Tchau Ernest — Me despeço assim que desço da pick-up. Ele me estica um sorriso frouxo.

Leo nem se deu ao trabalho de ser educado, virou as costas me puxando pela mão até em casa.

Ao entrarmos, ele se deixou cair no sofá bufando, jogou a cabeça para trás, cruzando os braços sobre o rosto, cobrindo os olhos, nitidamente irritado.

— O que está te deixando tão nervoso? — Pergunto ainda de pé observando seu comportamento.

— Ernest. Ele está me deixando louco — Sua voz dura — Ele e aquelas ideias malucas sobre Raika — Bufou.

— Que ideias? — Pergunto.

Ele não pareceu me ouvir.

— Vou ter que ser mais firme. Não gosto disso. Ele é meu amigo, apesar de tudo, mas vou ter que lembra-lo do seu devido lugar.

— Leo — Chamo sua atenção.

Ele se ajeita no sofá, estende a mão para que eu me junte a ele.

— Deixe isso pra lá. Não quero que se preocupe.

— Como não? Você está todo estressado e eu nem sei o motivo.

Ele me abraça e me coloca em seu colo.

— Não é nada — Me garante.

— Senta aqui — levanto, Empurro seu corpo para o tapete, o colocando entre meus joelhos e começo uma massagem em seus ombros — Se não fosse nada, você não estaria tão tenso.

Ele ficou em silêncio por alguns minutos, mexendo o pescoço, aproveitando a massagem.

— Leo, você não confia em mim?

— Confio.

— Então, me conta de uma vez qual o seu problema com Ernest.

— Meu problema não é especificamente com Ernest — Sua voz já mais calma.

— E com quem então?

Ele segura minhas mãos sobre seu ombro me dando um puxão sobre sua cabeça, tombei para frente. Quando percebo estou envolvida em seus braços e Leo sorrindo para mim.

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