A noite cai sobre Monte Verde, envolvendo a cidade em um manto de escuridão. O vento sussurra entre os escombros das construções abandonadas, como um presságio sinistro do que está por vir. No topo da primeira muralha, a Marechal Azula, uma figura imponente com cicatrizes de batalhas passadas, observa atentamente a linha do horizonte.
As sombras dançam ao redor dela, enquanto a tensão cresce no ar. O eco distante de passos pesados reverbera pelas ruas desertas, anunciando a chegada dos mutantes. Seus olhos brilham com uma fome insaciável, suas formas distorcidas pela doença e pela loucura. No entanto, desta vez, eles não avançam como animais enlouquecidos, mas sim como uma unidade coesa, uma força a ser reconhecida.
A Marechal ergue sua voz, firme e autoritária, enquanto dá ordens aos seus soldados. Seu coração bate descompassado, mas sua determinação é inabalável. Ela sabe que não pode permitir que os mutantes que um dia foram humanos adentrem a cidade. No entanto, a sensação de inevitabilidade pesa sobre seus ombros como um fardo.
Enquanto os mutantes se aproximam, a Marechal vê a desigualdade de forças se tornar mais evidente. Seus soldados lutam bravamente, mas estão sendo sobrecarregados pela maré implacável dos invasores. O som do combate enche seus ouvidos, misturado com gritos de agonia e raiva.
O medo começa a se insinuar em sua mente, uma sombra indesejada que ameaça minar sua coragem. Ela sente o peso da responsabilidade sobre seus ombros, a pressão de liderar seus homens para a batalha contra um inimigo tão formidável.
Apesar de tudo, a Marechal se recusa a recuar. Com uma determinação renovada, ela ergue sua arma em uma mão e o chicote em outra e lidera seus soldados em um contra-ataque desesperado. Cada passo é uma batalha, cada golpe é uma afirmação de sua vontade de resistir.
Enquanto o caos se desenrola ao seu redor, a Marechal enfrenta seu medo de frente. Ela sabe que não pode permitir que a escuridão reine sobre Monte Verde. Com coragem e sacrifício, ela se lança na batalha, determinada a proteger sua cidade até o último suspiro.
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::::Clarisse::::
As luzes vermelhas piscam, lançando uma aura sombria sobre o cenário, e por um momento, meu coração parece congelar no peito. É um sinal claro de que o procedimento está em andamento. Em caso de invasão, o protocolo é claro: todos devem se dirigir aos abrigos subterrâneos até que a cidade seja considerada segura novamente.
E isso significa que a situação está péssima .Eu,não sou exceção. Tenho um refúgio reservado especialmente para mim, localizado sob os corredores do hospital. É um lugar onde já me imaginei várias vezes, mas nunca com tanta urgência como agora.
_Precisamos ir,
Digo a Eliza e ao cigano, porém Eliza está relutante.
_Não! Essa é a melhor chance...
Eu a seguro pelos ombros, ela precisa me ouvir.
_Eliza! - eu grito por cima da confusão que rege o lugar - Eu vou te ajudar a fugir, mas não assim, vamos fazer com calma e prudência nesse momento estamos sendo invadidos, nem sabemos se é por outra cidade ou por Morphileons!Ela esta em pânico, desesperada, mas está olhando para mim.
_Você precisa viver e nós também.
Ela concorda com a cabeça e eu a abraço, estou grata por ela não discordar por que seria difícil de convencer ela.Do lado de fora os médicos correm com macas empurrando pessoas em cadeiras de rodas, o caos em seu estado bruto.
Mesmo daqui posso ouvir o doutor dando ordens sobre como evacuar o lugar.
Eu me levanto.
Minhas pernas ainda estão bambas e nos três saímos do quarto vestidos com camisolas hospitalares.Sinto a mão do cigano, em minha cintura.
Seu aperto é forte me levando junto a seu corpo, eu quase coro, porém noto que ele está fazendo o mesmo com Eliza.
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Refúgio Brutal
Diversos"Minha história não se encaixa no molde dos romances convencionais. Na verdade, duvido se posso chamá-la de romance de todo. Os romances geralmente se concentram em jornadas de aprendizado e crescimento interior, mas a minha é uma história de pura s...