Prologo da segunda temporada.

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Me pergunto como acabamos nessa situação. O que era para ser um simples passeio para fortalecer os laços agora se reduz a Eliza, de maneira lenta e deliberada, se despindo diante dos meus olhos. O cenário mudou drasticamente, transformando a atmosfera de camaradagem em algo mais intenso, carregado de antecipação e desejo.
O dia de amanhã será longo e ainda assim estamos aqui, ela principalmente deveria estar dormindo contudo na consigo me arrepender de olhar sua pele desnuda a minha frente.

Sentado à beira da entrada da casa, observo-a, ainda sem ter ideia do que fazer para acelerar o coração dela. Estou determinado a surpreendê-la de uma maneira que fuja do comum, mas sem ultrapassar limites,limites esse que se eu não prestar atenção por um estante posso matá-la sem querer.
Como um lampejo, sua imagem surge diante de mim. Recordo da última vez, quando, eu estava dominado pela bestialidade, Eliza fez uma expressão peculiar ao ser pressionada contra a parede.

Ela caminha até mim, mas eu a interrompo, sabendo exatamente o que fazer.

_ Eu não mandei se mover, e se fizer mais algum movimento sem minha permissão, não vou te presentear no fim de tudo.

Um brilho malicioso passa por seu rosto enquanto ela se congela. Me pergunto se, de fato, ela está gostando disso. Estou me esforçando para agradá-la, criar um momento que vá além do comum, algo que a faça sentir-se desejada e surpreendida.
Algo que acelere seu coração.

::::

Meu coração pulsa descompassado no peito. Nunca tive a coragem de me expor dessa maneira com Jorge, mas a presença de Marcelo me faz acreditar que posso ousar além dos limites.

O que começou como um simples passeio para estreitar laços agora se desdobra em algo intenso e eletrizante. Não imaginava que as coisas chegariam tão longe, e a excitação é tanta que mal consigo respirar. A cada batida frenética do coração, me vejo envolvida em um momento que desafia as fronteiras do conhecido, mergulhando em territórios inexplorados.

O frio da noite faz minha pele arrepiar, e ele se levanta, dirigindo-se aos cavalos. Ao retornar, traz consigo uma corda nas mãos. A saliva em minha boca parece engrossar, a ponto de eu engoli-la com dificuldade, enquanto o pulsar do meu coração ecoa em sintonia com a tensão crescente no ar.

_Suas mãos_ — ele diz, e eu as entrego nas suas. _Quer experimentar coisas novas?_ Concordo com a cabeça enquanto ele as amarra.

_Feche os olhos e não use seu eco; se usar, será punida._ Arregalo meus olhos, puxando as amarras imediatamente. No entanto, elas estão firmes demais para me soltar.

Com um movimento decidido, ele me eleva em seus braços, lançando-me por cima de seus ombros, recriando uma cena que remete ao tempo em que ainda não era humano.

Sinto um ardor repentino em minha bunda, acompanhado do estalo provocado por um tapa.
Salto de susto e dor, debatendo-me para tentar me soltar das cordas que me aprisionam.

_Feche os olhos e confie em mim._ Sua voz, envolta em mistério, ressoa no ar, aguçando a sensação de apreensão e, ao mesmo tempo, de curiosidade que permeia o momento.

Cerro meus olhos, soltando um muxoxo enquanto ele me conduz mata adentro. Mesmo com os olhos fechados, percebo quando ele para e, de repente, sou suspensa pelas mãos, meus pés deixando o chão.

Abro os olhos, e me vejo aprisionada por uma árvore. A copa densa das árvores encobre o céu, tornando a noite invisível para mim. A atmosfera ao redor se torna um cenário de sombras e segredos.
Minhas mãos sentem a pressão do peso do meu corpo.
Não dói mas é um pouco desconfortável.

Refúgio BrutalOnde histórias criam vida. Descubra agora