Melissa, não sabe, mas tem uma profecia sobre seu destino, e isso inclui, viver a história de amor mais dependente do universo. Com poder suficiente para salvar ou destruir um mundo inteiro, esse amor terá que ser forte o bastante para vencer todas...
À noite, Leo convidou a todos nós para irmosà pizzaria. E claro que minha mãe adorou. Nunca vi alguém gostar mais de pizza do que ela.
Papos aéreos e uma boa dose de histórias constrangedoras da minha infância inflamaram mais as conversas na mesa. Leo se divertia com cada uma delas e apesar dos meus pedidos desesperados para que minha mãe e Biel parassem, mais eles se sentiam motivados.
— E agora, o Oscar do constrangimento vai para... Melissa! — resmungo em pensamento.
Leo não parecia se importar nem um pouco se eu estava sendo humilhada ou não, ele simplesmente se acabava de rir acompanhado daqueles dois, que me enganaram a vida inteira, fingindo que me amavam.
Biel, se preparou todo na mesa para contar um dos acontecimentos mais vexatórios de que me lembro.
— Então... — Um intervalo de risos — Melissa devia ter uns dois ou três anos e nós fomos a um restaurante finíssimo, acompanhar nossa mãe numa reunião de trabalho. De repente, vi que ela começou a ficar inquieta na cadeira e minha mãe muito distraída na conversa não notou. Ela olhou para mim e fez uma conchinha com as mãozinhas, dizendo baixinho o que queria — riu novamente — Ela desceu da mesa e se enfiou por baixo do forro. Quando dei por falta dela, minha mãe também deu, eu apontei para a mesa e minha mãe ergueu o forro para ver o que estava acontecendo. Automaticamente, todos que estavam à mesa também olharam, e viram Melissa agachadinha fazendo xixi. Todos riram, menos Melissa que abriu o bocão a chorar.
Eu não sabia onde enfiar minha cara. Não podia acreditar que Biel estava mesmo contando essa história.
Família. Quem precisa de inimigos?
Eu não sabia mais o que fazer. Só queria que minha existência fosse desenraizada do universo agora mesmo.
— Eu acho que vou morrer agora... —penso — agora... não... agora. Ai Senhor! Alguém me socorra...
As risadas seguiram e quando eu pensei que entraria mais uma sessão de humilhação pública, o bendito som da campainha chamou para a pizza. Ele sempre me salvava.
— Quer beber o que? — Me perguntou Biel, se levantando da mesa.
— Chá de sumiço — Murmuro entre dentes, cobrindo o rosto. O que deu motivos só para mais uma sessão de risadas as minhas custas.
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Nas semanas seguintes, minha rotina na escola permanecia com Maxuel nos fazendo companhia para o clube de leitura e Leo se divertindo à custa dele. E nos fins de semana, Leo me levava de bicicleta pela trilha, que acabei me acostumando. A noite estávamos sempre em minha casa, ele já se sentia à vontade para deitar no meu colo no sofá ou ir até a cozinha procurar bolo na geladeira. Acabou contraindo meu gosto por bolo de chocolate.
Biel às vezes carregava ele como companhia para a academia e minha mãe já aceitava a presença constante de Jeziel, apesar de ainda falar que ele lembrava muito meu pai. O que me fazia lembrar de minha meio irmã hospedada na casa de Leo, que eu nunca mais vira.
