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Voltando para casa de Erzoul, as ruas, Apesar de já ser noite, estavam repletas de pessoas. Um casal passou por nós de mãos dadas e Ethan os olhou pensativo.

— Você não tem alguém de que goste? — Pergunto movida pelo olhar dele sobre o casal — Quero dizer, alguém com quem queira ficar? Parar de viajar tanto e construir uma família?

Ele olhou para mim surpreso.

— Não.

— Aquela garota do bar era muito bonita.

— Bar? — Ele expressou sem entender — A sim, aquela garota. — Ele ri — Não. Ela é bonita realmente, mas gosto da minha vida assim como é.

Desviando seu olhar do meu, apressou seu passo me fazendo acelerar também.

Na casa de Erzoul, Ernest estava dormindo profundamente, com algumas pedras que emanavam luzes de diversas cores flutuando sobre ele.

— Ele vai ficar bom de manhã. — Falou Erzoul diante de meus olhos preocupados. — Estou preparando o nosso jantar.

Olhei admirada para as coisas sobre a mesa, que me pareciam apetitosas, mas nada era familiar.

— Mais alguma novidade descoberta garota? — Ethan falou diante da minha surpresa olhando a comida.

— Por que não me chama pelo meu nome? — Falo irritada.

— Porque gosto de ver a cara que você faz.

— Alguém já te disse que você é irritante?

Ele me olhou com um sorriso no canto dos lábios. Um sorriso lindo e travesso.

— Eu já disse — Falou Erzoul brincalhão — Ele é realmente irritante. Mas depois de um tempo a gente acostuma. — Venha Melissa, faça um prato, alimente-se bem.

Fiz meu prato enquanto Erzoul e Ethan travavam uma conversa em absoluto silêncio, que era quebrado somente com algumas risadas soltas no ar. Eles conversavam mentalmente, e de vez em quando, Ethan olhava para mim furtivamente. Talvez tentando saber por que eu não entrava na conversa.

Me sentei numa poltrona grande e confortável e com todo aquele silêncio acabei adormecendo rápido, me sentindo segura debaixo de um teto amistoso.

Ao acordar, notei que estava deitada numa cama e bem acomodada. Com certeza alguém me carregou até lá. Foi difícil não me lembrar do que Jeziel costumava fazer. Estendi meus olhos pela casa e vi Ethan dormindo na poltrona em que antes eu estava.

— Bom dia — Falou Ernest se aproximando ao meu lado.

Me alegrei ao vê-lo recuperado.

— Ernest! Que bom que já está bem.

— Ethan tinha razão. Erzoul é um excelente med.. Quer dizer, curandeiro. — Ele piscou para mim. — Vou arrumar nossas coisas e você se prepare. Ernest saiu para outro cômodo.

Me levantei calçando as botas que haviam sido tiradas por alguém, e andei pé ante pé até a poltrona onde Ethan dormia. Queria pegar minha capa sem acordá-lo. Ao me aproximar me curvei por cima dele e observei seu rosto dormindo. Ele tinha o rosto sereno e jovial de uma beleza firme.

Seu sono estava tranquilo e me deu segurança de estender a mão para pegar a capa no encosto da poltrona. Num reflexo ele segurou meu braço, me fazendo arfar de susto e abriu seus olhos cor de ouro bem diante dos meus.

— NUNCA chegue perto de um guerreiro sorrateiramente assim. Mesmo que ele esteja dormindo. Talvez você não tenha tempo de se assustar. — Ele pegou a capa com a outra mão por cima de sua cabeça e me entregou.

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